Apesar de estarmos há quase 2 anos sem nos vermos, decidimos apresentar-vos, de forma digital, as nossas escolhas para o que de melhor se fez e jogou em 2021. E em nome de toda a equipa, desejamo-vos a todos um excelente 2022.

João Machado

Wrestling Empire, um sandbox de wrestling 3D que permite ao jogador fazer literalmente o que quiser. Até desrespeitar algumas leis da Física e do universo. Feito ao estilo dos jogos do virar no milénio na N64, é tão nostálgico como alternativo tendo em conta as obras concorrentes da WWE. Não tem licenças ou nomes oficiais mas tem imensas horas de diversão.

Wildermyth, o único tactical role player que me dá a sensação de jogar um roleplayer a sério. A maneira como os criadores conseguiram fazer com que histórias e enredos aleatórios tivessem uma linha coesa é estranha para mim, mas funciona muito bem. Em teoria não devia funcionar, mas está lá tudo. Ainda ontem um dos meus arqueiros deu um braço para dar vida a um autómato e escapar de uma prisão. Podia ter escapado doutra maneira? Talvez, mas agora ele usa uma mini-besta, tem um gancho numa mão e um robot de companhia que é muito útil em batalhas. Não há maneira de escrever isto num argumento mas ali, na minha história faz todo o sentido.

Forza Horizon 5, o que dizer que já não disse sobre outros Forza Horizon ou sobre este? É o meu jogo de carros de eleição. É divertido, tem horas sobre horas de conteúdo single player e online de raiz e mais é adicionado todas as semanas. Tudo o que faz, faz muito bem. Tenho poucas ou nenhumas falhas para apontar. E isso é dizer muito.

Miguel Tomar Nogueira

3º Lugar – Unpacking

A mecânica pode ser básica e simples. Desempacotar caixotes e arrumar os objectos nos seus lugares após cada mudança ao longo de uma vida. Mas na sua jogabilidade calma e reconfortante Unpacking ajuda-nos também a desempacotar e a arrumar os nossos próprios problemas. Um jogo para os momentos em que a vida parece insuportável.

2º Lugar – Psychonauts 2

Num ano em que Ratchet irá ganhar todos os prémios como melhor jogo de plataformas 3D, quem realmente merece essa distinção é Psychonauts 2. Cada novo poder é uma surpresa e não só mais uma arma em tantas, o humor é refinado e inteligente e não apenas uma obrigação para agradar a narrativa, e as personagens construídas com carinho e densidade. Acima de tudo é um jogo cheio de personalidade e respeito a quem o joga.

1º Lugar – It Takes Two

Uma grande metáfora para ajudar relações em crise, no meu caso serviu como terapia para uma relação já terminada. O melhor é a coragem da equipa de mudar de mecânicas nível após nível e usar praticamente todas as que já foram inventadas. Mas embrulhar as mecânicas em metáforas para uma relação é onde o jogo atinge o brilhantismo que nenhum outro jogo se aproximou este ano. Joguei-o de uma ponta a outra com a minha filha mais velha. Acho que nos ajudou a lidar com muita coisa, cada um à sua maneira.

Óscar Morgado

1. Forza Horizon 5: é uma belíssima salada temperada com menos azeite do que gostaria, mas daquelas em que meteram todos os ingredientes da lista e sabe bem a toda a gente. Como sandbox é quase perfeito, seguramente ninguém fez melhor isso no género até hoje. O melhor AAA dos muito poucos que joguei lançados este ano.

2. Song of Farca: “jogaste poucos AAA então metes este indie que ninguém conhece?”. “Sim, mas este indie que ninguém conhece é do caraças e joguei muitos mais este ano”. Detective de secretária, hackeamos uma conspiração cyberpunk com um crescendo emocional incrível, numa igualmente incrível banda sonora. E tem mamas (link para a review).

3. Ratchet and Clank – A Rift Apart (só o 1 e o 2 merecem honras de GOTY dentro do que joguei, este terceiro é inteiramente ‘what if’) Tenho fé que se o tivesse jogado estaria nesta lista. Demasiadas saudades desta série da minha adolescência, cuja pausa entre PS3 e PS4 me fez deixar de acompanhar. Não parece reinventar a roda, mas nada como uma boa roda que nos é familiar nestes tempos conturbados.

Gonçalo Carvalho

 

SUPER MARIO 3D WORLD + BOWSER’S FURY

Andava gradualmente a descobrir os jogos da Nintendo e este foi o último que joguei. Que jogo. Níveis em abundância, sem nunca parecerem repetitivos, acompanhados por uma experiência em mundo aberto que pensei que seria pouco mais que um demo mas se veio a revelar um jogo completo extremamente bem feito, capaz de ser um jogo só por si.

VALHEIM

Gosto de jogos de sobrevivência online, mas já não tenho tempo para jogos que carregam forte no PvP. Há muitos que investem forte na fórmula PvE, mas nenhum conseguiu conciliar todos os elementos de jogabilidade com o equilíbrio da experiência solo ou jogando com amigos tão bem como este.

AGAINST THE STORM

Um jogo que me caiu no colo vindo do nada, que me surpreendeu ao juntar na sua génese city building com conceitos roguelite ou deckbuilder se assim prefeerirem. Com um desafio constante, um progresso lento mais sólido, Against the Storm concilia como poucos aquela sensação de “vamos lá a mais um” sem se tornar cansativo ou repetitivo, parecendo ter a capacidade de se reinventar a cada nova run. É o meu jogo do ano.

André Marrucate

VALHEIM – PC

Sou um grande apreciador de jogos de sobrevivência e faltava algo mais fresco ao género, que fugisse muito à tendência de jogos de tiros com Escape from Tarkov, battle royales da moda ou pós-apocalípticos.

A temática é de mitologia nórdica viking e a mecânica de jogo envolve sobreviver a um ambiente místico hostil onde teremos de encontrar alimentos e construir uma abrigo. O resto podem saber na analise feita pelo Ricardo Correia.

BRIGHT MEMORY: INFINITE – PC

Não imaginava que viesse a gostar tanto do jogo, confesso que os primeiros 30 minutos foram aborrecidos e quase que o deixava assim por jogar, mas continuei e os esforço valeu bem a pena. Um shooter com muitos clichés e que pegou em muitas ideias, mas que ficaram todas muito bem cozinhadas.

O jogo é bonito e a mitologia chinesa foi bem aproveitada, o melhor é o combate dos bosses, são poucos e o jogo é também curto e tem apenas 2h mas compensa chegar até ao fim!

DOOM 64 (REMASTER) – Nintendo Switch

OK, aqui fiz batota o jogo saiu no ano passado, mas este ano apanhei o jogo em promoção precisamente nos meses de confinamento e foi uma compra que não me arrependo. Já tinha jogado e rejogado os outros Dooms clássicos, faltava este que sempre me escapou, o original saiu para a Nintendo 64, ou podia ser jogado no hardware antigo ou por emulação.

Agora está acessível para PC, Xbox e PlayStation 4, 5 e Nintendo Switch, este remaster tornou o jogo apelativo para maquinas modernas, as texturas foram melhoradas para os ecrãs modernos em HD e UHD, foi adicionada nova e melhorada iluminação e efeitos
e tem novo conteúdo adicionado.

Não há muito a dizer, é Doom e tão bom quanto os primeiros clássicos e na Nintendo Switch é um mimo de jogar!

Alexa Ramires

Acho que será seguro dizer que 2021 foi o ano em que mais joguei na minha vida.

Sendo pela idade, que vai fazendo de mim uma pessoa mais caseira, sendo pelas circunstâncias em que estamos, privados da liberdade há mais de um ano para “nosso bem”, este foi o ano que mais dediquei a videojogos. E como uma boa OCD, quando se tem tempo para limpar o acumulado, aproveitamos e limpamos o “backlog” – aqueles jogos mais ou menos antigos que tínhamos vontade de jogar/acabar e que, por uma razão ou outra, não conseguimos fazê-lo a tempo. Então, e aproveitando que o ano está mesmo a terminar e que 2022 já se encontra à espera do outro lado da porta, prometendo dias mais risonhos de reencontros, conversas e momentos de afecto há tanto tempo adiados, fica aqui o meu resumo de um ano de videojogos – aqueles que considero serem as melhores experiências do ano. Não são necessariamente os “Melhores” jogos que joguei, do ponto de vista puramente analítico e racional. Isso pouca importância tem para mim quando jogo. Este é o top daqueles que mais desfrutei, onde me perdi horas com o sorriso de quem adormece à espera de poder voltar a ligar a consola no dia seguinte.

Número 3 – Com a medalha de bronze das olimpíadas do meu ano de Gaming, o terceiro lugar ficar reservado para o primeiro jogo que joguei em 2022: Dark Souls 3. Finalmente consegui acabar! YEYYY. Apesar de ser uma fã confessa de FromSoftware, nunca consegui entrar bem na saga Dark Souls; a jogabilidade lenta, a constante insistência em posições defensivas, um mundo cheio de diversos cenários que não me parecem coesos e o exagero de armas e “build” diferentes, sempre fez com que perdesse o interesse em explorar mais. Prefiro, de longe, o foco de Bloodborne e a jogabilidade de Sekiro – dois dos melhores jogos que alguma vez foram feitos. Mas….peguei nele e…. Acabei. Acho que desbloqueei o “easy mode” ao construir uma Build de magia, sendo que explorar o território foi muito mais fácil e prazeroso. Depois, joguei com um dos meus melhores amigos que é um fã incondicional de From Software – pelo que as nossas noites eram passadas na conversa e jogo, intervindo o menos possível na experiência de cada um porque somos ambos muito competitivos. Matar o “Nameless King” sozinha, ou matar o “Dancer of the Boreal Valley” a primeira, são daqueles momentos de exaltação que só a FromSoftware consegue produzir. Embora Dark Souls não seja um dos meus favoritos, este jogo foi uma experiência extraordinária.

Número 2 – Medalha de Prata, perdendo o pódio na linha da meta, vem Shadow of War, a excelente sequela de Shadow of Mordor. Eu adoro Tolkien e Senhor dos Anéis. Adoro. Acho que é das obras mais bem escritas que alguma vez foram criadas. O “World Build” de Tolkien é algo que somente os predestinados conseguem fazer e esta obra e os seus temas de Honra, Amizade, Lealdade, Fé e Amor perdurarão muito depois dos seus críticos da virtude moral de 2021 perecerem no pó das pegadas do Gigante que foi o autor. Se considerei Shadow of Mordor uma gema perdida da anterior geração, pecando apenas por ser um jogo muito repetitivo com um protagonista que tem um carisma de uma ervilha congelada (que se terá passado com Troy Baker para dar uma actuação tão em “coma”?), Shadow of War eleva a fasquia, expande o mundo e torna a experiência do jogador muito mais imersiva, difícil e envolvente. Sim… ainda tem os elementos repetitivos de nunca conseguirmos eliminar os capitães todos, das side quests serem quase todas as mesmas; mas a jogabilidade frenética, o combate super fluído e a história de Shiloh e Calibrimbor, é o suficiente para não querermos largar o comando. Os dois DLC são muito bem conseguidos e a captura dos fortes é das coisas mais divertidas que fiz em Gaming no decurso deste ano. Muito muito bom….Bom ao ponto de, de vez em quando, ainda pensar em passear-me por Mordor à procura de algum inimigo que queira tentar a minha lâmina.

Número 1 – No primeiro lugar, só pode estar um jogo. Um jogo que comprei no dia em que saiu em 2019 (um dos poucos que comprei na data de saída), e que nunca acabei porque fiquei demasiado deprimida a meio da experiência. Mas, com a saída de Director’s Cut para a PS5, não consegui resistir. Death Stranding foi a melhor experiência de 2021 e provavelmente das coisas mais marcantes que joguei na vida. Acho que passamos por este jogo, sem o valorizar adequadamente. Pensem só nisto: quantas vezes, na vossa vida, se deparam com algo em Arte (qualquer forma de arte) que é absolutamente Original? Muito raramente, certo? Eu sou daquelas pessoas que não liga muito a originalidade – não me importa de ver ideias repetidas e recicladas em videojogos, cinema, séries, etc contando que a execução esteja bem construída, pensada e sobretudo tenha….”Alma”. Mas, a “César o que é de César”, e porra… o Kojima fez algo Único aqui. Desde a história, ao Mundo, à jogabilidade… tudo tem singularidade. A ligação que temos com BB é o mais próximo que experienciei com um “filho” que provavelmente nunca virei a ter… tal como com Ellie. A história dá voltas à nossa cabeça, faz-nos questionar o que é realmente importante na Vida, para onde vamos quando saímos daqui e o quão importante é cuidar do lugar que é habitado por todos. A banda sonora… .inesquecível. Muita gente se queixa da jogabilidade. “Walking Simulator” ou “Uber Eats – Kojima Version” são adjectivos que ouvimos com frequência, mas eu adorei. O meu lado obsessivo amou andar à procura de materiais, construir pontes para outras pessoas, sabendo que eu não as iria usar mais, deixar sinais de alerta e entregar encomendas que outros não puderam entregar. Passei horas a fazer entregas “Premium” para obter o tão desejado rating de 5 estrelas de cada campo. Embalei BB, brinquei com ele e vivi todas as suas memórias. Mads Mikkelsen está no seu melhor e Norman Reedus é o actor ideal para ser Sam. Lou é… perfeito – como todos os bebés o são. Tenho criticas ao jogo sim – mas essas talvez ficarão para depois. Por agora, resta recordar os quilómetros feitos a tentar unir o Mundo e a tentativa única de nos unirmos uns aos outros, criando ligações que desejamos perdurem ao longo do tempo….e não é isso que fazemos todos os dias ?

Nuno Marques

Se há algo que podem trazer da minha lista, é que não precisam de acabar um jogo para que este seja um dos vossos jogos do ano.

Unsighted, pelo combate/ movimento e atmosfera fantásticos e tão reminiscentes de Hyper Light Drifter.

Inscryption, por me levar a pensar ser uma coisa e no fundo ser outra, sendo que ambas as partes são ótimas.

Shin Megami Tensei V, por mostrar mais uma vez que existem alternativas bem melhores no género Monster capture do que Pokémon.