Muitos jogadores, da minha idade, nascidos nos anos oitenta, jogaram títulos de plataformas, como os nomes mais sonantes da altura Super Mario e Sonic the Hedgehog. Estes eram o pináculo do género, porém quando se passou para o 3D nas diferentes consolas domésticas, os jogos de plataformas sofreram para se adaptar a esta nova tecnologia. Foram poucos a jogos que conseguiram ser verdadeiramente bons. Há exemplos notáveis que apareceram na Nintendo 64, como Banjo Kazooie, outros na primeira consola da Sony, como Ape Escape, e ainda na última consola da SEGA, como Sonic Adventure. Cada um deles teve um lugar especial na memória de quem jogava nessa altura, quer o jogo fosse o pináculo do género na altura ou fosse uma desilusão para outros. Os jogos de plataformas eram a estrutura base dos videojogos para nos entregar uma boa aventura, onde pediam ao jogador habilidade na hora de pressionar os botões no comando para ultrapassar os desafios entregues. Na seleção desta semana há jogos desafiantes, outros mais focados na narrativa ou na resolução de puzzles. Certamente, haverá um ao vosso gosto.
A Void Hope
Elden Pixels – Suécia
Data de lançamento não definida – PC, Switch
A Void Hope é da sueca Elden Pixels, formada por um grupo de pessoas que trabalhou em produtoras como a Image & Form e a Zoink, que se estreou, em 2016, com o notável Alwa’s Awakening. O jogo de de plataformas, A Void Hope, levar-vos-á numa aventura repleta de puzzles e plataformas, numa atmosfera sinistra onde um casal procura por uma cura numa cidade que entrou em colapso e onde terão de distinguir a realidade de pesadelos, pois há monstros sombrios que se escondem no escuro à espera da sua próxima vítima.
A produtora promete-nos uma experiência imersiva, onde iremos resolver puzzles e encontrar objetos para progredir numa narrativa com uma atmosfera recheada de mistério. Em A Void Hope o objetivo não é atacar todos os inimigos que encontrarem, mas evitá-los e procurar por formas de não os combater enquanto exploram os diferentes cenários. O jogo ainda vai vincar esta atmosfera aterrorizante com uma banda sonora adequada para nos fazer sentir um certo incómodo por estarmos naquele mundo, mas também para a nossa curiosidade se manter nos vários momentos mais emocionantes que o jogo transmitirá. Experimentem o jogo na demonstração que foi disponibilizada na loja da Valve, apesar de não sabermos quando é que o jogo será lançado na Steam e na Switch.
Valeria the Pagan Priestess
Gauchobot – Argentina
Data de lançamento não definida – PC
Este jogo de plataformas de ação e aventura, Valeria the Pagan Priestess, está a ser feito por cinco argentinos, o seu primeiro jogo, claramente inspirado no clássico da SEGA Mega Drive, Golden Axe. Mal vi esta obra no X, a rede social anteriormente conhecida como Twitter, fiquei imediatamente fascinado pela sua fluidez gráfica em pixel art. Para ser franco, acho que os hack’n’slash ainda não foram muito bem explorados, pelo menos na sua forma mais depurada que se aproxima mais de um Golden Axe. É claro que, hoje em dia, podemos dizer que este género evoluiu para aquilo que conhecemos como experiências que agora tentam replicar um Hollow Knight, embora continue a achar que haja falta de algo com uma experiência mais similar ao que encontrávamos nas máquinas dos salões de jogos, assim como nas consolas domésticas da altura.
Dito isto, vê-se bem que Valeria the Pagan Priestess ainda está numa fase muito precoce do seu desenvolvimento. Atualmente, a equipa argentina está a angariar fundos através do Patreon, não é a plataforma mais comum para este tipo de trabalho, mas como já o mencionei neste espaço não é algo impossível de concretizar, basta encontrar o método correto para esta plataforma de financiamento. O jogo em si parece estar a rumar a bom porto, pelo simples facto de introduzir mecânicas RPG e de hack’n’slash num jogo de plataformas que parecem ser muito interessantes, basta ver os inúmeros vídeos que o quinteto argentino vai divulgando, pontualmente, nas suas redes sociais.
Symphonia
Sunny Peak – França
2024 – PC e consolas
Eis que encontrei um jogo de plataformas no seu estado mais puro: um precision platformer. Não será propriamente estranho a quem esteve atento à gamescom, mas Symphonia encaixa que nem uma luva neste conjunto. O jogo da gaulesa Sunny Peak tem todo o aspeto de ser difícil, embora seja precisamente este aspeto mecânico que mais me atrai. Superar dificuldades dos diferentes desafios, para ir do ponto A ao ponto B, é tão refrescante e revigorante. Foi precisamente um jogo de plataformas que me fez estar cada vez mais atento ao mundo da produção independente, a obra de Edmund McMillen, Super Meat Boy.
Aqui, em Symphonia, vemos um belo mundo que terá de ser ultrapassado por Philemon, um estranho violonista conjurado por indíviduo que quer encontrar a solução para um mundo em degradação progressiva. Este músico usa o seu violino como meio de transporte para ultrapassar um mundo que combina maquinaria e música orquestral. O próprio instrumento de Philemon poderá ser tocado para ativar várias partes mecânicas do mundo e assim atingir o seu destino. Infelizmente, este jogo com um aspeto tão bom só será disponibilizado em 2024.