Vampire Survivors tomou o mundo de assalto, e se eu demorei a perceber o seu apelo e o quão influente o jogo viria a ser, a razão talvez se prenda pelo mindset necessário a compreender o que o jogo pede de nós, e o que nos dá.

Acredito que uma parte do segredo do sucesso de Vampire Survivors era o seu preço, e a forma como criadores de conteúdo ajudaram a notabilizar o jogo, e o seu público a investir uns quantos euros para o poder jogar também.

Quem ouve o podcast Split-Chicken sabe que já confidenciei que este sucesso de Vampire Survivors tenha motivado uma torrente de clones, e essa percepção era clara com o período de submissões para o Indie X. Já joguei excelentes reinterpretações de Vampire Survivors (tenho andado a jogar a um, Swarm Grinder, e estou a adorar, e também já revirei os olhos com muitos clones descarados do jogo de Poncle.

Eu não sei bem o que é Mighty Mage.

Apesar da cativante imagem de destaque do jogo no Steam, o que Mighty Mage nos dá é das experiências mais insípidas que podemos ter. Somos o titular mago, e vamos progressivamente apanhando os habituais upgrades, criando assim a nossa build para sobreviver as hordas de inimigos. 

De todas as similaridades com outros roguelike survivors, Mighty Mage pede-nos para carregar no trigger direito, ainda que os disparos não tenham a sua direcção controlada por nós. Limitamo-nos a correr de um lado para o outro, carregando no trigger direito para que o mago lance feitiços. E passados 10 minutos o jogo acabou. É isto. 

A falta de conteúdo é gritante e ofensiva, e considerando que o jogo custa 2,99€ e o “pai” do género tantas vezes está a esse preço em promoção, não há forma alguma de justificar a sua aquisição. 

Outra curiosidade de Mighty Mage é que demorei mais tempo a escrever o artigo para vos dizer que este jogo é uma perda de dinheiro (já que de tempo, como visto com a sua falta de conteúdo, não é) do que o tempo de jogabilidade que este título tem…