Não sou o maior apreciador de jogos de Estratégia em Tempo Real. Porém, tive uma juventude recheada de jogos no computador, jogos adquiridos através de “amigos” e claro, um deles foi o clássico dos clássicos deste género, o velhinho Age of Empires. Joguei muitos outros, dos quais não me lembro o nome, porém não me esqueço das memórias deixadas por Pharaoh e Age of Mythology, foram ambos o pináculo da minha passagem pelo PC como plataforma principal para jogar jogos de estratégia. É claro que há muitos produtores independentes adeptos deste género. Um género muitas vezes visto como “xadrez virtual”. Contudo, não têm a mesma notoriedade dentro da bolha Indie como obras metroidvania, ação na terceira pessoa ou na primeira. Pelo menos, é esta a percepção que tenho de tanto pesquisar sobre jogos independentes. Ao fim de muitos meses conseguiu juntar três deste género que me parecem valer uma adição à wishlist do Steam.

Dust Front 

RtsDimon – Rússia

Data de lançamento não definida – PC

Num cenário pós-apocalíptico apesentado em Dust Front, um RTS que replicará a experiência dos grandes clássico com toques de estratégia que parece convencer, a narrativa promete incidir num planeta que foi arrasado por guerras e outros conflitos bélicos. Contudo, a dúvida paira: o que diferencia este jogo de estratégia da vastidão de títulos similares existentes em lojas digitais como a Steam? A mecânica de criação de exércitos e construção de bases é fundamental estar num jogo deste género, por isso é um elemento obrigatoriamente presente neste RTS. A adição de elementos gerados aleatoriamente e campanhas não-lineares é intrigante, mas será suficiente para afastar o sentimento de déjà vu que muitos entusiastas de estratégia podem experimentar?

O mapa global, supostamente dinâmico, apresenta inúmeras ameaças, desde mutantes até conspirações desconhecidas. No entanto, a questão é se esta multiplicidade de desafios irá transcender o convencional e proporcionar uma experiência de jogo verdadeiramente cativante. Enquanto que haverá outros eventos como a economia global, eventos regionais e tecnologia que prometem complexidade estratégica, a simultaneidade de planeamento e de movimentação por turnos pode gerar alguma confusão na jogabilidade. Em última análise, Dust Front parece apresentar um leque vasto de mecânicas, mas se estas se traduzirão em uma experiência envolvente e única para os jogadores permanece uma incógnita a ser desvendada.

God Sworn 

Thunderoak Interactive – Países Baixos

1º trimestre de 2024 – PC

Num panorama onde não faltam produtoras independentes, a ThunderOak aparece como mais uma promissora entidade de desenvolvimento de videojogos sediada nos Países Baixos. Fundada em 2021 por Baiba Gedrovica e Corne Willemsen, ambos auto-denominados amantes de jogos de estratégia e RPG, a empresa lança-se no competitivo mercado com o seu próximo título, Godsworn. Contudo, o que distingue esta narrativa mitológica da grande quantidade de jogos RTS já existentes? É a premissa de uma epopeia que reconta as cruzadas do norte, onde tribos pagãs e os seus deuses colidem com templários e exércitos celestiais. Portanto, fiquei  curioso em saber o quê que a ThunderOak esconde nas mangas para oferecer aos jogadores ávidos por novidades no género.

À medida que exploramos as terras pagãs sob o olhar dos deuses, a chegada de uma ordem de cavaleiros com estandartes celestiais parece ser o catalisador da narrativa. No entanto, a pergunta crucial persiste: há originalidade no confronto entre o divino e o mortal, ou estamos destinados a mais um conflito previsível entre forças históricas e divindades cristãs? A incerteza recai sobre se o enredo conseguirá transcender os elementos clássicos já explorados e oferecer uma narrativa verdadeiramente envolvente que vá retumbar nos sentimentos dos jogadores. Enquanto os fundadores expressam a paixão pelo género, a real inovação e a capacidade de Godsworn se destacar dos milhares de jogos na Steam permanece uma incógnita que só o tempo e a experiência dos jogadores poderão desvendar.

Dying Breed

Sarnayer – Uruguai

Data de lançamento não definida – PC

Dying Breed, o próximo título da produtora uruguaia Sarnayer, tenta cativar os jogadores ao proporcionar uma viagem nostálgica à era dourada dos jogos de estratégia em tempo real no PC, como por exemplo o saudoso StarCraft. Transportando os jogadores para um mundo pós-apocalíptico, o jogo promete desafios intrigantes, desde a construção de bases à recolha de recursos. Contudo, perante o que o jogo promete nas redes sociais e nas páginas onde o jogo é descrito, é legítimo questionar se Dying Breed conseguirá ultrapassar as convenções estabelecidas ou se acabará por passar ao lado dos jogadores que procuram a experiência que esta obra sul-americana oferece.

Apresentando-se como um thriller de ação, o jogo destaca-se por ter uma banda sonora original como um dos seus grandes trunfos, que acompanhará uma experiência intensa. No entanto, num mercado saturado, a originalidade musical pode não ser suficiente para destacar Dying Breed. Com a exigência de decisões estratégicas imersivas e um ambiente desafiador, o jogo almeja atrair os jogadores que buscam uma experiência envolvente, nomeadamente nas mecânicas. No entanto, a grande dúvida reside na capacidade do jogo da Sarnayer oferecer algo verdadeiramente novo e duradouro, enfrentando a feroz concorrência que caracteriza a indústria de jogos atual.