É-me bastante difícil falar de alguns dos jogos em Early Access do qual vamos falando aqui no Rubber Chicken, sobretudo porque na quase totalidade das vezes eu não regresso a estes jogos para perceber o seu resultado final aquando do lançamento. Apesar de encontrar boas ideias neste indie em Acesso Antecipado no Steam, existe uma grande probabilidade de esta ser a última vez que vou falar deles. Mas isso não lhes retira qualquer qualidade. 

Desenvolvido por uma equipa familiar de criadores de Espanha – daí o nome do estúdio Family Devs – uma empresa formada por pai e filho que estão a desenvolver este jogo agrícola depois de uma campanha de sucesso no Kickstarter. 

Apostados em desenvolver uma versão 3D de Stardew Valley – ou na realidade uma inspiração também em My Time at Portia – o visual low poly é interessante para esta abordagem, mas neste momento há algo no ambiente que transparece um vazio imenso. As abordagens low poly funcionam em situações em que existe um equilíbrio cromático, ou pelo menos que a direcção de arte torna as formas interessantes, mas os humanos e animais em Harvest Days: My Dream Farm ainda estão um pouco toscos.

Mecanicamente, Harvest Days: My Dream Farm é aquilo que esperamos num jogo destes, ainda que algumas adições como a reciclagem tragam uma perspectiva mais ecologista e até realista a um género onde curiosamente estes assuntos costumam ser ignorados.

Lembrando o hábito contemporâneo na cidade de Lisboa, temos umas trotinetes eléctricas para nos movermos na cidade, mas temos de ter alguma atenção à bateria sob risco de termos de a abandonar em qualquer sítio e não a podermos utilizar.

Percebe-se também que o jogo precisa de muito trabalho. Os pontos de trigger de interacções, especialmente no cultivo, são demasiado “apertados”, obrigando-nos a andar à procura do ponto certo para poder plantar sementes ou regá-las.

Harvest Days: My Dream Farm pode vir a ser um jogo interessante do género, mas tem muito, muito caminho e trabalho pela frente. E ainda assim tenho sérias dúvidas que consiga ter argumentos para ser sequer memorável aquando do lançamento.