Provavelmente o género city builder é o meu favorito. O nosso querido líder ainda não deve ter percebido, mas em breve vai perceber que praticamente tudo o que vai ser lançado nesse campo eu acabarei, mais cedo ou mais tarde, por pedir. Terra Nil, apesar de ser um jogo original, foge ao conceito clássico de jogos como Airborne Kingdom e envereda mais pelo caminho do gestor de recursos como Islanders. Não adorei, mas há aqui bom material.

A terminologia gaming evolui a uma velocidade que não consigo acompanhar, daí só ter reparado agora que este tipo de jogos se chamam reverse city builders… podia não ter mais nada de especial, que já me tinha ensinado algo. Felizmente tem muito mais para gostar. Terra Nil pega num cenário pós-apocalíptico na Terra, em que temos de reconstruir todos os ecossistemas perdidos. A maneira como faz isso é relativamente simples. Primeiro construímos eólicas para produzir energia, com essa energia construímos aparelhos para tornar o solo viável, a seguir já podemos semear coisas, … estão a perceber o caminho que isto vai levar.

Importante também mencionar que este jogo é assente numa premissa ecologista, então no final temos de limpar todas as estruturas criadas, pois estas não são naturais. Interagimos com todos estes sistemas numa mecânica de aproveitar a maior área possível com cada um dos edifícios, ou seja, temos de tentar optimizar ao máximo o que conseguimos fazer com cada peça. Nenhuma delas “encaixa” e é nesse limbo que reside o âmago da gestão. Temos um sistema de créditos de onde vão retirando valor por cada estrutura que colocamos, mas adicionando pontos por cada quadriculazinha sobre a qual efectuamos uma acção ecológica. É um sistema inteligente que me deixa curioso por ver como funciona no jogo completo e não apenas num nível desta demo.

É muito interessante a mudança de paradigma da Free Lives que eu conhecia por ter feito Broforce. Provavelmente ficaria desconfiado se este jogo não tivesse o cunho de qualidade da Devolver Digital, já que o trailer, embora bastante apelativo, deixava alguma margem de dúvida acerca do jogo. É assim que o preconceito funciona.

Iniciamos cada nível com terra completamente inviável

Uma das primeiras palavras que me ocorreriam para descrever este jogo seria relaxante. Uma música bastante calma, que de imediato me deu vibrações de Equilinox, compõe o pacote que à primeira vista me parece bastante bom.

Terra Nil ainda não é o jogo pelo qual aguardo desde que joguei Banished, mas é uma ideia muito interessante e divertida. Calmo, desafiante e original proporcionou-me um par de horas muito divertidas, contudo tenho alguma curiosidade em perceber a longevidade do jogo, porque fico com a sensação que se pode tornar repetitivo, embora haja ali algum espaço para ir introduzindo novas mecânicas que não apareceram nesta versão. Se gostas de city builders irás certamente gostar deste jogo.