Sou forçado a admitir que quando pedi Giants Uprising senti de imediato que o jogo poderia não ser bem o que esperava. Confirmei esse sentimento desde o primeiro segundo. A seu favor tem o ror de updates quase diários, embora no meu entender haja uma forte possibilidade de não haver salvação para este título.

O que salta de imediato à vista em Giants Uprising é a péssima performance. Já baixei a resolução, qualidade gráfica, retirei imensos efeitos, mas nada. Certo que há momentos com assets com fartura no ecrã, mas isso não explica os problemas nos restantes locais.

A história é relativamente simples. Os humanos estão em guerra com os gigantes e nós, um gigante que se alia a um humano, começamos a fugir dos nossos captores. A facilidade com que o fazemos leva-me a pensar porque é que todos os outros não fizeram o mesmo, mas adiante.

Destrói, avança, repete.

Nas múltiplas cutscenes reparamos que levamos o nosso aliado humano no ombro, mas como por magia este desaparece mal começamos a jogar. A acumulação de detalhes deste género, que quando julgados de forma isolada não causam grande mossa, começam gradualmente a retirar-nos da imersão com a sua acumulação.

O gameplay deste jogo é bastante repetitivo. Limitamo-nos a destruir estruturas e a matar humanos da forma mais rápida que conseguimos, já que o dano que sofremos é alto e destruir estruturas, por alguma razão obscura, repõe gradualmente a nossa vida. Vejo o potencial para diversão neste loop que nos impele a avançar sem demoras, porém os controlos são horríveis, assentes numa estrutura de resistência que dos impede e não impede ao mesmo tempo de efectuar uma acção, tem dificuldade em perceber quando queremos executar uma acção, carece de precisão milimétrica para executar algumas acções, e nem sempre reconhece se atingimos algo. É muito difícil explicar, mas o movimento é atroz.

Nós é que somos grandes, ou os outros pequeninos?

O diminuir a qualidade da imagem de forma sucessiva também implica a perda gradual do detalhe da mesma e isto é especialmente importante porque somos gigantes e todos os humanos são meras formiguinhas à nossa volta. Para ser honesto parecem pontinhos, e dificilmente os consigo distinguir uns dos outros. Considerando que há múltiplas armadilhas para nos apanhar também dava jeito perceber onde estão dissimuladas no ambiente. Tal como noutros aspectos, também aqui as mini embirrações vão acumulando.

Há um sistema em que ganhamos pontos que servem para adquirir melhorias. O engraçado é que nada nos diz que ganhamos esses pontos, e melhorar as nossas capacidades tem que ser feito num menu externo à campanha. Sim, é isso mesmo.

Controlar o nosso gigante está longe de ser fácil.

Tenho que referir que este jogo está em acesso antecipado e o ritmo a que saem actualizações é praticamente semanal, alguns dos bugs que me fizeram recomeçar o jogo duas vezes já parecem ter sido corrigidos, contudo não consigo deixar de pensar que terá sido muito cedo para lançar mesmo que nesta espécie de beta da moda. Este choque inicial pode ser o suficiente para afastar imensa gente. A mim vai afastar após meras 5 horas de jogo, até porque ao me voltar a ligar o meu save tinha ido ao ar novamente, embora mantivesse as minhas habilidades melhoradas e 4 pontos negativos para distribuir. Cada novo login é uma aventura.

Entendo que no papel Giants Uprising parece uma ideia interessante, mas neste momento os problemas de performance, bugs, controlos e gameplay muitíssimo repetitivo deixam-me na dúvida se este jogo alguma vez ainda virá a ser divertido. Na melhor das hipóteses, caso gostem mesmo da ideia de ser um gigante, esperem por mais algum desenvolvimento já que estará cerca de um ano em acesso antecipado, ou caso procurem somente descobrir… descubram outra coisa.