Os jogos roguelike, um subgénero dos RPG, surgiram como uma experiência única, marcada pela morte permanente da personagem controlada pelo jogador (mais conhecida como permadeath), geração aleatória de níveis e um alto nível de desafio. Para quem não sabe, a origem do termo remonta ao jogo Rogue (1980), que estabeleceu os pilares fundamentais desse género que, por exemplo, a icónica criação de Edmund McMillen, The Binding of Isaac, se baseia. Uma das características mais distingue os roguelikes da concorrência é a criação aleatória de níveis, como já o disse, o que significa que cada vez que um jogador inicia uma nova partida, o labirinto, os inimigos e os itens são gerados aleatoriamente, criando uma experiência única a cada jogada. Essa aleatoriedade impede que os jogadores memorizem caminhos ou padrões, o que exige adaptação constante e tomar decisões em tempo real. É precisamente com estas características que os jogos que hoje apresento vos vão proporcionar muitos momentos de diversão quando saírem no mercado – pelo menos assim parecem.

NeuroSquad – Slay the Horde

Nemori Studio – Estados Unidos da América

Data de lançamento não definida – PC

Tal como Mike Bithell, criador de Thomas Was Alone, Matt Nemori também deu o seu nome ao seu estúdio de produção de videojogos. Assim, a Nemori Studio está a criar NeuroSquad, um roguelike de ação com uma temática de ficção-científica – ou seja, tem tudo para dar certo. Como é que começou a sua paixão por videojogos? Como muitos de nós, foi com a NES, a consola doméstica da Nintendo que inspirou miúdos pelo mundo inteiro a fazerem os seus próprios jogos. Matt formou-se em Engenharia Informática e, desde aí, decidiu seguir a carreira de produtor de videojogos. O seu próximo trabalho é NeuroSquad – Slay the Horde.

NeuroSquad é um jogo de ação roguelike de ficção-científica, que promete entregar uma experiência única, onde os jogadores podem exercer um controlo sem precedentes no seu arsenal. Ao construir armas modulares, os jogadores terão a liberdade de personalizar o seu equipamento bélico para que este se ajuste ao seu estilo de jogo preferido. A adição de soldados holográficos acrescenta uma camada de profundidade estratégica, o que exige aos jogadores coordenarem os ataques da sua equipa para maximizar a sua eficácia. No entanto, embora os recursos inovadores do jogo sejam intrigantes, surgem preocupações quanto a possíveis problemas de equilíbrio e a viabilidade a longo prazo de seu sistema de armas modular. Apesar de ser mais um jogo inspirado em Vampire Survivors, está com muito bom aspeto.

RAM: Random Access Mayhem

Xylem Studios – Canadá

18 de Novembro de 2024 – PC

Do Canadá, de onde vêm grandes jogos indie, como FEZ, graças a verbas que o estado faculta a quem faz jogos, Toby Murray e Andrew Cunningham já começam a impressionar com o intrigante RAM: Random Access Mayhem. O objetivo deste par, que compõe a Xylem Studios, é de criar experiências únicas com as mecânicas que estão a desenvolver. Estes dois criativos encontraram-se ainda nos seus anos de faculdade num clube de desenvolvimento de jogos na universidade que frequentavam, o que nunca deixa de ser curioso saber como é que duas pessoas se juntam para fazer um jogo comercial.

Em RAM, os jogadores assumem o papel de uma Inteligência Artificial desonesta, forçada a habitar e controlar os próprios inimigos que foi projetada para eliminar. Este shooter, com uma perspetiva top-down, inverte as expectativas que temos em jogos deste tipo, exigindo mudanças estratégicas entre oito tipos distintos de inimigos, cada um com seu próprio arsenal e habilidades únicas. O desafio não é apenas aniquilar hordas de robôs; é planear antecipadamente, prever movimentos inimigos e usar os pontos fortes de cada um para superar-nos a nós próprios e a quem nos ataca. Enquanto os jogadores navegam neste campo de batalha digital, vão descobrir o objetivo misterioso da IA, tudo enquanto lidam com as implicações morais de jogar como as próprias entidades que são supostas destruir.

Stellar Watch

White Leaf – Estados Unidos da América

2024 – PC

Em Austin, Texas, as produtoras de videojogos crescem que nem cogumelos de tantas que existem lá. A White Leaf é uma das mais recentes produtoras independentes a surgir na região mencionada dos Estados Unidos. Têm como um dos seus pilares para os seus jogos a exploração e, tal como a Xylem Studios, esta produtora texana também é formada por duas pessoas, indivíduos criativos que procuram criar uma jogabilidade artisticamente interessante e que tenha um mínimo de fator novidade para surpreender quem joga.

Stellar Watch é um jogo tower defense ou, que poderia figurar na sequência de artigos que publicámos intitulado Alameda das Linhas de Torres, com elementos roguelike em que os jogadores defendem uma nave espacial de sucessivas vagas inimigas, onde implantam drones. O mecanismo de rotação da formação permite tornar o jogo dinâmico, enquanto que o campo de batalha está em constante mudança para manter os jogadores em alerta. Os jogadores podem escolher entre várias especializações tecnológicas para personalizar o seu estilo de jogo e construir combinações únicas de drones. Com sua profundidade estratégica e jogabilidade inovadora, Stellar Watch tem tudo para ser uma experiência cativante e desafiadora para fãs do género.