A Saga Warhammer é hoje tão ou mais conhecida como a saga Total War. Desde há uns anos para cá a Sega tem aproveitado os dois franchises numa óptima fusão: de um lado a estratégia tática em tempo real, do outro um mundo rico de fantasia com regras e lore riquíssimo.
Mentiria se dissesse que era consumidor assíduo da serie, mas o meu primeiro jogo Warhammer nem foi de tabuleiro sequer. Foi há muito tempo, antes até de ter jogado o primeiro Warcraft do qual esse era baseado, Warhammer: Shadow of the Horned Rat foi um dos primeiros jogos de estratégia que joguei ainda em MS-DOS.
Esta terceira iteração neste género dentro do modelo Total War é um refinar de mecânicas dos jogos anteriores, não só apresenta também uma evolução gráfica com um bom salto visual, relembrando o ultimo lançado há 5 anos. Aqui houve uma melhoria, sobretudo na introdução de novas classes mantendo-se a classe humana como a classe base.
O Jogo faz uso de uma fórmula que conjuga o uso de Patronos, neste caso Deuses que dão diferentes habilidades ao Heróis, que são a unidade especial do jogo e substitui os Generais na série tradicional Total War.
A base aqui é o Herói, e este é encarregue de aumentar a moral das suas tropas, serve de boost em múltiplas habilidades consoante as unidades e as suas especialidades e sobretudo serve para canalizar a narrativa. Outros jogos fizeram-no de forma também exemplar, do qual quero destacar Age of Wonders e Warlords Battlecry.
Falando na história – sem querer avançar muito porque seria mau desvendar todo o enredo – esta embora algo cliché dentro de histórias de Fantasia, o worldbuilding de Warhammer é rico e com particularidades. Eu sei que com esta frase acabo por dizer quase nada, mas não quero spoilar porque achei a história bastante boa, o que acaba por ser um factor interessante que enriquece o jogo não o tornando puramente estratégico, muito embora nesse aspeto tenha muita linearidade.
São as forças das trevas (caos) contra as forças da luz (ordem), aqui o protagonista ou herói, devoto de Ursun, inicia a sua missão em procura do seu deus que aparente mente abandonou o seu povo e não impediu que o inverno terminasse.
Toda o imaginário deste Warhammer é inspirado nas grandes batalhas por aqueles povos que se cruzaram nos montes Urais após a queda do império Bizantino, só que num mundo e tempo ficcionais de Warhammer, aqui Ostagoths e Ungols substituem os Ostrogodos e os Mongóis.
As unidades são também muito diversificadas, sendo, no entanto, as do costume: ogres, homens-rato (Ratkin) entre outros. As classes são também diversas, como guerreiros bárbaros, cavaleiros, lanceiros, feiticeiros, os habituais do género. Quase todas as classes podem ser vistas e experimentadas tanto no modo história como nos diversos cenários de combate.
A estratégia de combate não será estranha nenhuma para quem já jogou outros jogos Total War, o tutorial pode ser aborrecido mas é bastante útil mara novatos, pois inclui todos os aspectos da mecânica do jogo, como o posicionamento das tropas, a categorização e especialização de unidades, o aproveitamento das características do terreno, manobras ofensivas e evasivas, organização de unidades, feitiços e perks, evolução de skills, gestão das villas e até diplomacia básica.
Esta última, a diplomacia resume-se a escolhas que fazemos em apoiar cidades ou acampamentos que nos são leais ou pelo menos apoiam a nossa causa, quando as dominamos podemos salvar homens, dar-lhes liberdade ou simplesmente integra-los no nosso exercito, e as escolhas que fazemos pouco ou mais servem para mudar o sentido da história que mudará alguns odds em caso de escolhermos batalhar em auto-resolve.
Não sou grande apreciador do auto-resolve, mas para os mais impacientes pode ajudar a desbloquear mais depressa as campanhas sem perder tempo nas batalhas em tempo real, mas aí lembrem-se nas escolhas que fazem porque a IA pode ditar facilmente a perda duma batalha por falta de força ou má composição do vosso exército.
Resumindo, se gostam da Saga Total War e sobretudo do Warhammer, têm aqui um jogo obrigatório que melhorou em todos os aspetos em relação aos jogos anteriores da saga, se não jogaram os anteriores saltem para este, se gostaram dos anteriores esta é a versão definitiva!