Os JRPGs, os role playing games nipónicos, podem ser uma verdadeira obra-prima do design de videojogos, uma celebração da criatividade e da narrativa interativa, quando bem feitos. Os melhores deste género têm uma fusão inigualável de enredos envolventes, estilos visuais deslumbrantes e mecânicas de jogo inovadoras – representam o pináculo da arte em videojogos. As narrativas intrincadas e os personagens memoráveis dos JRPG não são apenas elementos de um jogo, mas sim o coração, que bate forte, de mundos ricos e detalhados que se desdobram como épicos literários interativos. Por isso, achei por bem trazer-vos mais três interessantes jogos independentes em produção que podem, provavelmente, alinhar-se com os vossos gostos.

Circadian

jeffgamedev – Estados Unidos da América

Data de lançamento não definida – PC

Circadian é um jogo que está a ser feito por duas pessoas, Jeff, que trata de praticamente tudo na produção, e Shane um produtor apenas responsável pela sonoplastia do jogo, nomeadamente a banda sonora. O grande interesse desta obra é a sua clara inspiração em Mother 2, o jogo que recebemos no ocidente com o nome de EarthBound. O jogo desta dupla de produtores leva-nos ao subúrbio conhecido como Mount Olive, onde ocorrências estranhas começam a acontecer, e claro, um pequeno grupo de jovens marginais, que não se adaptam às regras da sociedade, tem de resolver a situação e pelo meio salvar não só o seu subúrbio, mas também o mundo.

Apesar do ciclo de produção de Circadian ainda não estar muito avançado, os produtores já prometeram e demonstraram, em vídeo promocional, que o jogo terá as funcionalidades que os jogadores mais habituados a estas andanças esperam de um título deste calibre. Portanto, podem contar com os clássicos combates por turnos, o que  está mecanicamente mais apurado, assim como uma história com personagens peculiares, inimigos que não vão esquecer tão cedo, mesmo depois de desligar a consola, minijogos que vos vão dar aquele gosto especial que tinham quando inseriram moedas nas máquinas arcade. Sem explicar o que será, o produtor também diz que haverá pirataria em computadores (provavelmente seremos nós a aceder inadvertidamente a computadores de entidades misteriosas) e hambúrgueres (uma palavra que pode esconder muitos segredos ou ser tão simples quanto o produtor quiser).

The Girl From Arkanya

Arkanya Games – Estados Unidos da América

Data de lançamento não definida – PC, PlayStation, Xbox, Nintendo Switch 

The Girl From Arkanya é um jogo que foi financiado no Kickstarter (ou pelo menos procurou uma parte dele, dado o baixo valor pedido para que o videojogo se torne realidade), onde angariou quase quarenta e quatro mil dólares. Na equipa está Harrison Withrow, responsável pela produção, e Robby Silva, encarregue da parte sonora da obra, nomeadamente a música. São dois produtores com a ambição de fazer uma obra JRPG inspirada nos jogos bidimensionais da série The Legend of Zelda.

Em The Girl From Arkanya vamos seguir as aventuras de caça ao tesouro de Marisa e a sua fiel companheira de viagem, uma dócil capivara. Pela Amazónia, em 1167, vamos explorar ruínas de civilizações antigas, resolver puzzles e descobrir tesouros escondidos. Em termos de mecânicas, o jogo da dupla que compõem a Arkanya Games não tem como objetivo reinventar a roda, mas construir uma experiência única com base num game design familiar. Aqui não vamos só controlar a protagonista Marisa, mas também a sua amiga Kapi, a capivara. É neste jogo de controlar duas personagens que vamos resolver puzzles e enfrentar perigos, com o único propósito de recolher a maior quantidade de tesouro possível.

SacriFire

Pixelated Milk – Polónia

Data de lançamento não definida – PC, PlayStation, Xbox, Nintendo Switch 

A equipa polaca, que ficou conhecida pelas obras Regalia: Of Men and Monarchs, regressa para a criação de um JRPG inspirado nas aventuras de Link, sobretudo as que foram criadas em 2D. Sacrifire é um jogo de ação e aventura que também terá mecânicas inovadoras para criar uma experiência única e envolvente. Num mundo desenhado em pixel art à semelhança de jogos como Octopath Travaler, os jogadores embarcarão numa missão para descobrir a verdade sobre o seu passado e salvar o seu mundo da destruição.

Mecanicamente, que é o que a maioria dos jogos tem de mais interessante a oferecer, estaremos perante um combate bastante curioso. O combate não será propriamente peculiar, mas vai mesclar a fluidez de batalhas em tempo real e a estratégia dos combates por turnos. Ainda vamos poder aprender e dominar técnicas de combate de diferentes disciplinas da arte do combate, assim como criar armas num sistema de crafting, resolver puzzles e ultrapassar masmorras com bastante criatividade. Por isso, o que não faltam são bons argumentos para manter SacriFire debaixo de olho.