O estúdio Hibernian Workshop decidiu continuar a linha que começaram com Dark Devotion, na sua abordagem roguelike 2D platformer em pixel art, e levando-o para outro ambiente em Astral Acent.
Astral Ascent é ambicioso em diversos níveis, mas a premissa subjacente acaba por compensar esse risco, enquadrando-nos numa fuga de uma prisão celestial guardada por 12 guerreiros poderosos (cada um deles, ora não fosse o título enganar, ligado a um dos signos do zodíaco).
Cada run é proceduralmente gerada e vai levar-nos numa sequência de portais, Aliás, essas ramificações criadas no final de cada “ecrã” ou pequena dimensão apresenta-nos uma variedade de escolhas: com 2 a 3 portais por onde prosseguir a nossa tentativa de fuga do Céu, e uma pequena antevisão do que esperar ao atravessarmos cada um deles, entre o nível de desafio e recompensa.
Nestas tentativas de escapatória vamos conhecendo diversos personagens, e o quanto conhecemos deste universo e do seu elenco depende também das nossas escolhas. Estas múltiplas ramificações são interessantes, criando uma densidade narrativa bi e trifurcada semelhante ao que Hades nos apresenta em cada uma das suas runs.
Como seria de esperar num jogo repleto de tentativa-erro e de repetição, o combate assume um papel fulcral, e os muitos itens e poderes que vamos apanhando em cada run permitem uma customização intensiva da nossa protagonista, diversificando, ao mesmo tempo, a profundidade e dinamismo do próprio combate.
Astral Ascent está ainda em Early Access mas é fácil esquecer essa informação. A pixel art que apresenta é de um nível estrondoso, e demonstra a mestria do estúdio francês nesta abordagem artística.
Para mim, Astral Ascent é o melhor sucedâneo a aplacar a fome que muita gente deve ter por algum jogo com a mesma abordagem, rejogabilidade e desafio de Hades. E que por muito injustiça está a passar ao lado de praticamente meio mundo.