Já que vou lançado com Pikmin, o que trago hoje é um textinho sobre o remaster de Pikmin 2. Estava mesmo a pensar que era Pikmin a mais em tão pouco tempo, mas mesmo levando 18 horas a atingir os mínimos Olímpicos para terminar o jogo, ainda há espaço para bastante mais.

Continuando o que comecei a semana passada com Pikmin 1, no início de Pikmin 2, ou como a minha filha mais nova lhe começou a chamar, “Pica-Miolos”, levamos com um twist relacionado com o primeiro jogo da série. O planeta onde o capitão Olimar se havia previamente despenhado era a Terra e nesse período em que o trabalho parou a sua empresa de transportes interplanetários foi obrigada a contrair um empréstimo a agiotas e agora está com problemas para o pagar.

Claro que nestes jogos há sempre uma salvaguarda, e a quinquilharia que Olimar trouxe da primeira viagem é avaliada como um tesouro no seu planeta. Dada a abundância desse lixo que tinha visto na visita anterior, Olimar parte com o seu companheiro Louie para trazerem bugigangas suficientes para pagarem todas as dívidas da companhia.

Pikmin 2 original saiu em 2004, apenas 3 anos depois do seu antecessor, algo que não é muito comum nos dias que correm, como tal partilham muito do seu ADN. Como já é habitual há muitas mudanças de qualidade de vida e muitos acrescentos que tornam a jogabilidade mais dinâmica e desafiante, retirando também ao mesmo tempo muita da pressão do tempo com a qual o jogo anterior nos sobrecarregava, tornando a experiência muito menos stressante.

A experiência ser menos stressante não implica ser menos desafiante. Uma das novidades é o grande investimento em masmorras que se adicionam aos puzzles da superfície, sendo agora a resolução destes últimos mais vocacionadas para nos permitirem aceder à maioria dos primeiros.

Continua a existir uma grande vocação “metroidvanianesca” em Pikmin 2, mas nesta entrada não é tão incidente no jogo como no primeiro jogo, já que embora se perceba desde cedo que há zonas às quais apenas vamos poder aceder mais tarde, o jogo parece muito mais linear e progressivo com as masmorras, já que é nestas que encontramos a grande maioria dos objectos que precisamos, logo não há propriamente um momento em que precisamos de nos desviar do nosso caminho para tentar descobrir uma nova forma “pikminesca” que nos permita avançar.

Este jogo parece muito mais completo com tudo o que lhe foi adicionado, sendo uma das adições a comunicação constante com a nave mãe, que embora aborrecida quando nos explica os controlos, é bastante útil quando nos explica mecânicas, algumas das quais nem tinha percebido no primeiro jogo que não nos explica absolutamente nada, que seguramente me teriam deixado resolver muitos mais puzzles quando o joguei.

Outro acrescento engraçado são as duas novas formas de Pikmin que não podemos semear, apenas podemos transformar em plantas próprias dentro das masmorras, trocando-os por Pikmin de outras cores e sempre em pequenas quantidades. Embora se possa repetir masmorras as vezes que forem necessárias apenas para esse efeito, o aborrecimento que isso acarreta leva a que se estimem muito mais essas duas novas espécies que todas as outras, dada a sua raridade. Há ainda uma terceira espécie que apanhamos para uma “ocasião especial”, mas não é revelada praticamente até perto do fim do jogo.

Graficamente não há alterações gritantes para o primeiro jogo, mas sonoramente parece que há mais detalhe nos momentos de silêncio, que agora estão mais ocupados consoante os níveis, e há mais informação auditiva que podemos usar quando nos encontramos a realizar múltiplas tarefas ao mesmo tempo.

Embora tenha jogado sozinho, o jogo está preparado para ser jogado a dois, e há muitos puzzles que resultam muito melhor se assim forem resolvidos, mas não me senti nada restringido por jogar sozinho.

Os inimigos estão muito mais criativos e diversos, sendo muitas vezes necessária uma abordagem mais estratégica à forma e ordem como os abordamos, nem que para os reposicionar. Cheguei a morrer ou deixar morrer todos os meus Pikmin nas masmorras, se bem que por impaciência aliada a burrice.

O desafio está praticamente todo acumulado nestas masmorras, mesmo que aí os puzzles não sejam tão complexos como pareciam ser no jogo anterior, mas foi raro poder entrar a matar em qualquer uma delas.

Também foram adicionadas poções que dão energia aos nossos Pikmin ou paralisam momentaneamente os nossos inimigos. Nenhuma delas é essencial, mas poupam muito tempo em certas alturas.

Pikmin 1 e 2 são e não são o mesmo jogo. A fórmula foi muitíssimo refinada nesta segunda entrada, e considerando que ambos os jogos são ao mesmo preço nesta versão remasterizada, se apenas puderem adquirir um deles esta tem muitíssimo mais sumo, mesmo considerando que ambas são muito divertidas.