Um jogo exclusivamente para ser jogado no modo de multijogador online vive da sua comunidade. Sky Link não tem nada disso. Considero que já esperei tempo demais para lançar uma análise, lanço o textinho mesmo assim.

O nosso querido líder só me espeta rasteiras destas. Já com Eximius eu tive de andar a jogar em PvE um jogo que não tinha ninguém a jogar em PvP. Teoricamente Sky Link é um jogo em que controlamos um drone de combate e enfrentamos jogadores em jogos de 4 contra 4. O que acontece na prática é um bocado diferente. Nos últimos dois dias, considerando a altura em que estou a escrever este artigo, ninguém se ligou e o melhor que consegui foi jogar 1 contra 1.

Mas alguma vez esse jogo ia valer alguma coisa?” Não, não ia. A verdade é que Sky Link é um jogo vulgaríssimo de controlar uma posição. Certo que me pareceu engraçado nas duas vezes que consegui jogar, mas nem consegui perceber até que ponto poderia envolver alguma estratégia de equipa se fosse jogado 4 contra 4.

E se algum streamer conhecido pegar nisso?” Nenhum streamer vai pegar nisto. Sky Link só tem um mapa, os gráficos parecem desenhados pela senhora que restaurou o Ecce Homo em Borja e é tão repetitivo que duvido que, mesmo que lhe pegassem, o jogassem mais que um dia. E isto já considera que o jogo parece mesmo dependente da nossa habilidade, muito possivelmente os melhores prevaleceriam.

Espera, então o jogo é só disparar, mais nada?” Posso dizer que sim, mas há uma componente de progressão. A cada combate ganhamos dinheiro que serve para comprar novos drones e novas skins. Cada drone tem armas, habilidades e velocidades diferentes, mas não me parecem diferentes o suficiente para criar estilos de jogo diferentes apenas pelas naves.

E se eu quiser jogar sozinho, chapéu?” Sim. O que existe é um modo skirmish que jogamos enquanto esperamos que outros jogadores se juntem ao jogo. Alguns jogos permitem-nos alterar a dificuldade e inteligência dos bots, mas não é esse o caso com Sky Link. Aqui jogamos com o que há e não bufamos. É para quem quer. Além disso esse modo não representa minimamente a experiência de jogo, limitamo-nos a andar para trás e para a frente a disparar contra drones que seguem sempre a mesma rota predefinida e a maioria das vezes só disparam contra nós se estivermos em determinados locais, basta estarmos um pouco ao lado e parecem já não nos ver. É o equivalente a porcos no matadouro. Até podem estrebuchar um bocado, mas acabam sempre por morrer.

E se passar a gratuito?” Vai mesmo passar a gratuito, aliás, estou há imenso tempo a protelar o texto porque aparentemente está para breve, só que esse breve nunca mais chega e a minha paciência não é ilimitada. Acrescento que, mesmo assim, dadas as características do jogo, creio que não irá vingar, contudo nessa altura não perdem nada em tentar.

Bolas homem, isso dá para piorar?” Infelizmente dá. Sky Link parece ter passado por um mau bocado durante o seu desenvolvimento. Mudou de nome, mudou de programadores, mudou de conceito… enfim, tornou-se um novo jogo. Por vezes todas estas mudanças resultam, mas aqui parece que produziu o que é habitual, um jogo cheio de problemas que não ganhou tracção.

Com isto, o que mais dizer? Um jogo que só tem multijogador online está completamente dependente da tracção que ganha, e não é fácil criar uma comunidade do zero nos dias que correm. Para além de terem de lutar contra os jogos previamente estabelecidos, concorrem ao mesmo tempo contra jogos que têm uma mecânica inovadora, ou uma ideia diferente. Vejam o exemplo de Lawbreakers, unanimemente considerado um jogo muito competente, com um orçamento grandinho, com imensa publicidade, mas que acabou como muitos outros, encerrado. A vida é assim mesmo. Quando passar a gratuito podem dar uma espreitadela. Na pior hipótese é igual a escrever “Eu estive aqui!” como se fosse uma porta duma casa de banho duma estação de serviço.