Aproveitando o novo evento de League of Legends, Space Groove, estivemos à conversa com Oscar Vega (Concept Artist on the Player na equipa de Immersion and Expression de League of Legends) e Neill Chua (Web Content Associate).
Olhando para os primeiros teasers de Space Groove, podemos identificar o retrofuturismo que se tornou trendy nos últimos anos. O que veio primeiro quando criaram este evento: a tendência ou a estética?
Oscar Vega: Para mim foi certamente a estética, visto que sempre tive um grande interesse pela estética dos 1960s e 1970s e queria brincar neste espaço (ahah) há algum tempo. Para mim a ideia surgiu do Groovy Zilean. Sempre senti que havia algo único em termos de temática e queria expandir essa ideia. Por sorte existe um processo de pitch de skins na Riot a cada quatro meses, e qualquer pessoa da empresa podem apresentar as suas ideias. A equipa que desenvolve as skins ajuda-nos a dar corpo a estas ideias com o conceito geral da temática. Pensei no facto de expandir a skin do Groovy Zilean e criar um universo à sua volta, e que isso deveria ser divertido.
A meio do processo conheci o Neill que estava a fazer pitch de algo retrofuturista. Trabalhámos juntos no pitch e lentamente refinámos o que pensávamos sobre isto e o conceito tornou-se próximo do que existe hoje. É na realidade um processo divertido: fazemos um pitch e apresentamos à equipa de skins e temos o seu feedback.
Neill Chua: Para mim também foi a estética. Sempre fui fã da música asiática dos 1980s como city pop e música moderna retro-inspirada como future funk e queria encontrar um meio de incorporar essas estéticas nos nossos jogos.
Sentem que o Space Channel 5 da Sega influenciou a criação deste evento?
OV: Não sei se conseguia apontar um único ponto de influência assim, já que tivemos tantas inspirações diferentes ao conceber isto, da moda, à cultura pop até à música. E novamente, a ideia de “E se o universo do Groovy Zilean acontecesse no futuro?”. Space Groove é o culminar de diversas ideias, não apenas minhas e do Neill, mas da equipa de desenvolvimento de temas inteira.
NC: Eu também não consigo identificar um referência específica que tenha influenciado mais que outros. Para contexto: eu nem sequer faço parte da equipa de skins, mas pude participar em 2019 no processo de pitch que acontece de quatro em quatro meses.
De início o que eu queria mesmo era fazer pitch de uma nova temática que eu pudesse usar em todos os meus jogos. Depois de olhar para o nosso catálogo de temas, percebi que já tivemos muitos dedicados ao sci-fi mas sempre com uma abordagem mais negra e uma estética mais edgy que não se enquadrava no meu estilo, e decidi fazer a minha pesquisa para encontrar algo mais colorido e alegre para o meu pitch de sci-fi. Acabei por ter mais inspiração em retro anime e música citypop, que utiliza um groove retrofuturista e batidas funky.
Juntarem disco e retrofuturismo lembrou-me um dos melhores jogos que joguei na década passada: o metroidvania indie Headlander. Ele foi uma das vossas influências?
OV: Nunca tinha ouvido falar deste jogo, mas vou dar uma vista de olhos. Parece excelente, ahaha!
NC: Também nunca tinha ouvido falar deste jogo, ahaha! Mas olhei para alguns screenshots e parece excelente!
Como foi o processo de escolher que champions receberiam as novas skins do evento?
OV: Escolher novos campeões é sempre a sua própria arte. Muito é tomado em consideração. Pensamos livremente em que ideias temos e que champions experimentar e encontrámos algumas boas ideias. O Nasus foi o que chegou no primeiro batch de concepts no pitch que fizemos e que ficou muito semelhante na sua iteração final. Os outros champions que escolhemos foram baseados em quão bem eles encaixariam na temática do universo, há grandes oportunidades de VFX no seu kit nesta temática, quantos dias passaram desde a sua última skin e o quão jogado o champion é. Há imensos aspectos que temos de ter em conta com o nosso elenco, e costuma ser muito difícil de o fazer, e agradeço imenso aos nossos produtores pela ajuda que nos dão.