Os jogos metroidvania são das obras que maior satisfação me conseguem entregar. Há a descoberta constante de novas mecânicas, da exploração ambiente de fantasia em que nos encontramos e a resolução de pequenos puzzles, assim como o cruzar com alguns bosses memoráveis. Metroid e Castlevania já deram o seu enorme contributo, agora é a cena indie que não pára de nos dar motivos para seguir a produção de novos jogos inseridos neste género. Não é por acaso que sempre que há uma nova Nintendo Direct os jogadores rezam a todos os deuses para poderem ter, finalmente, uma revelação da data de lançamento de Silksong. Se tiverem bom olho, na época que era reservada à E3, este verão foram divulgados muitos jogos metroidvania, Ultros é um dos que mais curiosidade me suscitou. Hoje tenho outros três títulos que também me despertaram a curiosidade que espero que sejam também do vosso interesse.
Anima Flux
Anima Flux – Moldávia
Data de lançamento não definida – PC
Nas obras que trago para este espaço, procuro sempre saber o quê que as torna únicas. Num género como o metroidvania, quem os faz necessita de uma perspetiva diferente, arrojada e que se destaque entre os seus pares. Não vale a pena referir que se inspiraram em jogos como Metroid e Castlevania, há a necessidade de se diferenciar neste tipo de jogo tão saturado, nomeadamente no Steam. Por isso, escolhi Anima Flux para esta semana.
Embora o que queira destacar de Anima Flux sejam as suas mecânicas, o mais curioso nem são esses detalhes. Como já devem ter reparado (ou pensado que foi um erro da minha parte), Anima Flux está a ser feito por Anima Flux, o jogo partilha o mesmo nome da sua produtora moldava – um pequeno aparte que achei muito estranho. A grande mecânica de Anima Flux, do jogo, não da produtora (fica aqui prometido que é a primeira e última tentativa de ser engraçado), é de ser um metroidvania cooperativo. Caso queiram, porque a cooperação não é obrigatória, podem sentar-se no sofá com mais um amigo para que se junte à diversão do muito apelativo combate para que se possam delinear estratégias para enfrentar os desafiantes bosses. Estou muito interessado em saber como é que o jogo se comporta da forma tradicional, a jogar sozinho, assim como em modo cooperativo. Pode ser um caso de sucesso, como se pode falhar completamente o que se propõe fazer.
Shyftrs
Wicked Art Games – Nova Zelândia
Maio de 2024 – PC
Com Shyftrs, a produtora neozelandesa, Wicked Art Games, quis “partilhar o ambiente e o mundo” que criaram para que os jogadores se sintam motivados a explorar “a fantástica jornada que lhes aguarda”. Podem ser apenas quatro pessoas envolvidas neste projeto, mas toda a sua paixão e ambição reflete-se no que já mostraram da sua obra metroidvania.
Nesta criação neozelandesa, destaco duas particularidades mecânicas: a habilidade do protagonista se transformar num lobisomem e a possibilidade de atravessar realidades paralelas (uma mecânica muito conhecida que Link to the Past se esmerou em utilizá-la). Shyftrs parece ser tão aliciante nas mecânicas como também na seu grafismo, aqui está um belo exemplo de uma direção artística simplesmente maravilhosa numa obra toda desenhada à mão. Como já falta menos de um ano para Shyftrs ser lançado, espero que continuem a rumar a bom porto para que o jogo seja tão divertido quanto parece.
A Sister’s Journey
Florian Lackner – Alemanha
2023 – PC
Existe uma certa dificuldade em encontrar informações sobre jogos indie, A Sister’s Journey é mais um deles e o seu autor não facilitou o acesso a pormenores bastante relevantes, dado que decidiu esconder o Kickstarter deste projeto após não ter resultado – algo que nem sabia que era possível fazer naquela plataforma de financiamento. Apesar de ser o primeiro jogo que será formalmente publicado por Florian Lackner, este criador já trabalhou a título individual em vários outros projetos que não viram a luz do dia. Florian até já criou um motor para produzir efeitos especiais e partículas para vender vídeos e cenários com uma certa animação – é este motor que está a dar vida a seu mais recente projeto, A Sister’s Journey.
Este metroidvania tem na sua base mecânicas de jogos de plataformas, um dos géneros preferidos de Florian Lackner quando jogava na NES ou num PC com DOS. Embora A Sister’s Journey seja fundamentalmente um jogo de plataformas, um dos elementos mais notáveis será o combate. Haverá um total de oito armas de fogo à espera de serem encontradas pelos jogadores para, mais tarde, poderem causarem o caos entre uma enorme variedade de inimigos. Se experimentarem o jogo por vocês próprios (há uma demonstração na Steam), vão ver que a sua natureza rápida e frenética no combate será uma grande fonte de divertimento, por isso, esperamos que não demore muito até ao jogo ficar pronto.