Os jogos não se medem aos palmos. É essa a razão pela qual sempre me causou urticária o argumento ou a tentativa de criar um rácio de qualidade a um jogo cingindo-se apenas ao cálculo de euro por hora de jogo. Jogos pequenos podem ser altamente satisfatórios, como ainda há dias provámos com o Sokobalien, mas depois há casos como o de Storyblocks: The King, em que sinto que o mero exercício de escrever este artigo deverá servir de aviso para que evitem gastar o 1,99€ que o jogo custa. Seriam dos mais mal gastos 2 euros da vossa vida.
Desde o momento em que embarcamos na aventura pseudo-narrativa de Storyblocks: The King que somos atirados aos lobos, ou neste caso, a um vazio com uns cubos flutuantes sem termos bem ideia do que fazer. Com um esparso tutorial pelo caminho, sentimos que ao invés de sermos suavemente apresentados às mecânicas do jogo e aos seus elementos (aparentemente) únicos, que só tem algo de pior quando finalmente compreendemos o que temos de fazer. E não é porque seja difícil. É porque é simplista.
A mecânica fundamental de Storyblocks: The King obriga-nos a manipular blocos no espaço, criando um caminho entre o bloco inicial, o do herói, e os de continuação de capítulo, permitindo-nos bifurcar o enredo.
Entre os maus controlos, a quase inexistência de um tutorial decente e a percepção do quão básico é o objectivo do jogo, rapidamente caímos num tédio de rearranjar os blocos no espaço e completar cada nível num ápice. Nem a ideia de que estamos progressivamente a contar uma história com as soluções básicas que encontramos para os níveis salvam esta experiência.
A necessidade de rejogar Storyblocks: The King para desbloquear todos os caminhos e todos os livros é uma tarefa que dificilmente veremos muitos jogadores a finalizarem. Storyblocks: The King tem uma boa premissa que se perde numa execução desinspirada e fastidiosa.