Muitos apenas conhecem a Riot Games por League of Legends, mas desde que o MOBA fez 10 anos, tornando-se um dos títulos mais populares da atualidade, a editora mudou para outras direções.

League of Legends continua a ser a jóia da coroa da editora, sem dúvida, mas é agora a base de todo um universo expandido a outros projetos protagonizados pelas populares personagens. E se a Riot começou por lançar spin offs em forma do Auto Chess Teamfight Tactics e o Trading Card Game Legends of Runeterra, os planos são bem mais ambiciosos e começaram a dar frutos. Em primeiro lugar, o seu primeiro FPS, Valorant é já um sucesso quase ao nível de CS: GO. Existem outros projetos em desenvolvimento, incluindo jogos de combate, o Project L, um de plataformas e o mais aguardado MMO, liderado por Greg Street ex-Blizzard de World of Warcraft.

Os planos de expansão da empresa passam pela criação da Riot Forge, uma editora responsável por reunir estúdios externos para criar jogos baseados no universo League of Legends. E dos quatro títulos prometidos, dois deles saíram recentemente em forma de surpresa. O primeiro é Ruined King, produzido pela Airship Syndicate de Joe Madureira, um RPG com combates por turnos que irei falar noutra oportunidade. O segundo este Hextech Mayhem: A League of Legends Story, um jogo de plataformas com elementos rítmicos.

Hextech Mayhem é claramente um jogo indie que foi adotado pela Riot Games, transformado num spin off oficial de League of Legends. Até porque o estúdio Choice Provisions, anteriormente conhecido como Gaijin Games ficou conhecida pela série Runner, jogos de plataformas 2D em side scrolling com a mistura de elementos de ritmos musicais. E é exatamente disso que se trata este Hextech Mayhem, um título bastante familiar para quem jogou os anteriores jogos do estúdio.

Conhecidos como os “rhythm runners”, este título coloca-nos em níveis variados onde temos de controlar o maníaco Ziggs a chegar ao final do cenário, evitando que ele colida contra os cenários. É que não temos qualquer controlo da personagem, apenas três botões de ação: saltar, baixar e atirar bombas. E essa simplicidade, aparente, revela-se um verdadeiro caos quando assumimos o controlo da personagem.

Na sua essência, o jogo comporta-se como um Guitar Hero ou Rock Band, em que temos de premir a ação no timing correto, quando o respetivo símbolo aparece no cenário, mas estes estão disseminados no cenário, que no meio do caos de tudo o que está a acontecer, pode ser complicado. E mesmo sendo apenas três botões, acreditem que é complicado superar todos os obstáculos sem nos trocarmos todos.

O objetivo é chegar ao fim do nível, mas pelo meio é necessário recolher o máximo de estrelas, uma vez que os níveis adiante obrigam a um mínimo de performance anterior. Além disso, embora tenhamos de saltar no respetivo salto, para evitar o obstáculo, podemos fazê-lo livremente, até porque alguns dos símbolos estão fora desse percurso.

E como o nome indica, os níveis incentivam a disparar bombas fora do seu timing correto também, para aumentar a barra de mayhem no final, sendo assim completado o desafio com maior percentagem. Nesse sentido, os níveis deixam de ser tão lineares, levando-nos a tentar recolher estrelas e obter mais caos, ao mesmo tempo que estão concentrados a cumprir os símbolos, esses sim não podem ser falhados.

O jogo é composto por dezenas de níveis, com três bosses intermédios. Os bosses funcionam da mesma maneira, mas são cenários um pouco mais complexos, pois estes podem fazer os símbolos desaparecer, obrigando-nos a tomar mais atenção ao seu formato.

Sendo um jogo rítmico, não poderiam faltar melodias com ritmo, que têm sincronização com as ações que fizerem. Por exemplo, o símbolo de baixar representa a tarola de uma bateria, por isso, nos locais assinalados, vão dar mais ritmo à música. E quando somam alguns combos, entra uma guitarra adicional, reforçando as músicas, que digam-se, são bastante boas. Quando se habituam às mecânicas do jogo, vão notar que muitas ações acabam por ser espontâneas, como que guiadas pela música e isso torna a experiência ainda mais divertida e envolvente.

O jogo não é muito penalizador quando embatem nos obstáculos, resumindo um pouco atrás até o jogador voltar a entrar no ritmo. Podem perder alguns itens que ditam a performance no final do nível, mas ao menos não têm de recomeçar de novo. No entanto, os níveis são geralmente curtos, incentivando a repetir constantemente para melhorar a performance.

E o que o jogo tem a ver com League of Legends? Sendo uma história de Runeterra, o jogo centra-se em Ziggs e o inventor Heimerdinger, que protagonizam algumas hilariantes sequências animadas.

Hextech Mayhem é uma agradável surpresa, um jogo de ritmo disfarçado de plataformas, colorido e caótico. Tem uma interface simples, mas os níveis são progressivamente desafiantes. Um jogo para jogar de forma descontraída para passar o tempo.