Quando o primeiro artigo do Rubber Chicken foi para o ar pelas mãos de um dos seus fundadores, o Miguel Tomar Nogueira, eu duvido que ele, com toda a energia e vontade de fazer algo de diferente no panorama da escrita de videojogos em Portugal, sonhasse sequer no tremendo impacto que o site viria a ter nas muitas pessoas que por cá passaram. Depois de 5667 artigos e de precisamente 10 anos de idade, de muitas pessoas que entraram e saíram ao longo destes 3654 dias de existência, continuamos sem saber bem o que reserva o futuro, mas o passado e o presente temos bem ideia do que ele representa.

Dois casamentos de membros do Rubber Chicken, muitos bebés, milhares de jogos, outros milhares de quilómetros de viagens para eventos de videojogos, muitas mudanças de carreira que se devem directa ou indirectamente ao Rubber Chicken, muitas amizades construídas, algumas desfeitas, três gerações de consolas, e aqui estamos, a comemorar os dez anos do Rubber Chicken, o site criado pelo Miguel Tomar Nogueira e pelo Frederico Lira, de forma descontraída e punk e que tanto, tanto acabaria por mudar as nossas vidas.

Eu que o diga. Quando me juntei, ainda o Rubber tinha onze meses de idade (viria a publicar o primeiro artigo mais tarde), a equipa era bem diferente. Aliás, essa tem sido uma tónica ao longo destes dez anos. O Isaque Sanches disse-me um dia – referindo-se ao Rubber Chicken, mas algo que se pode estender a todos os projectos amadores – que as pessoas têm um combustível finito. Que entram neste projectos, que gastam esse combustível e que partem. Desde a criação do Rubber passaram por aqui 62 autores e autoras diferentes, que contribuíram, com a sua voz, para aquilo que é a irónica voz sem voz do próprio Rubber Chicken. Um espaço onde as opiniões, as estéticas, os gostos e mesmo os objectivos individuais de cada escritor nunca foram alinhados, e dentro desse desalinhamento vai surgindo a aura do Rubber naquele período de tempo.

Essa aura é algo que se nota, se algum dia se derem ao trabalho de ler esses 5667 artigos: essa salutar falta de uníssono é aquilo que vai demarcando o Rubber Chicken em cada momento, visto que ele representa os autores mais activos. Tivemos momentos em que o tom generalizado era mais humorístico, mais noticioso, mais acutilante, mais aguerrido, mais militante, com maior destaque do mercado AAA, de pen and paper RPGs ou de indies. Oscila, como as marés. Mas neste caso a maré é constituída pela equipa mais presente no momento, nas vozes que são mais audíveis num momento, e menos noutro.

Apesar dos sonhos, desde a sua génese que era sabido que o Rubber Chicken teria uma dimensão máximo dentro do panorama português. Com uma produção predominantemente de artigos de opinião e curadoria, sem qualquer redireccionamento de press kits mascarados de noticia traduzida, sem espaço para rumores ou clickbaits, e com as certezas de que cada artigo não tinha de ser consensual: mas que teria de ser fruto da total consciência e isenção de quem o escreveu. Com um máximo de 3 artigos produzidos por dia, o contra-ciclo de um projecto tão específico quanto este choca de frente com as necessidades da vacuidade dos dias de hoje: onde a necessidade do clique e da view se sobrepõem muitas vezes à integridade.

O Rubber Chicken já teve intenções de ser algo mais, mas achar que ele nunca vai ser “mais do que isto” é muito redutor. É que dele surgiu e vai surgindo muito. De jogos publicados internacionalmente pelos seus membros, a eventos indie internacionais, a preponderante presença nos meios generalizados, ou mesmo a muitos dos seus membros que – alguns com surpresa própria – encontraram carreiras dentro desta área que tanto amamos, os videojogos.

No meu caso, a surpresa não poderia ser maior. Depois de ter sido, na primeira década de 2000, um frustrado e mediano artistas de videojogos, pensei que a minha vida na área seria apenas circundada à escrita num blogue pessoal e ao consumo desenfreado de jogos. A entrada no Rubber Chicken foi feita entre o desprendimento de fazer algo pela vontade da partilha da escrita onde a possibilidade de jogar jogos actuais de Nintendo era um semi-pagamento, mas não era tudo. Entre isso e às tremendas mudanças da minha vida – que, acredito, ainda não terminaram – e que advêm todas elas deste trabalho e desta entrega ao Rubber Chicken.

Devo muito ao Rubber Chicken, e nunca poderei agradecer o suficiente ao Miguel, ao Fred e ao André Sanchez terem confiado o destino deste meio nas minhas mãos. Dirijo o Rubber Chicken há mais de oito anos, e coordenei dezenas de pessoas que por aqui passaram durante este período. Tentei integrá-las e corresponder às suas expectativas, às suas ânsias e às suas vontades, tendo também a consciência que posso ter falhado mais nessa tarefa do que as vezes que acertei.

Devo muito ao Rubber Chicken em duas linhas diferentes, uma pessoal e outra profissional. A primeira porque encontrar um projecto que não tendo sido criado por mim mas que adoptei como um filho serviu (e serve) de elemento terapêutico para o controlo do meu Transtorno Obsessivo-Compulsivo, servindo como uma das mecânicas de auto-direccionamento dos meus problemas. Com o Rubber Chicken aprendi a escrever, liderar, negociar e comunicar melhor. Mesmo que essas melhorias, em alguns desses casos, me mantenham ainda num patamar de mediania. Mas o crescimento, esse, sinto-o como real. Foi graças ao Rubber Chicken que conheci muitos dos meus ídolos, e que conheci developers que, alguns deles, viria a reconhecer como grandes amigos, extrapolando a colaboração institucional. O mais cliché dos clichés também se aplica: há muito que as pessoas mais próximas na minha vida existem vindas do Rubber Chicken. Amigos – chamar-lhes-ia até família – que preenchem a minha alma e que comigo partilham, ou partilharam, o galinheiro.

Do ponto de vista profissional idem. As oportunidades que foram chegando, entre a colaboração com o Observador, o RTP Arena e mais recentemente o Público, a co-organização de eventos como o Lisboa Games Week, Lisbon Games Conference, Moche Xl Esports, Moche Xl Games World, Indie Dome, Indie X, conferências nacionais e internacionais, presenças em jornais, rádio e televisão, e também a coordenação de um projecto tão importante quanto os PlayStation Talents em Portugal.

E depois do Rubber Chicken?

Há quatro anos escrevi o artigo “E depois do Rubber Chicken?” como uma não despedida. Mantenho-o até hoje. Tenho doseado o meu envolvimento apesar de continuar a escrever artigos de forma quase ininterrupta ao longo destes 9 anos. São 2093 artigos escritos por mim dos 5667 publicados no Rubber, muitas horas de sono sacrificadas, muitas férias interrompidas, mas sempre com uma sensação de entrega e de vontade continuar que aparente não se esbater. Nunca imaginei que o meu combustível durasse assim tanto tempo.

Mantenho o que disse há quatro anos, esta conclusão volvidos 4 anos e meio tem a mesma perspectiva. Um momento onde o meu entusiasmo pela escrita encontrou outra voz que sempre quis encontrar, os podcasts, muito impulsionado pelo meu grande companheiro (e que veio, para gáudio de todos nós, juntar-se ao galinheiro), Rui Parreira. Mas sei que não vou ficar aqui para sempre, e esta nem é uma reflexão da minha própria mortalidade. É por saber que a minha paixão pela indústria só tem crescido e que se há tanto que o Rubber nos trouxe, a mim e a tantos outros que encontraram um novo direccionamento de vida nos videojogos, que poderão ainda existir até ao 20º aniversário do Rubber Chicken muitas outras surpresas pelo caminho.

Como dizia, devo muito ao Rubber e aos seus fundadores. Devo muito sobretudo a todos aquele que ao longo destes 10 anos partilharam esta casa, e, à falta de capacidade para os contactar a todos, despeço-me neste dia especial para todos nós com um contributo pessoal de alguns dos que marcaram e que marcam esta casa.

Obrigado também a todos os que ao longo destes 10 anos nos lêem, vêem, ouvem e visitam, que nos acompanham nas nossas múltiplas aventuras e que nos acompanham no nosso caminho, que pode nem sempre ser de crescimento, mas é decerto de evolução e maturação.

Obrigado, Rubber Chicken. Parabéns pelos teus – nossos – 10 anos.

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João Machado

Não consigo deixar de olhar para os 10 anos do Rubber Chicken sem ver as centenas de artigos deste repositório de opiniões minhas e de tantos outros, umas sérias e outras nem por isso, com as quais umas vezes concordei e outras já não, mas é isso mesmo que faz do Rubber Chicken o que ele é. Apesar de ter tido tantas vozes e tantos estilos, tantas personalidades moldadas por quem mais contribuiu em certos períodos da sua existência, é um espaço que dá espaço a todos os pontos de vista, e que respeitamos apesar de não ver o mundo da mesma maneira. Num ponto de vista muito egoísta o que mais tenho a agradecer ao Rubber Chicken foi a quantidade de oportunidades que nunca teria outra maneira de ter e que espero que as minhas contribuições tenham chegado perto do valor que essas oportunidades tiveram para mim. Dos 10 anos do Rubber Chicken estive envolvido em mais de metade da sua existência, gosto de acreditar que faço parte dele, tal como ele faz parte de mim. Tudo o resto que poderia dizer pareceria ingrato da minha parte porque nunca seria suficiente.

Alexa Ramires

Conheci o Rubber Chicken em 2015, quando através de um amigo, tive a tremenda Honra de ser convidada para partilhar a Minha Paixão por videojogos através da escrita. Lembro-me do primeiro artigo que escrevi, do ponto de vista de Psicóloga, sobre o monstro do “vício” em Videojogos. Desde aí, muitas linhas foram escritas, muitos jogos experienciados, muitos sentimentos vividos e acima de tudo, Gente fascinante que tive a oportunidade de conhecer, entrevistar, chamar de Amigo e… pasme-se ….casar com outro “Galo” . Sei que falhei incontáveis vezes as expectativas, mas sei também que no Rubber encontro Sempre a mesma Paixão imensa pelos videojogos, a Liberdade de Pensar e Dizer sem barreiras, e insubstituíveis Amigos!

Johnny Rodrigues

Num altura em que o jornalismo de videojogos em Portugal era praticamente uma colectânea de regurgitações de presskits ou marketing dos jogos ou então meras traduções de artigos de opinião lá de fora, surgiu um blog com um nome parvo baseado numa piada do Monkey Island mas que capturava bastante a essência do projecto. Um projecto indie punk e com uma pitada de comédia obscura mas claramente feito por quem muito jogou, joga e continua a amar o meio dos videojogos, com a liberdade total para falar deles como eles são – o bom, o mau e o podre – sem filtros, sem paninhos quentes. 10 anos depois e sem qualquer modelo de negócio que o sustente, o Rubber cobriu E3s e Gamescoms, contribuiu opinião seleccionada para a embalagem e anúncios de muitos títulos à venda no país, escreveu artigos de opinião para jornais nacionais, diversificou-se em podcasts e eventos indie e continua a ser um marco de excelência na escrita sobre videojogos deste país. Venham mais 10 anos, sempre a crescer. Parabéns à galinha :)

André Monteiro

Eclodida por 3 amigos, a galinha já vai com 10 anos.
Num universo onde o que interessa são os views, o clickbait, a análise de primeiro dia e os exclusivos, o Rubber Chicken sempre preferiu focar-se no conteúdo, na qualidade, na isenção. Em suma: no leitor.
Em português, aberto a todos, sem menosprezar a inteligência do seu público, tentando sempre prestar informação de qualidade, com humor e opinião.
Foi impressionante ver o crescimento e evolução, enquanto entidade, e tornar-se aos poucos um dos websites de referência do meio nacional, apreciado por leitores, distribuidores e criadores. Abrindo as suas asas e expandido o inicial foco em videojogos para outros meios de entretenimento (jogos de tabuleiro e de mesa, por exemplo).
Parabéns às galinha e a toda a sua equipe, pelo trabalho, esforço e isenção.
E um grande obrigado ao Miguel, Frederico, André e ao Ricardo.
Boas bicadas

Óscar Morgado

Antes do Rubber jogava tudo sozinho e não tinha com quem partilhar a experiência. Agora cacarejamos muito sobre a experiência neste ameno galinheiro. E continuo a jogar sozinho, muito obrigado.

Tiago Leonel Ferreira

Para mim, o Rubber? Bastante cliché, devo dizer. “Entrei por causa dos videojogos, ganhei uma família” – esse tipo de coisas. Se bem que é uma família disfuncional de tipo doutores drogados, portugueses de bem, com pedigree e canudo, que te pedem dinheiro emprestado e pagam-te de volta em jolas, off-topics e críticas silenciosas – isto se tiveres sorte. Sabem como é. Quem nunca. Deviam de ir todos presos, se querem a minha opinião.

Gonçalo Carvalho

Desde que conheço o Rubber que este é o meu portal de referência para jogos Indie. Nunca me pareceu um portal capaz de se render ao convencional e comercial, sendo que ao longo do tempo sempre me pareceu procurar e reforçar parcerias internacionais pouco vistas no nosso canto, algo que também começa a ser vincado na sua pegada audio, traduzida no mundo dos podcasts. Estas particularidades fizeram com que se tornasse o único portal que seguia para além daquele com o qual colaborava, e que agora tente todos os dias reproduzir esses mesmos valores indeléveis, para tentar com que novos leitores descubram jogos que provavelmente não terão facilidade em descobrir doutra forma.

João Corado

Foi numa altura meia perdida da minha vida que esta galinha de inesperadamente veio trazer um propósito relacionado com a minha verdadeira paixão na vida. Já aprendi muito e espero poder fazer parte deste grupo incrível por mais uns bons anos! Parabéns Rubber!

João Miguel Correia

Comecei a ler pelos artigos invulgares e com uma voz distinta, é um privilégio ter o meu bocadinho de história nesta tão ilustre casa. Parte fundamental do meu trajecto para hoje trabalhar na indústria dos videojogos.

Pedro Nunes

Seis páginas de artigos depois, sinto-me tão pequenino como quando entrei no meio de toda esta gente enorme. Este Rubber Chicken que me deu tanto, sem nunca me pedir nada, levou-me a onde estou hoje. Parabéns!

Nuno Marques

Existem coisas na vida que parecem destinadas… Conheci o Rubber por um mero acaso. A minha irmã era amiga do Ricardo, que estava a precisar de colaboradores para um evento na FIL, o agora defunto Indie Dome. Uma coisa levou à outra e comecei a escrever para esta que agora é a minha casa. Isto foi há 4 anos, quase metade da vida do Rubber. Nesse tempo tive a hipótese de entrevistar ídolos, cobrir eventos e ter experiências que nunca pensei que viria a ter. Graças ao Rubber, mudei de carreira, de país, de vida. É uma parte inseparável de mim e todos os dias agradeço ao Rubber e a todos que por ele passaram pela oportunidade que me concederam. Só custam os primeiros dez anos, agora é sempre para a frente!

Maria João Andrade

A Rubber foi e é para mim mais do que uma revista online sobre videojogos. É um local onde mais que descrição, se procura paixão, sentido e compreensão para uma arte ou artes que tantas vezes são incompreendidas e que dão abertura para tantas interpretações. Tive a sorte de ser uma das vozes desta galinha de borracha, e não posso deixar de me sentir afortunada, não só por ter tido a possibilidade de partilhar os meus pensamentos, paixões e conhecimento mas também pela família que integrei e grandes amigos que fiz. Que seja para sempre e que viva sempre da humildade e sentido que a caracterizam!

André Santos

Encontrar uma voz – e alguém que nos oiça – nem sempre é fácil. Durante anos penei para ler sobre videojogos, em português, com uma linha que me identificasse. Não é a independência nem o saber, é a vontade e a motivação com que a Rubber o faz. A independência e o saber são medalhas, mas o verdadeiro troféu é a incansável procura, não do melhor, mas dos jogos que nos fazem felizes. Durante anos tive muita vergonha em mandar aquele mail a perguntar se poderia escrever para a Rubber. Agora estou muito feliz por o fazer.

Rui Parreira

O Rubber Chicken é um nome incontornável na indústria de cenas em Portugal. Não é só jogos. É cultura, conhecimento, artes e tudo aquilo que envolve os gostos dos seus próprios membros. É a prova que os assuntos podem ser tratados de forma descontraída, mas ao mesmo tempo com a seriedade necessária e sem entrar nos clichés. Aprende-se a ler, não apenas sobre o assunto em si, mas também as motivações e inspirações que levam os autores a chegar ali. O nome Rubber Chicken pode ser inspirado num jogo de piratas, mas o seu significado é hoje conectado ao alternativo, ao indie, a tudo o que foge às normas instauradas nas diversas indústrias que faz cobertura. É o videojogo mais obscuro que ninguém ouviu falar, é o jogo de tabuleiro que nem sabíamos que existia, é aquela banda de música que pensávamos extinta há 20 anos. É por isso que 10 anos é uma data redonda de comemorar, num prazer e orgulho em pertencer a este galinheiro. E se eu tivesse que escolher um galináceo, eu seria o pato.

Daniel Carvalho

O meu contacto com o Rubber, como de tudo o que é bom, veio do éter da aleatoriedade. Depois de tempos incessantes a tentar cativar pessoal para começar mesas de jogo e ganhar algum tipo de credibilidade no que toca a usar jogos narrativos como terapia, veio a Alexa (my sister from another mother) e perguntou-me se não queria escrever sobre o assunto. O resto é história. Daqui surgiu a rubrica Hens of Pen and Paper, à qual me dediquei durante 4 anos e com regularidade semanal (fora parcas excepções), até à exaustão de conteúdo a abordar. Enquanto isto, lá se redigiam opiniões, reviews e outras análises a outros jogos títulos, não só para sair da rotina, mas também para mostrar que há mais para além dos jogos narrativos. Depois de um hiato usado para me dedicar a outros projectos, tem ficado claro que esta vertente não se perdeu, na forma de um regresso desprovido do mesmo tipo de regularidade, mas com a certeza de que haverá sempre algo para escrever.

André Henriques

Por entre uma indústria repleta de boas vozes portuguesas, o galinheiro sempre quis cacarejar à sua maneira, independente das tendências. Um espírito de família e camaradagem onde aprendi e evolui, chocando até onde estou hoje.

André Marrucate

Aqui aprendi muito, artigos de opinião sincera com crítica objectiva e sempre divertida sem paralelo noutros lados, sinto-me em casa.

Ricardo Mota

O Rubber nunca olhou aos números. Nunca foi atrás do clique fácil e da leitura das letras gordas. Ferozmente independente, defende, por vezes com um humor mordaz, essa independência de forma intransigente e apaixonada. Tal como vive o seu amor pelos videojogos.