Até aqui todos os episódios eram centrados num tema, um mais vago que o outro, mas eram todos focados numa característica em comum. Para este décimo-quinto episódio de O Albergue dos Silêncios, tentei fazer algo diferente, observar atentamente a minha lista de videojogos independentes, que ainda estão em produção, onde a ambição está a ser conduzida pelas obras clássicas nas quais se inspiram. No fundo, optei por selecionar jogos que estimulam os sentimentos e emoções presentes num jogo ou uma série específica, sem que estes sejam uma cópia descarada e que entrem no domínio do plágio. Wario, originalmente conhecido como o arquirrival de Mario, antes de ser relegado à série Warioware, protagonizou sua própria saga, Wario Land, onde chegou a desempenhar o papel de um formidável boss em Super Mario Land 2. Infelizmente, a franquia Wario Land perdeu força após alguns lançamentos para a Game Boy Advance. Entretanto, Wario ressurgiu com todo o seu charme em Warioware, com uma série de minijogos que, certamente, alegraram os corações dos jogadores. Donkey Kong, sob a tutela da extinta Rare, foi um dos pioneiros no género de plataformas 3D denominados de collectathon, que divertiu e ainda diverte os jogadores que gostam de recolher todos os itens como se estivessem dispostos numa lista de compras. Por último, mas não menos importante, temos Mega Man, onde o icónico herói robótico corre, salta e dispara num um enérgico jogo de plataformas repleto de ação. Hoje, trago-vos jogos indie para conhecerem, que procuram reproduzir bem os sentimentos de satisfação, felicidade e diversão dos jogos e séries acima mencionados. Depois de verem estes jogos, vão carregar no botão de adicionar à lista de desejos mais rápido do que imaginam.
ANTONBLAST
Summitsphere
Data de lançamento não definida – PC
No cerne desta aventura da Summitsphere, produtora com colaboradores um pouco por todo o mundo, está Dynamite Anton, um trabalhador à procura de vingança. Em ANTONBLAST os jogadores vão assumir o papel de Anton, como se este fosse o clássico Wario da Wario Land. Munido com um imponente martelo, vocês vão atravessar diversos locais com a força e violência destrutiva da vossa ferramenta laboral.
Em ANTONBLAST, a produtora promete entregar uma experiência a sessenta fotogramas por segundo, para uma aventura entusiasmante, repleta de destruição. O que tronará este jogo único, segundo a Summitsphere, é a sua habilidade para destruir tudo sem dó nem piedade, até porque, em ANTONBLAST tudo é destrutível. Esperemos pelo lançamento para podermos confirmar se tudo poderá ser efetivamente destruído e onde estará a linha que separa do que é ou não destrutível.
Dono’s Tale
Super Item Studios – Estados Unidos da América
Data de lançamento não definida – PC
Em 2016, Dagoberto Duarte Torres, inspirou-se em Mighty Number 9 e começou a criar um jogo similar. No entanto, a falta de experiência levou-o a cancelar o projeto em 2018. Dois anos depois, Dagoberto participou na game jam do canal do YouTube de Mark Brown, Game Maker’s Toolkit, onde criou um jogo de plataformas e quebra-cabeças chamado de “Do-kno’s Tale”. Após a competição, o jogo continuou a ser desenvolvido e voltou ao conceito original de 2016. Em 2022, Dagoberto Duarte Torres lançou uma campanha de financiamento para Dono’s Tale que, infelizmente, não alcançou o resultado pretendido, ser financiado.
Quanto às mecânicas do jogo, a equipa da Super Item Studios procura implementar em Dono’s Tale uma experiência similar à série Megaman X. Assim, o título da Super Item Studios terá o seu protagonista Dono a saltar e disparar rapidamente. Curiosamente, Dono’s Tale sempre teve um conceito associado a quem faz speedrunning nos jogos, visto que são dados aos jogadores as habilidades para ultrapassar os diferentes níveis o mais rápido possível. Apesar destas mecânicas serem visadas para jogadores mais experientes, a produtora não se esqueceu de incorporar formas dos jogadores mais novos, ou com menos habilidade, passarem por uma boa experiência em Dono’s Tale.
Windswept
WeatherFell – Austrália
2025 – PC, Switch, PlayStation, Xbox
A equipa de produção australiana de Windswept, a WeatherFell, compreende muito bem o fascínio dos jogadores em torno da nostalgia. Portanto, com Windswept, pretendem entregar uma experiência na qual os jogadores se sintam confortáveis, que lhes façam recordar as tardes e serões a jogar obras que agora consideramos clássicas. Nem todos os jogos necessitam de serem inovadores e com ideias novas, a WeatherFell percebeu isso e tentará trabalhar com o melhor que já se fez em clássicos, jogos de plataformas onde se tenta colecionar tudo e mais alguma coisa.
O que distingue o Windswept dos seus pares é a sua dedicação a um subgénero que tem vindo a tornar-se cada vez mais raro: os jogos de plataformas 2D conhecidos como collectathon (tal como mencionei na abertura deste episódio). À medida que Donkey Kong Country 2 se aproxima do seu trigésimo aniversário, tem sido evidente a escassez de jogos nesta categoria. Windswept tem assim como objetivo reacender o espírito dos jogos de exploração, onde amealhamos uma diversidade de objetos, que fez destes um sucesso do passado.