A minha passagem pelas máquinas dos salões de jogos (também conhecidas por arcade machines), dos cafés e bares dos anos noventa, ficou marcada, sobretudo, por jogos de luta. King of Fighters, Street Fighter e Samurai Shodown foram só alguns dos jogos nos quais mais gastei as minhas moedas de cinquenta escudos, havia sempre alguém contra quem jogar nos espaços onde estavam esses jogos. Claro que se podia jogar contra a própria máquina, sozinho, mas não era tão divertido como ver a expressão de terror em alguém que sabe que está prestes a perder, apesar de ser eu a fazê-la mais vezes (era mesmo mau a jogar jogos de luta).

Do que eu me apercebo, o mercado não está particularmente recheado de jogos deste género, contudo, este ano tem sido frutífero em jogos de luta, já tivemos Street Fighter 6 e ainda vamos ter os conhecidos pesos-pesados Mortal Kombat e Tekken com os seus mais recentes títulos, e ainda vamos ter a Riot Games a entrar no ringue com o interessante Project L. Em termos de jogos independentes, o projeto mais conhecido e que mais fama tem aglomerado tem sido Skullgirls, além deste são poucos os que têm conseguido um sucesso mais vincado. Dos indies que vos trago aqui hoje, não sei se vão alcançar o que Skullgirls conseguiu, mas têm muito bom aspeto e mecânicas muito bem pensadas que vão, certamente, divertir quem joga.

5 Force Fighters

Kaizen Creed – Estados Unidos da América

2024 – PC

Há dois anos, precisamente em agosto, a Kaizen Creed conseguiu financiar 5 Force Fighters no Kickstarter. Amealharam mais de trinta e quatro mil dólares, através de quinhentos e treze pessoas, quando pediam vinte mil. Desde de 2021, o jogo tem progredido bastante e a um bom ritmo, porque a equipa que está a desenvolver o jogo recebeu um dos maiores convites que um jogo de luta em desenvolvimento pode receber: ser convidado para apresentar-se na EVO, a maior competição anual de jogos de luta.

5 Force Fighters é descrito como um “jogo com um ritmo rápido” com “controlos fáceis de perceber, mas difíceis de dominar”, afirmações que são música para os ouvidos dos jogadores. Contudo, o mais curioso que os próprios produtores disseram para expressar a sensação de jogar 5 Force Fighters foi “se acham que conseguem dar um golpe, é porque é provável que consigam”. Sou um leigo no que toca aos termos técnicos utilizados em jogos de combate, mas depois de passar alguns minutos a ler todas as mecânicas que este jogo terá, aliado à brilhante animação, diria que estamos perante um bom jogo, com grandes ambições de chegar ao pódio. Experimentem-no por vocês próprios, há uma demonstração disponível no Steam.

Pocket Bravery

Statera Studio – Brasil, Estados Unidos da América

31 de Agosto de 2023 – PC e consolas (lançamento por definir)

A Statera Studio abriu, oficialmente, portas em 2020 que procura novas experiências em jogos licenciados, ao aplicar inovações ao nível narrativo, mecânico, musical ou estético. Esta empresa brasileira e norte-americana tem Pocket Bravery nas fases finais de produção, dado que está previsto ser lançado no último dia deste mês e podemos comprovar, pelos vídeos promocionais, que tem um aspeto realmente incrível (é em pixel art totalmente desenhado à mão).

Pocket Bravery foi feito para receber jogadores veteranos de braços abertos, assim como novatos que queiram desfrutar de uma boa experiência que os jogos de luta tão bem entregam. A sensação de estarmos perante um jogo que podia ter sido lançado Neo Geo Pocket não está só nos visuais, os próprios controlos ajudam a solidificar esta ideia. Os golpes estão localizados em quatro botões, onde a combinação destes faz com que consigamos aplicar os golpes que pretendemos. Já não falta muito para podermos experimentar um dos mais interessantes jogos de luta deste ano.

Die by the Blade

Triple Hill Interactive, Grindstone – Eslováquia

2023 – PC e consolas

Nem todos os jogos de luta usam um sistema similar a Street Fighter, outros usam lutadores armados com espadas de grandes dimensões como o conhecido SoulCalibur. Contudo, é a primeira vez que vejo um jogo com golpes em que podem matar ou morrer de uma só vez. Bem pensado até faz um certo sentido, a personagem está a manusear uma espada e trespassar um inimigo ou aplicar um golpe que pode ser fatal não é incomum com uma arma deste tipo. Na Eslováquia está a ser feito um jogo com este conceito de one-hit kills, Die by the Blade que pretende que os jogadores aprendam a ler bem os movimentos dos seus adversários, para que possam defender-se a esquivar-se ou a bloquear golpes de espada, assim como conseguirem ver quando é que o adversário comete o erro de deixar uma abertura para que consigamos atacá-lo e matá-lo de vez.

O conceito de jogo indie, pelo aspeto de Die by the Blade está a ser levado ao limite, com gráficos que puxam por uma estética realista. Escusado será dizer que, tal como Mortal Kombat, este jogo terá violência gráfica exagerada, onde vão fazer jorrar litros de sangue dos vossos inimigos. Vai ser bastante interessante ver se este jogo terá a atenção por parte da EVO, até porque pela premissa do jogo, as partidas podem ser bastante curtas (caso um jogador experiente jogue contra outro que ainda não está ao mesmo nível) ou bastante longas (imaginem dois jogadores experientes a tentar bloquear e contra-atacar, assim prolongam bastante a sua estadia em jogo). Die by the Blade ainda está agendado para este ano, apesar de não sabermos em qual dos quatro meses restantes do ano será lançado.