Há uma argumentação contra os roguelikes, perfeitamente aceitável, que diz o seguinte: este género de jogos têm um aleatoriedade rotativa dos seus elementos só para injetar uma longevidade artificial ao jogo. Não é uma alegação descabida e sem lógica, mas há muito divertimento que se retira deste sistema. Por exemplo, podem-se obter novos poderes muito curiosos (mesmo que estes nos tornem excessivamente fortes), descobrir monstros com os quais nunca nos tínhamos cruzado (para assim termos novos desafios) ou encontrar caminhos alternativos (que podem encurtar a nossa estadia numa masmorra até ao boss final ou levar-nos até maravilhosos tesouros). É assim que eu encaro os roguelikes: jogos com oportunidades sem fim, aventuras sempre diferentes mesmo que o tenhamos jogado centenas de vezes. Dado que vejo valor neste tipo de jogos, achei interessante trazer mais umtrio de jogos indie para este espaço que encaixam nesta designação.
Wanderlost
Eli Segal – Estados Unidos da América
Data de lançamento não definida – PC, Switch, PlayStation, Xbox
Wanderlost é o projeto que nasceu na mente de Eli Segal e, para que este se materializasse, começou a trabalhar no conceito que tinha em 2020. Um ano depois, lançou uma campanha de financiamento no Kickstarter, onde conseguiu angariar cento e quarenta e sete mil dólares, uma quantia bem acima do que inicialmente pediu, trinta e cinco mil, com quase três mil e seiscentas pessoas a doar fundos monetários para que o sonho de Eli se realizasse. Apesar do lançamento ter ficado previsto para o final do ano passado, a verdade é que estamos quase no final de 2023 e ainda não temos uma data concreta, o que é normalíssimo par este meio.
Wanderlost será um jogo que me fez lembrar Don’t Starve, mas com uma abordagem muito menos sinistra do que o jogo da Klei Entertainment. Muito focado no crafting e na evolução das habilidades da personagem, assim como na exploração de um mapa dos EUA pós-apocalíptico. Embora o jogo se passe numa localização repleta de mortos-vivos e ser um título que se identifica como um jogo de sobrevivência, Wanderlost tem um aspeto estranhamente adorável. Aliás, no próprio Kickstarter, Eli Segal definiu a sua obra como “um RPG de sobrevivência e crafting com sistemas profundos e o primeiro pós-apocalipse alegre do mundo”. Se isto não vos desperta o interesse, não sei o quê que poderá despertar com tanto jogo de zombies que há no mercado.
Ending Tau
Extra Small – Brasil
Data de lançamento não definida – PC, Switch
Em 2020,um grupo de amigos juntou-se para fazer um videojogo. Estes amigos estavam indignados pelo facto de só verem jogos com vikings ou soldados americanos à venda nas lojas, por isso arregaçaram as mangas e decidiram fazer um jogo inspirado no seu continente. Como estamos a falar de um grupo de amigos que vive no Brasil, Ending Tau vai buscar muitas inspirações ao país governado por Lula e a outros países sul-americanos. Uma das grandes referências é a uma lenda do povo Tupi-Guarani e ao espírito Tau, segundo uma publicação da produtora brasileira na rede social X, isto vai permitir criar “uma terra com paisagens e criaturas nunca antes vistas num videojogo”.
Já foi lançada uma demonstração no Steam e o que não faltam são boas opiniões sobre o que se pode jogar de Ending Tau. É um jogo de ação com um combate desenhado para ser algo com um impacto significativo, tornando assim o jogo divertido. Vão poder combinar vários melhoramentos para fazerem do combate algo vosso. Além de inimigos mais convencionais, haverá bosses de dimensões consideráveis para enfrentar que têm uma interessante ligação à narrativa. É pena o jogo só chegar em 2024, porque tem um aspeto tão bom que só apetece ir à página Steam e comprá-lo para nós e para os nossos amigos.
Yasha: Legends of the Demon Blade
7QUARK – Taiwan
2024 – PC
Em Yasha: Legends of the Demon Blade, produzido pela taiwanesa 7QUARK (produtora com uma década de experiência a produzir videojogos), os jogadores vão poder aventurar-se pelo Japão feudal num RPG de ação com elementos tradicionais dos roguelikes que mistura características da História do país do Sol Nascente e ficção de fantasia. Passado durante o período Edo, época no Japão que se manteve entre 1603 e 1868, este jogo convida-nos a explorar um mundo lançado no caos por uma temível raposa de nove caudas. Ou seja um jogo interessantíssimo não só no contexto que apresenta, como pela jogabilidade muito empolgante, como se pode conferir pelos vídeos promocionais.
Com um conjunto de mecânicas roguelike, que se vão traduzir, certamente, numa jogabilidade imersiva, os jogadores vão ter três personagens diferentes para assumir o leme do combate: um ninja imortal, um emissário demoníaco e um samurai monstruoso, cada um com seu estilo de combate único e com a sua própria intriga. Vamos ter de dominar a arte do combate usando uma variedade de Demon Blades, além de podermos deliciar-nos com uma boa variedade de receitas de ramen para aumentar a nossa capacidade de combate. Além disto tudo, ainda terão uma quantidade assinalável de desafios, que só os mais corajosos vão enfrentar.