A GrizzlyGames já me habituou a não contar com o ovo no cu da galinha (eis algo que nunca deve ter sido escrito neste portal). Já com Islanders eu esperava um city builder, mas na realidade o jogo é mais próximo de um jogo de puzzles que propriamente de planificação de cidades. Com Thronefall já não estava bem à espera de encontrar um simples tower defense, seguramente haveria algo diferente… e não estava enganado.
Thronefall não é um tower defense convencional, pega em mais conceitos, tornando-o diferente, mas seguramente sem ser melhor que as propostas originais, apenas isso mesmo, diferente.
Essa premissa em si é bastante promissora nesta fase de Acesso Antecipado, em que o conteúdo ainda não é abundante, mas é muito promissor.
Da história sei que temos que organizar o nosso Reino e defender os nossos castelos contra os inimigos. Resulta e fica no ouvido, para além de deixar aquela ideia que nos parece algo familiar.
Graficamente um estilo muito próximo de desenho animado misturado com cel shading, numa palete que incide sempre numa cor que representa melhor o cenário, algo que resulta bastante bem neste jogo.
A música apenas aparece no momento das batalhas e é uma música claramente medieval. Claro que não esperava nada de muito diferente, mas obviamente que resulta.
Então porque é que o jogo é diferente do normal?
É diferente porque não nos deixa escolher as estruturas que desenvolvemos, nem o local onde as colocamos, deixando somente escolher as evoluções, se alguma, que esta leva no futuro, ou o tipo de unidade que produz.
Por um lado, dá-nos o conforto de saber que seguramente vamos colocar o edifício numa posição em que este funciona, mas por outro corta muita da liberdade a que estamos habituados.
Vivemos muito do dinheiro que obtemos a cada onda de inimigos, e rapidamente percebi que a melhor maneira de jogar é aquela em que conseguimos mais ouro, e foi sempre essa a minha prioridade, optimizando todas as minhas construções para poder produzir a maior quantidade de ouro possível, tentando destruir os inimigos com o mínimo número de tropas que conseguia.
Claro que não esperava o jogo equilibrado já neste ponto, mas há realmente unidades muito mais úteis que outras, e mal as desbloqueamos raramente usamos outras.
Há diversas estruturas que podemos construir, mas de forma geral há as que produzem ouro, as que produzem tropas e as barreiras físicas. No último nível a que temos acesso surge também um edifício que nos permite pesquisar e atribuir buffs a características, como maior defesa a combate corpo-a-corpo, por exemplo.
Mesmo os inimigos e a composição das ondas não me parecem equilibrados, com alguns a serem claramente mais problemáticos que outros, e a sua distribuição nas sucessivas ondas não as torna, por vezes, lá muito progressivas em dificuldade.
Há uma progressão no jogo já que consoante vamos batendo novos níveis vamos adquirindo experiência e subindo de nível, sendo que a cada nível vamos desbloqueando uma série de buffs e debuffs que posteriormente podem ser usados para bater os diversos objectivos que cada um dos níveis nos oferece, já que apenas bater o nível é apenas um deles, existindo a opção de acrescentar subir o desafio e dificuldade para obtermos mais pontos.
Temos parte activa na acção, já que somos o Rei do nosso reino e andamos a cavalo lá pelo meio e podemos de forma muito simplista controlar as nossas tropas, como se de um RTS se tratasse, basicamente dizendo a cada uma delas onde se posicionar. O nosso personagem também tem diferentes builds que o tornam mais útil em algumas situações e mais inútil noutras.
Thronefall parece apenas oferecer a primeira parte do jogo que nos leva somente até ao primeiro boss. Há uma promessa de acrescentar muito mais. Neste momento o jogo custa 7€, e para a diversão que oferece, vale cada cêntimo. A maneira como nos agarra e nos embala durante uma enorme sucessão de rondas que repetimos com gosto deixa antever que este jogo tem tudo para ser um sucesso. A mim conquistou-me de imediato!