Se eu gosto de roguelites? Gosto.
Se eu gosto de Labyrinth Legend? Gosto.
Se eu me diverti a jogar Labyrinth Legend? Gosto. Diverti.
Se te aconselho a compra de Labyrinth Legend? Nem por isso.
A pequena introdução foi um bocado a pés juntos, mas espelha bastante o que Labyrinth Legend é: apenas mais um roguelite, sem qualquer tipo de inovação ou originalidade, mas ainda assim, um bocadinho divertido.
O nosso personagem (que pode ser escolhido inicialmente entre várias classes disponíveis) descobre que aterrou numa vila amaldiçoada. Por vontade da rainha, ninguém conseguirá sair da vila sem antes ultrapassar uma série de labirintos infestados de criaturas agressivas e bosses gigantescos.
A vila em si é um pouco básica, com um número de NPCs que quase dá para contar pelos dedos de uma mão, levando a que o jogador apenas possa fazer apenas um punhado de coisas: como comprar e vender equipamentos (inútil durante a maior parte do jogo pois apanhas imediatamente um equipamento melhor no labirinto seguinte), pedir ao mineiro para procurar materiais (pagando com um material apenas encontrado nos labirintos), usar esses materiais para fazer upgrade ao equipamento (inútil durante a maior parte do jogo pois apanhas imediatamente um equipamento melhor no labirinto seguinte) e guardar os equipamentos numa chest (inútil durante a maior parte do jogo pois apanhas imediatamente um equipamento melhor no labirinto seguinte). Podemos também trocar de personagem ou começar o modo co-op, ir para a ilha dos animais, onde podes procurar um companheiro para levar para os labirintos, que te dá um pequeno bónus passivo (bastante pequeno e bastante passivo, não excluindo ainda o pormenor que o companheiro apenas. . . existe à tua volta, não faz mais nada) e fazer upgrades à tua personagem (estes sim valem a pena, desde maior capacidade do inventario, especialização em certos tipos de armas, etc).
Depois das visitas aos NPCs chega a hora de atacar o labirinto e descobrir o verdadeiro gameplay de Labyrinth Legend. O jogador pode andar nas várias direções, com até 4 armas/ataques equipados, e tem que atravessar cada andar do labirinto até conseguir destruir o monstro que possui a chave desse nível, para assim poder abrir o portal para o andar seguinte.
Ao fim de alguns andares, surge o boss final, que quando derrotado desbloqueia o próximo labirinto. Enquanto isso, é preciso desviar dos ataques adversários. Temos sempre a hipótese de não estar na trajetória dos ataques deles, ou podemos desviar de outras formas quer através do movimento rápido, do uso do escudo (que vai gastando mana cada vez que bloqueia um ataque, o que faz com que possamos usar menos habilidades por falta de mana) ou bebendo um golinho da nossa poção de vida para recuperar o dano que recebemos.
O gameplay é fluído e os comandos bastante responsivos, fazendo o jogador sentir que a personagem realmente está a fazer o que o jogador idealizou, mas a jogabilidade em si… é bastante repetitiva: todos os monstros parecem ter um raio de agressão muito semelhante, fazendo com que possa ser atraído um de cada vez e um jogador paciente consegue passar quase todos os andares sem muito esforço. Como os monstros (excluindo os bosses) apenas têm um ataque e os padrões de ataque são bastante telegrafados (através de um enorme ponto de exclamação amarelo (!)) acabamos muitas das vezes a apenas sermos atingidos porque nos fartámos de desviar sempre do mesmo ataque.
Em termos visuais é apelativo, mas nada de super polido ou de grau acima da média (até tende a faltar um bocado em termos de animações), e há demasiada confusão visual no ecrã, fazendo com que por vezes seja difícil perceber o que é que são adversários, o que é que são projeteis e o que é background, dificultando bastante o jogo artificialmente.
Aumentar ou diminuir a dificuldade apenas muda o dano que os adversários te dão e o dano que tu dás aos adversários, o que é extremamente pouco imaginativo e encaixa perfeitamente no baixo esforço criativo de Labyrinth Legend.
Num género com tanta competição e concorrência como este, não consigo arranjar razões para justificar este título em vez de outros mais conhecidos, excetuando o caso de já terem jogado todos os outros, mas mesmo assim… preferiria jogar Crown Trick outra vez.