Chegou o Crime Boss: Rockay City! Alegria, só pode ser bom! Tem um elenco fantástico, uma premissa que promete ser interessante. E para mim que adoro shooters, os anos 1990 foram alguns dos mais felizes da minha vida.
Já tenho os aperitivos , uma cerveja e o meu extenso léxico de palavrões preparado (como bom homem do norte que sou).
Quase 80GB de jogo, vai ser dos bons…
Crime Boss: como é?
Começamos com cutscenes muito boas e repletas de ação e promessa, aliás posso dizer que gostei bastante das ditas ao longo do jogo. Joguei a campanha a solo e infelizmente não tive a oportunidade de experimentar em modo cooperativo (onde provavelmente o jogo se torna melhor).
Estamos perante um jogo que a maioria das vezes é forte graficamente, com muito detalhe, cenários espetaculares e até as personagens estão bem caracterizadas e detalhadas. Ainda assim não pude deixar de notar que não raras vezes as animações ficavam a dever ao restante.
Desde as falas a alguns movimentos e travamentos ocasionais (menos ocasionais do que gostaria). Numa outra altura pensaria que o meu PC não estaria à altura do jogo mas neste caso não pode ser isso pois tenho uma máquina artilhada que aguenta qualquer coisa que lhe atire.
Ainda assim a promessa de algo como um Payday mais moderno, com um elenco de luxo e um tom de filme de ação dos anos 1990, soa marivilhosamente bem.
O Rei está morto. Longa vida ao Rei.
Vamos então falar do que interessa mesmo, o jogo. Quais as mecânicas que fazem ou partem esta experiência. Como disse acima apenas joguei o modo de campanha e confesso que estava com alguma expectativa.
As primeiras missões foram divertidas, e assaltar parecia uma carreira promissora… e logo de seguida o rei do crime morre e começa a corrida ao seu trono. A partir daí começa a gestão de recursos para manter uma equipa capaz e conquistar território de forma eficaz.
Demasiado cedo estas missões começam a parecer monótonas e com pouco de novo. As personagens que vamos recrutando também têm uma teto baixo em relação ao que podem acrescentar à nossa equipa. Mas ainda assim um jogo destes pode viver muito bem apenas de ação e gunplay, desde que estas sejam muito boas e mantenham o jogador preso pela sua fluidez e entretenimento. Infelizmente não é o caso. As armas não parecem ter a sua personalidade própria e são muitas vezes indistintas.
Num mundo em que temos Destiny 2 (que ainda hoje recebe a coroa de melhor gunplay na minha opinião), é muito dificil aceitar uma jogabilidade de Crime Boss, que não é má mas não brilha em ponto nenhum. Talvez podemos considerar que o facto de termos uma permadeath acrescenta alguma emoção à coisa, se queremos um dia chegar ao topo da cadeia temos que manter a nossa personagem viva.
Não, não é terrivel. Mas…
Esta já não é uma análise em cima do lançamento, facilmente podia cair na tentação de me juntar à carruagem e simplesmente seguir o que os outros dizem. No entanto Crime Boss não é uma jogo terrivel, consegui obter umas horas de entretenimento e há claramente coisas positivas. Porém nós vivemos num mundo em que temos uma enorme pletora de jogos de grande nivel sempre disponiveis, o que torna muito complicado ter uma produção gigante, que vai buscar um elenco que deveria ser brilhante neste contexto, e peca com uma escrita fraca, um humor que cansa rapidamente e um game design que fica francamente aquém.
Uma ideia base promissora, valores de produção altos, cutscenes muito boas e apenas temos algo que é divertido mas não chega para ganhar uma slot na rotação de jogos regulares.
Ainda assim o menino em mim vibrou com a introdução do Sheriff Norris!! Um hino ao que representa o dito para os filmes e séries de ação durante décadas.
Atualmente e a preço total não consigo aconselhar este jogo, porém daqui a uns tempos numa qualquer promoção a um preço bem baixo, possa ser uma excelente opção para passar umas tardes com os amigos a fazer tropelias pela cidade e sacar uma gargalhadas com o seu humor piroso.