Para muitos Bubble Bobble é aquele jogo antigo giro com o personagem do Puzzle Bobble ou Bust-a-Move como mais tarde viria a ser chamado. Um spinoff que eclipsou um importante e histórico jogo de arcada que marcou a década de 1980. Uma daquelas situações irónicas em que um spinoff domina a memória colectiva do seu título original.
Bubble Bobble 4 Friends: The Baron is Back! é a lembrança dessa abordagem original. Um jogo de plataformas auto-contido onde utilizamos os simpáticos dinossauros para enclausar os inimigos em bolhas, rebentá-las e dessa forma enviá-los para um mundo melhor.
Desde o primeiro nível deste Bubble Bobble 4 Friends: The Baron is Back! que sentimos que a Taito pouco conseguiu adicionar à fórmula original, à excepção do aumento da área de jogo e da adição de alguns poderes. Pensando bem, no desafio criativo que Bubble Bobble representa, o que poderia ser feito para o diferenciar do original? Será que a actualização artística e o compromisso de manter a jogabilidade praticamente inalterada não é uma forma eficaz de captar uma nova audiência? Um público mais jovem (ou não) que não teve a oportunidade de o jogar quando a Taito tinha neste jogo a sua grande joia da coroa?
Lançado apenas para a PS4 e a Switch, percebe-se, especialmente no caso desta, que este Bubble Bobble 4 Friends encontrou aqui a sua casa e o seu público ideal. Há uma aura de party game associada à simplicidade clássica deste jogo, com a possibilidade de partilharmos toda a acção e diversão a 4 jogadores num ecrã fixo.
A cada dez níveis somos presenteados com uma boss battle, o que vai permitindo uma quebra do loop mecânico do jogo. Por outro lado, e seguindo a tónica de jogos como Super Mario Land 3D, após algumas mortes o jogo oferece-nos a possibilidade de abraçarmos a invencibilidade para passarmos aquele nível mais difícil. Sabemos de antemão que esta possibilidade está muito mais dirigida a jogadores mais jovens, mas é uma actualização interessante para cativar um novo público.
A “verdadeira” dificuldade começa após terminarmos o jogo, e desbloqueamos um modo Hard onde não temos vidas e o Barão von Blubba nos segue pelos níveis. Pensavam que o título era apenas um arenque vermelho (porque é que esta expressão soa sempre tão mal em português?)? É neste modo avançado que continuamos a sentir a pressão do monsta esquelético nos arfar para o pescoço se demorarmos demasiado tempo a completar cada nível.
Se enveredarmos por estes modos avançados em multiplayer, passamos a partilhar as vidas a partir de um pote único, e para além disso, nada de continues.
Não fosse o título mostrar isso, mas para a curta longevidade de Bubble Bobble 4 Friends, é a componente couch co-op o verdadeiro brilho deste jogo. Com uma fasquia de entrada baixa e alguma diversidade de poderes que vamos encontrando, Bubble Bobble 4 Friends é mesmo um jogo para partilhar com amigos, sempre que possível. Daqueles que nos remete para as tardes de ombro-em-ombro com amigos a tentarem em conjunto quebrar um jogo de ponta a outra gastando o menor número de moedas possível.
No meu caso, jogar este Bubble Bobble 4 Friends é sobretudo um exercício de nostalgia. Não acredito que para as novas gerações seja um título que vá ter grande atenção, especialmente se tivermos em conta a quantidade e qualidade de jogos dentro do mesmo nicho que o mercado indie vai apresentando.