Ser pai tem infinitas virtudes, alegrias e mudanças na nossa vida, mas uma das maiores surpresas advém de quando os nossos filhos partilham as nossas paixões. Se há uns anos os jogos co-op eram pouco aproveitados por mim a menos que tivesse a possibilidade de os jogar online com alguém, a realidade é que hoje procuro-os e posso partilhá-los e aproveitá-los da forma como os seus criadores os conceberam, levando-me a outra vida, quando o couch co-op era a única e a mais profunda maneira de jogar videojogos com outras pessoas.
Go Fight Fantastic surge nesta senda de jogos desafiantes cooperativos, assumindo-se como um co-op hack and slash isométrico com laivos de roguelite. Ainda que possamos jogá-lo a solo, partilhar este jogo até três jogadores online, é no couch co-op que Go Fight Fantastic brilha.
Escolhemos a nossa party de 3 lutadores a partir de 4 classes disponíveis: Healer, Tank, Rogue e Archer, em que cada um tem o seu conjunto de habilidades e poderes únicos.
Um elemento de compensação de game design que a equipa da Dinomite Games implementou para tentar equilibrar o desafio de um jogo que foi concebido de base para multijogador mas que também pode ser jogado em single player é a possibilidade de trocarmos de classe quando um personagem morre. Esta é uma forma de minimizar a dificuldade que se sente em co-op e mimetizar o elemento multiplayer, visto que a run terminar apenas quando os 3 personagens perecem.
Com dois modos disponíveis no nosso hub central, o de Horda e o de História, o ligeiro elemento de roguelite encontra-se com as gemas que podemos encontrar e melhorar, tornando cada personagem mais forte na sua eficácia, e obrigando a algum grind habitual em jogos com estes elementos.
Go Fight Fantastic tem um combate dinâmico, abrilhantado pelas diferenças óbvias do kit de movimentos e ataques de cada personagem, mas onde até em jogabilidade fácil sentimos o enorme desafio que o jogo nos apresenta.
Mas num momento em que vemos chegar ao mercado dezenas de hack and slahes e action RPGs isométricos inspirados no sucesso incontornável de Hades, é óbvio que um dos maiores pontos de venda de Go Fight Fantastic é a sua excelente direcção de arte que nos remete para uma grande série de animação de acção.
Go Fight Fantastic leva-nos a tentar tornar os nossos personagens mais fortes para sobrevivermos o maior tempo possível no modo de Horda. Um jogo que é mediano em single player mas que encontra a sua excelência em couch co-op, tornando-o um dos mais divertidos e desafiantes jogos indie recém-lançados para partilhar uma aventura com alguém ao nosso lado.