Dificilmente alguém irá ao engano para um jogo chamado The Pinball Wizard. Como qualquer jogo de pinball, tem pinball e, como o nome indica, tem um wizard. Agora que concluímos a relevância do nome, o que é que o jogo em si oferece de diferente?

Efectivamente The Pinball Wizard tem algumas mecânicas interessantes que podem valer a pena o investimento de tempo, já que o jogo combina partes de RPG, dungeon crawler e roguelite.

Esta é, para mim, a magia dos jogos indie. Não têm qualquer receio em misturar conceitos e ver o que acontece com o produto final. Não há necessidade de grande história ou enquadramentos, simplesmente faz-se o jogo para que seja divertido, e The Pinball Wizard é bastante divertido.

Como jogo de pinball pode ficar um bocado curto, pois faltam algumas particularidades como o abanar a mesa, a física da bola, aqui representada por um adorável feiticeiro, nem sempre é a esperada e praticamente não há as múltiplas diferentes zonas dentro de cada nível que costumam existir nas mesas. Mesmo assim não há problema algum e dada a natureza casual do jogo, esses detalhes tornam-se irrelevantes, visto que esta é somente uma componente do jogo.

Para além do pinball simples, temos também que derrotar inimigos em cada nível. Há quatro inimigos diferentes, cada um com a sua particularidade. Em termos de quantidade fica algo curto, já que os próprios criadores do jogo foram obrigados a torná-los inconsistentes com o avançar dos níveis, tornando-os progressivamente mais fortes, mesmo que fossem exactamente o mesmo boneco, quando o ideal seria criar novos personagens para acompanhar o nosso progresso.

Consoante vamos avançando vamos ganhando experiência e moeda. Com a experiência vamos subindo de nível, sendo que a cada dois níveis desbloqueamos uma nova habilidade à qual podemos ir fazendo upgrade com moeda. Dessas habilidades duas são activas e temos que ser nós a usá-las durante o jogo, todas as restantes são passivas. Há uma clara sensação de progressão durante o jogo e facilmente percebemos que estamos mais fortes ao jogar.

Níveis onde ficamos presos acabam por se tornar fáceis com o nosso progresso e isso é bastante dinâmico até batermos o boss final. Infelizmente nesta fase o jogo apenas tem 21 níveis e após batermos esse boss a progressão torna-se, mais ou menos, irrelevante para o jogo em si.

Nesta fase podíamos ficar sem mais nada para fazer, porém ainda não falei de tudo. Embora o jogo seja apenas para um jogador há uma masmorra diária e mais duas fixas em que todos os jogadores podem criar uma guerra de highscores. Eu bem tentei competir com todos os outros, mas a certo ponto a competição tornou-se mais assanhada e deixei de conseguir aproximar-me dos melhores jogadores. É um conceito clássico muitas vezes subvalorizado, mas dada a casualidade deste jogo é uma maneira de apimentar e oferecer replay value ao jogador.

Apanhei um glitch com a câmara em que quando se usava uma das habilidades esta ficava estática e isso, consoante o tamanho e posição na mesa, tornava a capacidade de jogar bastante complicada. Pelo que percebi voltava tudo ao normal após batermos num barril ou inimigo, mas mesmo assim era complicado fazer isso em algumas situações.

The Pinball Wizard é um jogo bastante divertido. Não é uma obra arte memorável, mas seguramente que a aposta em misturar conceitos parece ter resultado. Embora seja uma experiência curta oferece algum replay value ao jogador, algo que associado ao seu estilo casual pode permitir que o jogo fique instalado nos PCs durante algum tempo.