Nunca tive grande proximidade com auto-battlers, nem no auge da sua febre nem da forma como TFT acabou por subsistir num sub-mercado que teve um pico intenso que rapidamente se diluiu.
Mas a promessa de um jogo indie em Early Access que misturasse esses elementos e ao mesmo tempo monster collecting e inventory management foi o suficiente para criar alguma curiosidade em mim.
NEODUEL: Backpack Monsters, da DiceHit Games e Rogue Duck Interactive, apresenta-se como isso mesmo, ao mesclar diversos géneros. Neste mundo que pisca os dois olhos de forma evidente a Pokémon, temos criaturas chamadas Cosmions que são obtidas através de máquinas Gashapon, desafiando-nos a optimizar a nossa colecção e a sua disposição em slots do inventário para maximizar o seu desempenho nas batalhas.
A mecânica central de Backpack Monsters reside na gestão dos Cosmions. Cada criatura ocupa um espaço no nosso inventário e temos de organizar as suas posições para criar ligações e sinergias entre elas, potencializando o nosso valor de ataque.
Paralelamente a isso temos um sistema de evolução que depende da aquisição de elementos específicos, e a fusão de Cosmions permite a obtenção de versões épicas, acrescentando alguma profundidade estratégica.
As batalhas, como em outros auto-battlers, são automáticas (ora não fosse a nomenclatura do género estar errada). Isso significa que, após o posicionamento dos nossos Cosmions, nenhuma agência temos para mudar o resultado: a experiência mecânica é focada no planeamento anterior aos combates, tornando a fase de preparação crucial para o nosso sucesso.
Embora a premissa seja interessante em teoria, depois de dezenas de combates online contra outros jogadores (ou seriam bots?) sinto que a execução de NEODUEL: Backpack Monsters é bastante avassaladora. A combinação de gestão do espacial, os sistemas de fusão, evolução e sinergias que dependem da aleatoriedade dos Cosmions que nos saem, são quase um apelo exclusivo aos deuses do NRG. Há uma notória falta de elementos mais profundos, deixando-me sempre com uma sensação que na realidade não estou a perceber assim tão bem o que raio estou a fazer com a organização dos meus Cosmions, ou porque razão ganho ou perco (na maioria das vezes) os combates.
NEODUEL: Backpack Monsters tenta criar uma fusão entre gestão estratégica e combates automáticos, com criaturas que são, para ser simpático, “inspiradas” em Pokémon. Mas este é também um título onde a complexidade e o caos certamente vão alienar algum do público que facilmente abraçaria o seu cruzamento de géneros distintos.