Quando me pedem se posso produzir conteúdo sobre um jogo tento sempre aceitar. Claro que há géneros que não jogo, mas como sei que é muito difícil para um pequeno programador ter alguém a falar do seu jogo, não me custa nada fazer isso, porém há sempre algo em mim que espera descobrir uma pérola, mesmo sabendo que a grande maioria dos pequenos jogos que jogo são apenas medianos ou até somente um bom conjunto de intenções. The Struggle of Combat é um desses, um pequeno, muito simplista e totalmente esquecível jogo indie.
The Struggle of Combat é um action side scroller roguelike em 2D. Posso ainda juntar mais alguns géneros, mas creio que estes chegam. A história é relativamente simples. Alguém ataca uma prisão, libertando 10 poderosos criminosos que depois temos que voltar a emprisionar.
Há boa música no jogo, mas estranhamente a maioria das vezes parece não encaixar nos níveis que estamos a jogar. Há excepções a esta regra, porém parece-me um desperdício isto existir, até porque o desenho dos níveis não influencia muito a experiência do jogador, logo havia pouco a perder com algum redesenho para adequar melhor algumas das músicas. Dou um exemplo, há uma música que transmite um ambiente mais assustador, o próprio nível até tem como inimigos mochos que carregam um pouco mais essa ideia, mas depois o desenho do nível não tem nada de sombrio, e os restantes inimigos continuam a ser genéricos.
Com um estilo gráfico muito a estilo de banda desenhada, não aquela da Marvel, mas sim de livros para colorir de fadas e unicórnios, não há muito de interessante para falar acerca desta opção. O nosso personagem parece aqueles bonequinhos que desenhamos na escola primária, e alguns dos nossos inimigos seguem o mesmo padrão. Salvam-se os animais e os bosses que, de forma geral, estão melhor desenhados e fogem um pouco a esta simplicidade, mesmo que dentro do mesmo padrão gráfico.
Esta escolha estende-se aos níveis em si, o que os empobrece imenso, especialmente porque a superfície e os obstáculos nela contidos se resumem a paralelepípedos sobre os quais temos de saltar, mas que curiosamente fazem deste jogo o único em que ter o terreno mais elevado é uma desvantagem, já que se o inimigo estiver num plano mais baixo as nossas balas acertam no chão, e as deles acertam-nos na cabeça. O Obi-Wan está neste momento a chorar por dentro.
Quanto ao jogo, apontamos com o rato e disparamos. Temos também um ataque corpo a corpo e uma arma especial que funciona com cooldown e tem um ataque mais forte.
Para tornar cada run única estamos dependentes de diversos drops, seja de armas ou itens de vida. Há imensas armas diferentes, sendo que cada uma delas ainda tem diferentes variações de munição. No final de cada nível podemos comprar itens que nos facilitam a progressão.
Também para dar replay value ao jogo há 11 personagens diferentes que conseguimos desbloquear se cumprirmos determinadas condições, a maioria delas bastante difíceis, tanto que apenas consegui desbloquear 3 dos personagens jogáveis.
Há uma opção curiosa na concepção dos níveis, já que o boss aparece sempre a meio deste. Se nos níveis iniciais isto não é problemático, com o avançar da dificuldade isto revela-se um pouco estranho, já que nos esfalfamos todos para derrotar este criminoso muito mais forte que os restantes minions, e depois ainda temos mais meio nível de inimigos para passar, a maioria das vezes com pouquíssima vida.
Não há nada de fundamentalmente errado com The Struggle of Combat, mas também não há nada de especial que me faça recomendá-lo, e mesmo considerando o baixo preço, o que não falta são saldos com jogos muitíssimo melhores a preços ainda mais baixos.