É universal. Os Lego podem ter feito parte da infância e terem sido transferidos para a idade adulta. Ou podem ter entrado diretamente na idade adulta sem darmos por isso, como hobby, envolvimento na brincadeiras dos filhos ou por outra razão qualquer. Até podem não fazer parte da vida, mas de alguma forma já se entrou em contacto com eles. A nostalgia presente dos adultos de hoje salvaram a Lego da falência. O que é normalíssimo, a sociedade em que vivemos ensinou-nos a brincar em qualquer idade. E que brincar não é necessariamente brincar.
Esse crescimento da Lego aconteceu em paralelo com inúmeras coisas que se ligaram ao universo Lego, desde filmes, séries de televisão, diferentes tipos de brinquedos e, claro, videojogos. E, em simultâneo, não perdeu o contato com os mais novos. Uma maravilha. Contudo, a maior parte dos melhores videojogos não se deve só ao universo Lego, mas a licenciamentos que fizeram, sobretudo de universos cinematográficos, desde Harry Potter, Jurassic Park, Indiana Jones ou The Lord Of The Rings. Não, não me estou a esquecer de Star Wars. É disso que iremos falar hoje. Desde os tempos da PlayStation 2/Xbox/Gamecube/PC que Star Wars entrou no léxico Lego na vertente de videojogo.
Estávamos em 2005. Apesar de Harry Potter ser o primeiro licenciamento (em 2001), é com Lego Star Wars: The Video Game que se edificam as bases para o que viriam a ser os videojogos da Lego. Ao longo de quase duas décadas a evolução é notória, mas a nível de princípio, houve sempre uma ideia de evolução e de disrupção. A fórmula foi sendo aperfeiçoada, adaptada a contextos – ler “franchises” -, sem perder pontos de conexão com os primeiros fãs e edificando uma base maior ao longo dos tempos. No fundo, a própria evolução jogos Lego inspira-se no princípio da Lego.
Liguem as luzes, uma rave pode começara qualquer momento em Gunga City. Dia 5 de abril termina a maior pausa entre lançamentos desde que estes jogos da Lego começaram a ser editados. Após alguns percalços na produção, Lego Star Wars: The Skywalker Saga ficará disponível para as consolas da Sony, Microsoft, Nintendo e PC. Adivinharam: é o maior jogo Lego Star Wars de sempre. Inclui as três trilogias e, pela primeira vez, há adaptações para The Last Jedi e The Rise Of Skywalker. O jogador pode saltar para a trilogia que desejar, mas terá de completar os filmes pela ordem, dentro de cada trilogia, para avançar para o seguinte.

Pessoal, cheguei!
Numa demonstração de cerca de 45 minutos a que a Rubber Chicken teve acesso, a convite da Upload Distribution – representante da Warner Bros. Interactive Entertainment em Portugal, que distribui os jogos da TT Games -, o que saltou de imediato à vista foi a possibilidade de existir uma grande liberdade de escolha dentro dos caminhos. Os níveis equilibram-se bem verticalidade e horizontalidade e essa combinação permite que o jogador opte pelo caminho e soluções que mais lhe apraz. Isto acontece sem desvirtuar a matéria-prima dos filmes, seja qualquer for a opção, sente-se que se está dentro da cena que foi criada dentro daquele universo para o jogador jogar.
Três trilogias, nove filmes e 45 níveis com uma imensidão de personagens para explorar. Pelo caminho, puzzles pra resolver e muitos segredos para descobrir. Um detalhe que saltou de imediato à vista durante a apresentação, foi o modo “Galaxy Rave” que torna toda a galáxia numa gigante discoteca, onde é possível ver todas as personagens a dançarem em versões disco dos temas de Star Wars. Um daqueles toques que nos desvia do prato principal e tornam a experiência dos jogos Lego muito satisfatória e com um tecto de entretenimento muito alto.

Liguem as luzes! Uma rave pode começar a qualquer momento em Gunga City.
Pelo que vimos, Lego Star Wars: The Skywalker Saga irá deixar os fãs da saga – e dos videojogos Lego – muito ocupados com puzzles, colecionáveis e um número avultado de personagens que permitirão explorar as mais de quatro dezenas de níveis que estarão disponíveis, que poderão ser explorados em modo co-op, oferecendo uma dinâmica que, apesar de ter tiros, combates e montes de peças a espalharem-se pelo ecrã, é muito ajustável às cabeças dos mais novos. Ou seja, é um óptimo entretenimento para um pai e filho. E não só.
Uma fórmula vencedora que encontra, como esperado, em The Skywalker Saga a sua resolução mais ambiciosa. Mais e melhor é algo que os jogos Lego sempre nos habituaram. Agora é só esperar para deitarmos as mãos na versão final e perder horas num jogo que trata com carinho, humor e nostalgia a nossa OCD. E o nosso bem-estar nostálgico.
https://www.youtube.com/watch?v=syvicyCN_lw