Parem os rotativas, cancelem os distribuidores, congelem os posts de redes sociais, que vamos revelar algo inesperado: vou escrever um artigo sobre mais um cozy game.
Desta feita vamos até ao mundo vibrante de Into the Emberlands, que mecanicamente se apresenta como um jogo de aventura e exploração com uma aura relaxante.
O estúdio Tiny Roar, em colaboração com a renomada Daedalic Entertainment que lhe serviu de publisher, lançou em Early Access este jogo que foi anunciado no ano passado num dos eventos do Verão dos Jogos, e que nos prometeu capturar a nossa imaginação com a sua paleta de cores vibrante e acolhedoras.
Este mundo que aqui vamos conhecer é ameaçado por uma substância negra conhecida como miasma, desafiando-nos logo no prólogo a revitalizar uma pequena aldeia e a resgatar os seus habitantes perdidos e capturados pela escuridão.
Esta missão de resgate é complicada pela presença constante do miasma, que nos inflige dano quando atravessado se não tivermos a luz âmbar protectora que serve de centro a todo o jogo.
Como referi, para enfrentar este miasma contamos com as cargas de Ember Light que podem ser recarregadas na fogueira central da aldeia. É aqui que reside o desafio mecânico de Into the Emberlands: gerir a distância que se pode percorrer e a quantidade de luz disponível, uma dificuldade crescente à medida que temos de percorrer maiores áreas de escuridão para progredir na história. Cada incursão no miasma exige-nos um planeamento cuidadoso para evitar que nos percamos ou que sucumbamos à escuridão.
A exploração do mundo envolto em miasma revela não apenas recursos valiosos, mas também os aldeões perdidos que aguardam resgate, assim como pequenas quests e segredos escondidos.
Para além disso, Into the Emberlands incorpora elementos de recolha e gestão de recursos: precisamos de reunir materiais como madeira, pedra e outros elementos mais raros para reparar e melhorar os edifícios da aldeia, trazendo uma camada de fetch quests simples à jogabilidade. As ferramentas como machados e picaretas são perenes e simultaneamente essenciais para esta tarefa, embora tenham utilizações limitadas.
O loop mecânico de Into the Emberlands é fácil de identificar, ainda que este se vá tornando progressivamente mais desafiante, e temos mesmo de gerir as incursões de maneira eficiente já que esta é a diferença entre regressarmos à aldeia em segurança, ou morrermos na escuridão.
Um dos aspectos artisticamente mais sedutores de Into the Emberlands é o contraste entre a escuridão do miasma e as cores vivas da natureza e da aldeia revitalizada, criando uma experiência visualmente impactante e memorável, enfatizando o tema central do jogo: a luta entre a escuridão e a luz.
Into the Emberlands mergulha-nos numa experiência relaxante, que tem um desafio e uma tensão ligeiramente superiores ao que outros cozy games no trazem, combinando exploração, gestão de recursos e sobrevivência num mundo visualmente delicioso. Com a promessa de futuras actualizações e novos conteúdos durante o período de Early Access, com o preço actual de 5,11€ este título é uma excelente aposta como jogo de exploração mais acolhedor, e indicado para quem procura um cozy game diferente para abraçar.