Não há volta a dar, os metroidvania são e serão sempre surpreendentes. Apelam-me pelas suas mecânicas e convencem-me pelo seu excelente level design. Claro que nem todos são excelentes, obras-primas dignas de estarem no panteão dos videojogos. Há jogos metroidvania muitos maus, mas fico sempre na esperança destes serem bons, muitos bons. Sou um otimista incurável. Cada novo lançamento é uma promessa de aventura e desafio, uma oportunidade de explorar mundos intrincados e descobrir segredos bem guardados. A mistura de ação, exploração e resolução de puzzles (às vezes até combate) é uma fórmula que raramente falha em me cativar. Talvez seja a sensação de progresso constante, de ver o mapa se desdobrar e se expandir à medida que obtenho novas habilidades e ferramentas. Enquanto este espaço existir, enquanto tiver vontade de escrever, vou continuar a versar sobre este género tão profícuo que é inspirador, assim como inspira outros a entrarem na produção de novas obras deste género.

The Siege and the Sandfox

Cardboard Sword – Reino Unido

2024 – PC 

A equipa britânica que está a produzir The Siege and the Sandfox não é novata na criação de videojogos. Em Forza Horizon 3, fizeram algum do level design. Na proposta indie, do estúdio que foi recentemente encerrado pela Take-Two Interactive, Roll7, ajudaram a criar Not a Hero em vários departamentos, sobretudo na garantia de qualidade técnica do jogo, mais conhecido por QA. Agora estão a fazer dois jogos, um de condução e este que trago ao Albergue, The Siege and the Sandfox, que apelidam de stealthvania, corroborado pela PC Gamer em 2017. 

O que me fascinou, depois de ver o trailer e de ter passado pela descrição que os produtores fazem do jogo, foi o conceito de stealthvania. Este conceito quer, no fundo, dizer que foram incorporados elementos de ação furtiva com o género metroidvania. Ou seja, vamos poder explorar o mundo sem que a nossa personagem seja detetada pelos seus adversários. Os jogadores ainda vão poder ser um mestre da acrobacia, que vão permitir à personagem explorar masmorras e outros locais, como se fossem um verdadeiro especialista em parkour.

Gestalt: Steam & Cinder

Metamorphosis Games – Estados Unidos da América

16 de julho de 2024 – Nintendo, PC 

A Metamorphosis Games está sediada em Los Angeles mas, tal como praticamente todas as produtoras de videojogos, colabora com artistas, músicos e programadores de todo o mundo. Portanto, é difícil saber o historial de cada membro desta equipa norte-americana, dado que Gestalt: Steam & Cinder será o primeiro jogo criado pela Metamorphosis Games. Visto que este metroidvania será uma resposta à questão “que tipo de jogo é que quisemos sempre fazer?” e que o resultado à vista é o que podemos ver no trailer do jogo, vê-se claramente que a equipa estudou bem para responder a esta questão.

Assim, Gestalt: Steam & Cinder promete ser um metroidvania que inclui elementos dos jogos de plataformas, conduzido por uma narrativa de proporções épicas, sem se esquecer de incorporar elementos RPG. As plataformas estão, logicamente, ligadas à movimentação da nossa personagem, assim como o combate. O combate, por sua vez, está intrinsicamente ligado aos elementos RPG. Desta forma, Gestalt permitirá que usemos combate em que empunhamos uma espada ou um revólver, onde tudo está lindamente pintado em pixel art num mundo steampunk que transpira estilo por todos os seus poros.

Bō: Path of the Teal Lotus

Squid Shock Studios – Tailândia

17 de julho de 2024 – Nintendo, PC, PlayStation, Xbox

A Squid Shock Studios é uma produtora asiática de videojogos independentes, situada em Chiang Mai, no norte da Tailândia. Criada em 2020, o seu segundo trabalho a ser publicado em Julho, logo a seguir a Gestalt: Steam & Cinder, é Bō: Path of the Teal Lotus, metroidvania inspirado em folclore nipónico que angariou quase 175 mil dólares no Kickstarter em 2022. A missão desta equipa é a de construir mundos imersivos e entusiasmantes, felizmente, esta obra aparenta estar prestes a realizar o desejo destes produtores, basta um pequeno vislumbre no trailer, que se vê que há bastante qualidade visual e mecânica no jogo, mas claro considerações finais só mesmo quando podermos ter o jogo nas mãos. Não é por acaso que esta obra será publicada pela Humble Games, editora e distribuidora que faz parte da IGN. 

O que há mais de interessante aqui, para além de uma direcção artística fenomenal, com tudo pintado à mão, é o combate e a movimentação da nossa personagem. Nós controlaremos uma criatura mística, uma pequena raposa, com poderes vindos de um par de brincos mágicos. Este ornamento vai permitir que possamos fazer ataques aéreos e movimentarmo-nos, igualmente pelo ar. Como tudo é feito num plano superior ao chão, o que queremos e convém é tentar encontrar uma cadência de movimentos para uma deslocação e combates, suaves como uma brisa de Verão. Nunca experimentei esta obra, mas tudo parece que será um metroidvania a ter em conta em 2024.