Uma das principais razões para os jogos com combates por turnos serem tão apelativos é por terem uma estrutura metódica nas mecânicas que nos são dadas, para assim nos divertimos horas a fio. Ao contrário dos jogos de ação em tempo real, onde as decisões devem ser tomadas instantaneamente, os jogos por turnos permitem aos jogadores terem tempo para pensar, antes de tomarem as decisões que acham melhores para saírem vitoriosos dos desafios que lhes são apresentados. Isto dá a quem joga uma oportunidade para elaborar um plano detalhado e cuidado, onde cada movimento pode ser pensado e repensado. Este nível de controlo e a possibilidade de prever e contrapor as ações do adversário apelam a um sentido mais profundo de estratégia e tática, semelhante aos jogos de tabuleiro como o clássico xadrez.
Enter the Chronosphere
Effort Star – Austrália
2024 – PC
A Effort Star é uma produtora australiana relativamente recente, que já conta com oito colaboradores na equipa. Esta equipa está prestes a lançar o seu quarto jogo, Enter the Chronosphere, apesar deste ser o primeiro que será lançado na plataforma da Valve. Para esta equipa o seu foco está na produção de experiências que façam os jogadores sentirem-se bem quando as jogam, proporcionando espaço suficiente para poderem jogar da forma como quiserem, com o seu próprio estilo, seja ele agressivo ou mais calculado. Assim, Enter the Chronosphere pretende ser a prova desta filosofia de criação de videojogos. Agora se resulta ou não, só o tempo o dirá.
Depois de ver o vídeo promocional de Enter the Chronosphere, há vários jogos dos quais me vêm à memória. Super Hot, porque o tempo congela para todos os intervenientes do jogo, o que vos permite começar logo a vossa estratégia. Borderlands, pelo espólio deixado por quem sucumbe aos vossos ataques. Void Bastards, por ter um estilo visual bastante similar, cheio de vida e cor. Portanto, dado que o jogo é um bullet hell rogulike com turn based combat, já me venderam o jogo antes de sequer estar à venda. É marketing bem feito. Agora só falta por este jogo à frente dos jogadores para ver se têm interesse em adquiri-lo.
Demonschool
Necrosoft Games – Estados Unidos da América
2024 – Nintendo, PC, PlayStation, Xbox
A Necrosoft Games já faz videojogos desde 2012, em várias plataformas que já foram descontinuadas como a PlayStation Mobile e Google Stadia – portanto, faz jus ao seu prefixo que vem do grego, nekrós (cadáver, morte). Com Demonschool, a sair em várias plataformas, duvido muito que alguma consola ou loja digital vá abaixo pelo lançamento por parte desta produtora californiana. Se esta semana está aqui, é porque estamos perante um jogo de combates por turnos muito curioso e que me conseguiu imediatamente cativar pela sua direção artística terror italiano clássico, assim como por mangá para a arte do modelo das personagens.
Mas claro, destaco quase sempre videojogos independentes com uma mecânica que parece inovar no género ou no próprio mercado. No entanto, Demonschool não parece ter nada de realmente inovador nas mecânicas, apesar de ter uma arte fabulosa que também é inspirada em autores japoneses que trabalham o género do terror de forma exemplar. É como o xadrez, continuamos a jogá-lo milhares de anos depois de ter vindo da Índia e se ter propagado pelo resto do mundo. O jogo da Necrosoft Games tem todos os ingredientes necessários para um jogo com combates por turnos mais do que razoável, mas claro só depois do lançamento é que se poderá afirmar se é bom ou não. É como um bolo, os ingredientes são sempre os mesmos, mas é a forma como se manuseiam estes que permite obter um bom resultado.
Project Haven
Code Three Fifty One – Portugal
2024 – PC
Encontrei este jogo por mero acaso, nem à primeira reparei que é um jogo português. Contudo, fiquei intrigado pelo nome da produtora: Code Three Fifty One. Ou seja, a Joana Dimas e Sérgio Gil batizaram a sua produtora através do indicativo telefónico de Portugal – até tem a sua originalidade, isso ninguém lhes tira. Project Haven, o labor do casal português, ainda foi admitido no antigo programa da Valve, Steam Greenlight, em 2015. Como obteve bastante sucesso, segundo contam os autores do jogo, contrataram Edwin McRae, reconhecido escritor que trabalhou em Path of Exile, para tratar da narrativa da campanha de Project Haven. Em 2019, conseguiram exibir ao mundo os primeiros frutos do seu trabalho e apresentá-lo em eventos e transmissões de exibição de jogos indie. Foi até um dos participantes do Indie X 2020 e do ano seguinte.
Uma das principais peculiaridades desta obra é de ser um jogo de combates por turnos que poderá ser jogado num modo cooperativo, até quatro jogadores. De acordo com a Code 351, o combate será flexível e com uma grande precisão, quer seja para se ser letal ou simplesmente desarmar um inimigo. Algo que também parece ser interessante, é que poderemos personalizar as armas conforme a nossa forma de jogar, para sairmos vitoriosos de diferentes tipos de situações nos quais vamos estar embrenhados entre as mais de quarenta e cinco missões disponíveis. Ainda não uma data definitiva para este título ser lançado, mas a previsão continua a estar para 2024.