Quem nos segue aqui no Rubber Chicken sabe que tentamos dar a mesma oportunidade ao indie mais obscuro como ao AAA com o maior orçamento possível. É por isso que temos orgulho de entre muitos jogos medianos (e pior do que isso) de já termos encontrado verdadeiras pérolas que têm aqui connosco um dos poucos, ou até únicos, artigos publicados.
Infelizmente, The Rusty Longsword não entrará nesse lote.
Lançado em Dezembro passado pelos Sapling Studios, The Rusty Longsword é um jogo indie de exploração casual que nos tenta cativar com a sua direcção de arte de pixel art em 3D, evocando a nostalgia da era de transição da geração da primeira PlayStation. É nessa indfinição e ruído visual resultantes que nos chega um apelo nostálgico, especialmente para os jogadores que têm uma afinidade com a estética dos jogos clássicos dos anos 1990.
Neste jogo de aventura tridimensional somos Rana, um gnomo curioso que explora um mundo em tons térreos e verde, cheio de mistérios, e é aqui que contactamos diversos personagens, formando amizades e descobrindo histórias escondidas nesta floresta pacata. A exploração, como podem imaginar, é o ponto central do jogo, incentivando-nos a verificar cada canto do mundo virtual em busca de segredos e respostas para alguns puzzles.
Os encontros com o elenco de NPCs são uma parte fundamental da experiência de The Rusty Longsword. Cada personagem vive da sua bizarria e estranheza, e as interacções são desenhadas para serem leves e bem-dispostas. As amizades que formamos ao longo do caminho – muitas vezes ao balcão de um bar medieval – ajudam a cimentar esta relação com os personagens.
Mas, apesar de ter algumas qualidades, The Rusty Longsword acaba por parecer demasiado tosco na sua execução. E aqui nem posso dizer que se deva à inexperiência dos seus criadores – porque não conheço o seu passado – mas o resultado que aqui vemos leva-nos a uma experiência de meio tostão que mais facilmente veremos como proposta de um projecto académico do que um jogo à venda, e a vontade de o explorar por mais tempo é destruída pela sua superficialidade criativa e fragilidades técnicas.