É difícil não ser apaixonado por criações independentes quando vemos propostas a surgirem tão criativas e originais que emanam personalidade em cada pixel. Esta sensação é ainda mais acutilante quando olhamos pare eventos de anúncios de jogos AAA e o desafio passa a ser distinguir os milhentos jogos perfeitamente idênticos que vão surgindo, prometendo ser a próxima grande febre milionária.
SCHiM é um indie narrativo sem uma única palavra escrita ou proferida, desenvolvido por Ewoud van der Werf e Nils Slijkerman. Este é um jogo que se destaca não apenas pela sua direcção artística forte e com uma identidade muito definida, mas também pela sua mecânica base, que apesar de simples, é tudo o que necessitamos para viver uma história verdadeiramente memorável. Com lançamento marcado para o dia 18 de julho, já jogámos à build de análise de SCHiM e sentimos que cumpre com aquilo que se compromete em fazer: oferecer uma experiência envolvente que mistura elementos de aventura e puzzle de forma original.
Estaríamos a mentir se não indicássemos imediatamente que aquilo que nos rouba a atenção em SCHiM é o seu estilo monocromático, herdado de uma corrente estética de ilustração e infografia. Utilizando uma paleta de cores limitada, este criativo título indie cria um ambiente visualmente impactante e atmosférico. Esta escolha e definição artística não define apenas a estética do jogo, mas também complementa a sua mecânica central que gira em torno das sombras e da luz.
Em SCHiM, controlamos um sapo de tinta que possui a habilidade única de saltar de sombra em sombra. Esta ideia simples, mas engenhosa, define a experiência de jogo: a luz é-nos mortal e temos nas sombras não apenas a forma de nos movimentarmos, mas o único elemento que permite a nossa sobrevivência. Navegamos pelos níveis desta forma, através dos saltos entre sombras, resolvendo puzzles que são na realidade as formas de nos permitir chegar mais longe pela cidade, em que alguma das situações envolvem apanhar “boleia” na sombra de alguém.
O conceito base do jogo é igualmente simples de explicar: em neerlandês, schim significa sombra ou fantasma, e este conceito é explorado de maneira brilhante ao longo do jogo. No início do jogo, o nosso schim é separado da sua pessoa, e dado que todos os objectos e personagens em SCHiM possuem schims que habitam nas suas sombras, a nossa longa e criativa aventura é uma busca por reconectar-se com a sua pessoa.
SCHiM é um jogo que ficará para sempre na nossa memória dada a sua combinação única de monocromatismo e uma mecânica simples mas conexa com a narrativa mais profunda. Os seus dois criadores, Ewoud van der Werf e Nils Slijkerman criaram uma história doce utilizando cenários quotidianos, em que as sombras assumem uma posição que raramente têm: a de serem elas o veículo da esperança da reunião do nosso protagonista e da sua pessoa.