Muitas vezes ouço falar de green thumb com uma dupla dúvida na cabeça: a primeira é a de como traduzir a popular expressão para português, já que “polegar verde” soa a algo que eu, enquanto sportinguista poderia ter, a outra reside no facto de até hoje eu não saber se tenho esse dom da jardinagem ou não.
Porém, há uma espécie de milagre da jardinagem que se deu no nosso T2 nos últimos meses, um par de plantas que não só têm florescido (não literalmente), como têm crescido a olhos vistos. E apesar de não reivindicar qualquer mérito nesse acontecimento (todo ele se deve à minha mulher), fico feliz de ver mais verde em minha casa.
É conhecido o meu gosto por jogos de agricultura. Diria até que nos últimos anos tem sido o meu calcanhar de Aquiles videolúdico: qualquer título que introduza elementos agrícolas tem a quase certeza de que irei passar muitas horas na sua companhia.
Garden In! não é um jogo tradicional, nem é um título de agricultura. É um jogo de jardinagem. Um título onde, como no mundo real, a verdadeira mecânica é a nossa capacidade de espera.
Mais do que um jogo, Garden In! é um simulador de jardinagem em casa. Os princípios do jogo são-nos rapidamente explicados: podemos colocar vasos em qualquer espaço do nosso quarto, enchê-lo de terra, plantar uma das sementes que temos disponíveis, regá-la, dar-lhe carinho, e esperar o tempo indicado no almanaque para que a planta floresça. Estes tempos de maturação são quase todos superiores a 1 hora, reais, em que o jogo nem sequer necessita de estar ligado para que a progressão exista.
Garden In! quer posicionar-se como uma espécie de jardim virtual que vamos tomando conta diariamente. Ter um hábito no PC como temos no mobile: abrir casualmente um programa, com poucos minutos diários, de forma satisfatória. Sendo que neste caso a ideia é a de manter vivo essas mesmas plantas e flores virtuais com o qual vamos enchendo as divisões desta casa feita diorama que possuímos em Garden In!.
Um jardim onde as plantas vão necessitando de água, carinho e também desinfestação, quando os sinais de parasitas se apresentam. E onde podemos de forma muito rara utilizar o relógio para acelerar o tempo, permitindo que as plantas cresçam sem estarem dependentes da passagem do tempo real.
A progressão em Garden In! vai sendo feita com o cumprimento de objetivos e missões. Se de início temos apenas o pequeno e quadrangular quarto para pejar de vasos e plantas por todo o lado, não demorará muito até termos mais divisões para fazer exactamente o mesmo.
Talvez um dos elementos mais interessantes de Garden In! é a polinização cruzada que temos, e que levamos a cabo a partir das poucas informações disponíveis no almanaque. Antes de florescermos cada uma das plantas possuímos apenas informações em silhueta de que cruzamento de sementes temos de levar a cabo para desbloquear novas sementes. O processo não poderia ser mais simples: colocar vasos duplos próprios para este cruzamento de espécies, deixar que ambas as sementes amadureçam, e dessa forma encontrar uma terceira.
É provável que esta componente “vou apanhá-los a todos”, ou neste caso “vou cultivá-las a todas” seja um dos maiores apelos que tenho sentido com Garden In!. Ao invés do que muitos jogadores possam estar a fazer com a decoração do espaço tridimensional com estas belíssimas plantas digitais, da minha parte estou em modo de gamer optimizador a tentar desbloquear o maior número possível de novas sementes para preencher toda a enciclopédia de Garden In!.
Garden In! é o equivalente dos videojogos de um ambiente tridimensional interactivo, onde vamos criar um vasto jardim interior e onde podemos ocupar todo o espaço possível com vasos com diferentes plantas. A diversidade de “ambientes” para as plantas confere-lhe também uma grande diversidade, já que temos plantas para serem plantadas em terra, argila, água, pedras, com uma grande diversidade estética de vasos e objectos decorativos que nos permitirão personalizar por completo a nossa casa tornada jardim virtual.
Garden In! é um idle game sem os elementos tradicionais do género, sem incrementos ou infinitos calculados, mas apenas um jardim onde as plantas e flores crescem com tempo real, e que necessitam da nossa atenção digital.