Boas Festas, Classe Operária!

Então como foi esse ano? O meu, foi… Bem… foi. Teve altos e baixos. Gradualmente tenho tentado voltar a montar o cavalo depois de ter caído no ano passado. Já há um mês e trocos que tenho tido algum gosto a jogar algumas coisas e parece que talvez consiga voltar a preencher estas páginas com algum conteúdo daqui para a frente, mas com moderação. Decidi que o que deve ser o meu último artigo do ano devia manter a tradição dos últimos 7 natais em que vos apresento a lista dos meus jogos favoritos: Os Machados do Ano. Contudo, como durante o ano todo devo ter jogado menos de 10 jogos e gostei menos de metade deles, ia ser uma lista muito curta. Portanto decidi roubar a ideia do Ricardo em que mete várias coisas no seu Editor’s Choices, e vou fazer algo semelhante. 

Abaixo vão ter os Machados de várias categorias de entretenimento, algumas com vencedores, outras nem por isso, no que eu acho que foi 2021. 

Nem todos são de 2021, alguns apenas vi neste último ano. Talvez tenha sido este ano, talvez não. Não tenho a certeza porque desde Março de 2020 que a citação do Doctor sobre o tempo faz mais sentido que nunca.

Documentários

Aproveitando a quantidade absurda de plataformas que nos providenciam mais horas de conteúdo do que é possível ver se estivéssemos acordados 80 anos vi alguns documentários 

Entre eles recomendo:

The SpeedCubers (Disponível na Netflix): relata o mundo das competições mundiais de resolução de Cubos de Rubik focado em Feliks Zemdegs considerado durante anos o Rei dos Cubers e Max Park, um rapaz autista que o idolatra e que usurpou a sua coroa batendo os seus recordes. Ao contrário do que se esperaria, a história não é de rivalidade mas de amizade.

Be Water (Disponível no Disney +): A filosofia e ensinamentos de um dos meus ídolos, Bruce Lee e como ele lutou contra as adversidades de ser um oriental em Hollywood.

100-Foot Wave (HBO): Gareth McNamara e a sua procura pela onda de 30 metros, como isso o levou à Nazaré e como ele ajudou a transformar uma vila pesqueira em Portugal na Meca dos surfistas de ondas gigantes.

Darkside of the Ring: Este foi o ano que vi quase tudo de Darkside of the Ring, inclusive a temporada 3 (menos os dois últimos episódios que espero ver durante as férias). É mais direcionado para fãs de wrestling mas pode ser visto por qualquer pessoa já que conta histórias de bastidores. Rivalidades, abusos de drogas, doenças mentais, lesões, crimes e muitas outras, algumas delas são focadas ou proporcionadas por um homem que é o asco do mundo do wrestling. Sim, Vince Russo, tu estás ali entre uma barata e um bocado de cocó porque se te chamasse barata ou cocó seria um insulto para ambos. 

Séries

Vi bastantes séries este ano, umas melhores, outras piores que deixei a meio e outras apesar de ter visto na sua integridade a muito esforço não valem a pena trazer para esta longa lista de recomendações divididos por plataforma onde estão disponíveis

Netflix:

Cobra Kai S3: Eu sou um Cobra Kai OG, a única outra pessoa que eu conheço que também o é e não vive comigo chama-se Shiryu. Foi a única pessoa que sei que também viu as duas temporadas originais quando eram exclusivos YouTube e andou a evangelizar as pessoas sobre CK. Depois de passar para a Netflix os valores de produção subiram mas continua lá aquela essência nostálgica perfeita. Estou muito ansioso por ver a temporada 4 a partir de 31 de Dezembro com o regresso de Terry Silver, e o que eu espero seja um cameo da Hilary Swank. Ela também foi uma aluna do Mr, Miagi e se conseguiram a Elisabeth Shue para a temporada 3, deviam consegui-la para esta também. E como novidade, já há uma temporada 5 totalmente filmada. Seja como for que vai acabar esta temporada, a história não acaba por aí.

Midnight Mass: Mike Flanagan é um argumentista e realizador muito peculiar, já tinha ganho algum protagonismo na Netflix com as suas séries Manor (que eu ainda quero ver) mas foi curiosamente a sua obra mais recente, Midnight Mass que me agarrou. Descobri-a por causa do Rahul Kohli que protagoniza o Sheriff Hassan em Midnight Mass e adorei. Para quem nunca viu não vou estragar a série e vou só dizer que é de terror mas também sobre relações humanas, religião e da maneira como as nossas crenças (religiosas ou não) influenciam quem nós somos e o que vemos.

Cowboy Bebop: Talvez a minha escolha mais controversa, sei que muita gente não gostou de tal maneira que não vai ter uma segunda temporada. Bebop não é, nem de longe, das minhas séries favoritas de anime mas vi-a há muitos anos quando a Sic Radical passava este tipo de animação. Não é uma adaptação ipsis verbis mas é uma boa adaptação, com um elenco escolhido a dedo (excepto o Vicious) e que entretém bastante. Essencial? Nem por isso, mas dá para ver.

Lupin: A adaptação aos dias de hoje do ladrão cavalheiro na pele de Omar Sy. Duas temporadas de puro entretenimento de qualidade.

Umbrella Academy: Aproveitei para ver as duas temporadas de Umbrella Academy. Tendo lido os livros mas não adorado foi uma bela surpresa. Alterando o necessário para que não fosse totalmente ridículo em TV e com algumas prestações geniais em particular de Robert Sheehan como Klaus, foi uma das minhas maiores ajudas nas noites de Fevereiro e Março de confinamento.

Disney +:

The Falcon and the Winter Soldier: A minha opinião sobre os filmes da Marvel é conhecida e tendo em conta que o meu favorito é Captain America and The Winter Soldier não é de estranhar que esta tenha sido das minhas séries favoritas. Foram buscar as coisas necessárias à BD para tornar a série interessante, como a inclusão de Isaiah Bradley ou do U.S. Agent, prepararam a criação dos Thunderbolts e meteram o dedo em várias feridas da cultura dos Estados Unidos que eu nunca esperei ver.

Mighty Ducks: é o Cobra Kai mas com o Emilio Estevez e hockey em gelo. Sim, eu sou um fã dos Ducks, e este reboot foi um bálsamo, aqueles 30 a 40 minutos por semana em que eu via o episódio na minha hora de almoço deixavam-me sempre com um sorriso nos lábios. Só tive pena de ter sabido que devido a Covid, os planos de incluir os Ducks originais foi alterado e foram colocados todos no mesmo episódio quando originalmente iriam aparecer aos poucos ajudando os novos protagonistas com os seus dilemas. Mesmo assim, valeu bem a pena.

RTP Play:

Pôr do Sol: Tecnicamente é uma série ou uma novela? Não sei, mas valha-me São Cajó e o Nosso Senhor do Coisinho se o Machado do Ano de Séries não vai para Por do Sol. Esta criação de Manuel Pureza, Henrique Dias e Rui Melo é das coisas mais brilhantes a sair da produtora nacional desde, sei lá… aquele programa do Júlio Isidro em que ele metia pessoas num Mini e sem dúvida a minha série favorita do ano. Cada minuto tem uma piada, cada sequência tem uma bofetada aos clichés das novelas, mas com classe. 

Acima de tudo, Doa a quem doer. Custe a quem custar. Chupe a quem chupar, a saga da família Bourbon de Linhaça tem o melhor vilão da história da TV. 

E quem é ele? Correio!!!

Livros BD

Die: A secção de BD dos Machados tem só um livro. Quer dizer 4 livros. Quer dizer 20.

Vamos começar do início. No final do ano passado expliquei aqui que tinha encontrado o RPG e as Graphic Novels Die inspiradas em TTRPG escritas por Kieron Gillen, criador do manifesto New Games Journalism. Este ano a saga acabou no número 20, está tudo feito num D20 desconstruído. Nesta obra ilustrada de forma sublime por Stephanie Hans, também são desconstruídas as ideias de base dos jogos RPG numa viagem pessoal e introspectiva sobre identidade e como usamos jogos para refletir muitas vezes quem nós realmente somos. Estão disponíveis em 20 números originais se os encontrarem, ou 4 volumes compilados. Acho que também em versão digital mas eu prefiro as físicas.

Podcasts

No mundo dos podcasts não há vencedores porque todos eles me têm ajudado a passar o tempo. E como estão disponíveis a vários dias de semana com várias durações (nem todos têm 4 horas por episódio para serem os mais ouvidos do Spotify) consigo gerir mais ou menos o tempo e dar-lhes a atenção devida durante a semana.

Todo o universo Split-Chicken: Todo? Todo não, uma pequena aldeia de irredutíveis gauleses… Esperem. Introdução errada. Todo o universo destes moços vale a pena ser ouvido, não sei se eles sabem o que conseguem fazer de um ponto de vista terapêutico, mas é muito bom ouvi-los todas as semanas.

Inside of You with Michael Rosenbaum: Continuo assiduamente a ouvir Michael Rosenbaum que interpretava Lex Luthor na série Smallville em conversas profundas e pessoais com vários artistas mas maioritariamente músicos e actores. Ver o lado pessoal de quem raramente parece ser um ser humano com preocupações comuns é refrescante e tocante. Já o oiço há uns 3 anos e faz sempre parte das minhas recomendações, este ano teve várias entrevistas e convidados de alto nível como Stephen Amell mais uma vez, Ming Na Wen, Nick Frost, Neal McDonough, Robert Eglund e muitos outros.

The Weekly Planet: Focado em Filmes, TV e BD com dois amigos australianos. É um Split-Chicken do outro lado do mundo. Só não se dispersam tanto. Já os oiço há tanto tempo quanto ao Rui e ao Ricardo e são a minha companhia habitual de segunda de manhã.

Three Black Halflings | A Dungeons & Dragons Podcast: Descobri TBH por acaso, sigo várias fontes de entretenimento relativo a TTRPGs no geral e D&D em particular e Three Black Halflings, seja com as suas conversas e convidados especiais (sempre no mundo dos Role Playing Games) ou sessões das  suas campanha foi uma lufada de ar fresco num universo que tem uma perspectiva habitualmente muito limitada.

WWF – Wrestling with Freddie: Este é o mais recente de todos, só tem pouco mais de um mês e uns 5 ou 6 episódios mas como é sabido sou um fã do Freddie Prinze Jr, seja no que sei da sua vida em geral seja nos seus conteúdos online do seu canal Gegghead, o seu novo podcast Wrestling with Freddie, onde ele fala do seu amor por Wrestling desde que a sua avó o introduziu a Lucha Libre aos dias que ele era argumentista e acting coach na WWE é interessante para fãs. Não é o Darkside of the Ring mas há ali coisas interessantes. O seu estilo não é para todos mas podem dar-lhe uma oportunidade.

Critical Role: Não é um Podcast mas também há em Podcast e ao fim de quase 2 anos consegui pôr-me a par das milhentas horas de todo conteúdo CR. Neste momento já estou a acompanhar a Campanha 3 desde que começou. Muita gente não gosta deles por seja que razão for e estão no seu direito, mas por alguma razão eles são os maiores da Twitch se gostam de TTRPGs vale a pena ver se têm 4h livres por semana. Se quiserem ver tudo é bom que tenham muito tempo, campanha 1 tem 115 episódios com uma média de 4h cada, a Campanha 2 tem 141, mais one-shots, mini campanhas de 4 a 8 episódios, é muito tempo. Dá para ver bem a 1.5x ou até 2x e saltar alguns.

Séries de animação

Também vi algumas séries de animação, muitas com a miúda, outras sozinho porque gosto e as pessoas têm que perder a mania que animação é só para crianças. Algumas vou a meio mas recomendo mesmo sem ter acabado que são Arcane e Maya and the Three que têm uma animação absolutamente brilhante e histórias interessantes e não acredito que vão descer de qualidade nos últimos episódios. As restantes são:

The Bad Batch: As melhores histórias de Star Wars são as que não são centradas nos Skywalker, não me canso de dizer isto e tanto The Clone Wars como The Mandalorian e agora The Bad Batch são pontos fortes do meu argumento. O desenvolvimento dos personagens, as suas relações com o universo e todo o enredo de Bad Batch mostram como uma galáxia muito muito distante pode ser tão rico se não nos focarmos só numa família com complexos messiânicos.

Castlevania e Masters of the Universe: Juntei estas duas porque são feitas pelo mesmo estúdio de animação (originalmente MoU estava nas que não ainda acabei) e enquanto Castlevania tem um enredo muito bem estruturado e escrito como deve ser, Masters foca-se em dar um twist à nostalgia. Muita gente não gostou porque “blá blá blá”, mas vamos ser sinceros, a série original é péssima só temos boas recordações porque era o melhor que tínhamos na altura. Entre as duas séries somos presenteados com algumas das melhores sequências de acção feitas na animação. Algo que a Powerhouse Animation é exímia a fazer.

Bluey: Nada me deu tanto prazer a ver como Bluey este ano. A minha mulher estava a tomar conta da miúda um dia durante o confinamento e disse-me que viu uns episódios e eu devia ver. 

Rapidamente tornou-se a minha série de animação favorita dos últimos anos. A animação apesar de parecer simples é tão detalhada ao ponto de sabermos exactamente que parte do dia é no episódio só pelos efeitos e cor da luz. A música, original e adaptada, é perfeita para cada episódio que conta em 5 a 7 minutos pequenos momentos da vida dos Heeler e de quem vive à sua volta. É ternurenta, é real, às vezes faz rir e outras faz chorar, mas sempre que vejo faz-me sorrir. Bandit e Chilly Heeler são os meus exemplos de pais ideais e se eu puder ser metade do que eles são para a minha filha que é uma mistura de Bingo e Muffin, eu ficaria muito feliz. 

Bluey está disponível no Disney Plus (a primeira temporada apenas) a primeira e segunda estão no Disney Junior (excepto um episódio genial em que simulam que o Bandit está grávido porque “deve traumatizar as crianças ou o *******! Não percebo porque esse episódio nunca deu na TV) e recomendo a toda gente, quer tenham filhos ou não. A terceira temporada já começou na Austrália mas não está disponível na Europa, talvez esteja na Internet. 

Nada como um episódio inteiro do site youtube oficial para perceberem como Bluey pode ser fantástico. Ainda não vi um mau episódio dos mais de 100 que fazem as duas temporadas, o pior de todos para mim é só bom. Mais do que uma série de animação para miúdos que os pais podem ver, é uma série para adultos que os miúdos podem ver.

Filmes

Filmes foi coisa que vi pouco, não sei porquê mas aquela coisa de estar mais de uma hora a ver a mesma coisa fez-me confusão este ano que passou. Curiosamente vi vários episódios seguidos de algumas séries que feitas as contas eram mais que a duração de um filme, mas deve ser algo psicológico.

Não obstante, os Machados do ano para filmes são:

The Harder They Fall: É raro ver westerns hoje em dia porque não se fazem muito, recorro sempre aos meus clássicos em especial ao meu Tombstone quando me apetece ver um. Cada vez mais raro é ver um Western com o elenco de The Harder They Fall. A Netflix lançou filmes a um ritmo semanal com grandes nomes no último ano, mas este foi sem dúvida o meu favorito dos que vi. Até o Red Notice que foi o mais visto de sempre da plataforma foi só meh. Está ali na categoria dos da Marvel, entretém. The Harder They Fall, esse sim gostei de tudo.

Dolemite is my Name: Dos dois filmes que vi com Eddie Murphy este ano, sem dúvida que Dolemite foi o meu favorito. Coming 2 America é divertido, quase uma cópia do original que sabe o que era e não se levava a sério mas Dolemite is my Name é uma obra biográfica dramatizada sobre Rudy Ray Moore, mais conhecido como Dolemite que foi um dos grandes nomes dos filmes de Blaxploitation dos anos 1970. É um filme sobre tenacidade e nunca desistir dos seus sonhos. 

Dune: Não há nada como ver uma das nossas obras literárias favoritas transposta perfeitamente para o grande ecrã. Muitos tentaram e poucos conseguiram tanto com Dune como com outros livros. Dune foi o único filme que vi nos cinemas nos últimos anos e valeu totalmente a pena ir lá. Do casting aos cenários, das roupas à banda sonora, tão perfeito como pode ser possível alcançar. Sempre considerei The Princess Bride a melhor adaptação Livro-Filme de sempre. Se os dois próximos filmes de Dune forem tão bons como o primeiro talvez usurpem a coroa da princesa.

Menção honrosa: Ladyhawke: Revi este filme graças ao catálogo STAR no Disney + e merece uma menção especial porque continua a ser um grande clássico. Uma história de amor impossível com uma banda sonora fantástica que a minha mulher nunca tinha visto e não percebe porque é que não conhecia até agora. Eu, por outro lado, revi a origem da minha grande paixão pela Michelle Pfeiffer e toda a gente deve ver este filme.

Filmes de animação

Além de filmes com pessoas a sério, vi bastantes filmes com pessoas, e não só, desenhadas. Aproveitei para apanhar alguns mais antigos como: Inside out, Onward, Wreck-it Ralph e Ralph Breaks the Internet que são muito bons, e revi também Into the Spiderverse que continua a ser o meu filme favorito dos Spiderman. Há quatro filmes que gostei bastante este ano, sendo um o Machado do Ano, um pouco mais antigo.

Luca: Dizer que é um filme da Pixar é logo meter num patamar de qualidade que muitos outros estúdios têm dificuldade de chegar nos seus melhores momentos. Será que Luca é o melhor filme do estúdio?  Não, não é. Mas é uma história tão interessante sobre família, amizade e crescimento que é impossível não recomendar.

Mitchells Vs the Machines: Dentro das histórias sobre crescer e família temos uma surpresa vinda do nada. Mitchells Vs the Machines é um filme genial que tem tanto de belo na sua mensagem como na animação, não saíram muitos filmes como este fora do estúdio do candeeiro e este está taco a taco no que diz respeito à qualidade.

Raya and the Last Dragon: Gosto imenso que tanto nos filmes como nas séries a Disney ande a explorar outras culturas muitas vezes pouco representadas no que fazem. Raya não é só uma aventura interessante e muito bem feita mas também foi uma enchente de emoções para mim porque me recordou as minhas explorações do sudeste asiático que serviu de inspiração para muitas coisas do filme. Especialmente a comida.

Encanto: O mais recente filme da Disney foi uma surpresa agradável para mim, continuando este novo estilo de filmes que deixaram de lado o conceito de princesas à procura de um príncipe, Encanto tem uma história que nos deve tocar a todos. É um filme sobre família e sobre as expectativas que todos à nossa volta têm e as que nós metemos nos nossos ombros. Se somos quem somos pelo que somos capazes de fazer e apenas isso ou se devemos ser quem nós sentimos que queremos ser? 

Coco: Machado do ano e talvez da década para filmes de animação. Coco tornou-se o meu filme favorito da Pixar a uma distância enorme dos seus outros concorrentes. Percebo que não seja para toda a gente, mas para mim todos os momentos foram tocantes.

Board games

Finalmente chegamos aos jogos do ano, primeiro de tabuleiro e depois os de video.

Dragomino: Adição de última hora a esta lista porque foi uma prenda de Natal que comprámos para a miúda e não estava à espera de gostar tanto dele. É um jogo para crianças mas muito divertido que vai ter um artigo em breve.

Dune Imperium: Worker placement, espionagem e traição. Ao comando de uma das casas do Imperium o nosso objectivo é manobrar o fluxo de especiaria para conseguir derrotar os outros competidores. Não se deixem enganar pelo nome se gostaram do filme se não são fãs de worker placement, é um jogo muito táctico que não é fácil de gostar sem estar na mentalidade certa.

Cartographers: Tetris em papel. É a melhor maneira de descrever este jogo em que fazemos mapas numa folha quadriculada. Para mais informações tenho para aí uma análise completa ao jogo e deixo a dica que foi lançada recentemente uma edição muito bonita com todas as expansões. Se soubesse que ia gostar tanto dele tinha esperado e comprado essa. Agora terá que ser em separado.

Jaws of the Lion: Sem dúvida o meu board game favorito do ano é tão bom como o original mas muito mais simplificado e “user friendly” também tenho um artigo sobre ele.

Eu tinha ideia de jogar e recomendar mais jogos mas infelizmente são só estes os que recomendo porque graças aos problemas logísticos de distribuição Batman the Animated Series – Shadow of the Bat, Tiny Epic Dungeons e Darkest Dungeon só vão chegar em 2022 sabe-se lá quando. E The Princess Bride Adventure Book que comprei em Novembro para ser a minha prenda de Natal está desalfandegada há um mês e em espera de distribuição. Viva as privatizações, não é? Lembrem-se disso quando forem votar nos finais de Janeiro.

Videojogos

Os últimos Machados deste ano. Infelizmente como já tinha dito joguei muito pouco durante 2021, estive um bocado às avessas com videojogos e demorei a recuperar o gosto. Estou a tentar não abusar e voltar a entrar em burnout jogando pouca coisa e só enquanto me dá prazer. Dos jogos do ano podem ver os meus artigos mais longos no site mas só para referência são:

Wrestling Empire: O sandbox de wrestling que foi o meu jogo mais corrido da Nintendo Switch, parece que joguei um total de 41 horas durante o ano e dessas 25 foram com este simulador de luta livre americana. McDickie, o seu criador é um exemplo para a indústria que não se deixou abalar por algumas críticas negativas no lançamento e foi constantemente melhorando e adicionando conteúdo ao seu jogo tornando-o um peso pesado nos jogos de Wrestling actuais.

Wildermyth: Um jogo que faz o que nunca julguei possível, um mundo de TTRPG bem reproduzido em jogo de vídeo. Claro que há grandes obras de RPG por aí, mas Wildermyth consegue fazer o que os outros não fazem, dar decisões e repercussões aleatórias ao jogador e fazer com que fiquem de uma forma coesa no jogo e enredo. É dos meus jogos favoritos deste e dos últimos anos.

Forza Horizon 5: Ah… Forza Horizon 5. Tão bom, tão polémico para tanta gente que se recusa a ver o que ele é. Este RPG Open World de carros com condução arcade é a melhor obra do ano para mim. Não só pelo que é na sua capacidade individual, mas como culminar da sua série. Tal como O Regresso do Rei recebeu os prémios oficiosamente pela trilogia toda do Senhor dos Anéis, Forza Horizon 5 recebe o Machado do Ano por todos os Forza Horizon.

E é isto, foi uma lista longa e ilustre mas se cada pessoa que ler isto retirar apenas uma recomendação e disser que lhe agradou já fico contente.

Desejo que todos tenham tido um bom Natal e desejo-vos um bom ano de 2022, que seja bem melhor que os últimos. Abraços a todos.