Sempre gostei de jogos cooperativos, mas neste anos em que tenho passado o testemunho à próxima geração, a diversão de jogar jogos com os meus filhos tornou cada experiência em algo ainda mais forte. Somemos a isso a nossa tradição doméstica com board games e rapidamente conseguem perceber porque é que os jogos da Hazelight Studios (seguindo a tradição do que a Traveller’s Tale nos fez) – nos criou uma nova vontade para partilhar jogos de co-op local.

Depois de ter jogado excelentes escape rooms digitais cooperativos, dos quais The Past Within é provavelmente o meu favorito, a premissa de In Sink: A Co-op Escape Adventure, desenvolvido pelo estúdio Clock Out Games, tornou-se imediatamente um dos desafios de fim-de-semana lá por casa. 

Com a proposta de se jogar em couch co-op ou com um jogador desconhecido online, In Sink: A Co-op Escape Adventure desafia-nos a trabalharmos juntos para superarmos uma série de 8 mapas distintos. 

Dado que controlamos os nossos personagens enquanto estes se deambulam pelo espaço, percebemos o quanto In Sink: A Co-op Escape Adventure foi inspirado pela filosofia de cooperação popularizada pelos títulos dos Hazelight Studios, como It Takes Two. Mas, infelizmente para nós, essa inspiração é aqui aplicada numa escala muito, muito mais modesta.

Como já percebemos até pelo título, a principal promessa de In Sink está na cooperação obrigatória. Os puzzles obrigam a comunicação constante, coordenação e confiança entre os jogadores para serem resolvidos, com os cenários a apresentarem-se variados o suficiente para oferecer uma mudança meramente visual entre os níveis, mas essa diversidade não se traduz em algo memorável. Embora o jogo tenha boas ideias, muitas vezes os desafios prolongam-se para além do necessário, comprometendo a fluidez e o impacto de cada quebra-cabeças.

Na realidade, o problema central de In Sink é a falta de identidade própria. A direcção de arte, embora resvalando em livros de ilustração infantil, tem uma notória falta de personalidade. A música, pelo seu lado, serve como mero pano de fundo sem jamais ter a capacidade de se destacar e a qualidade média dos puzzles é uma desilusão para jogadores mais exigentes. Além disso, a ausência de assimetria — aquele que é para mim um elemento crucial para este tipo de experiência cooperativa — torna os desafios previsíveis, monótonos e limita as possibilidades criativas que poderiam emergir da dinâmica entre dois personagens com “capacidades” diferentes.

In Sink: A Co-op Escape Adventure é uma experiência interessante, mas que não vai além de elementos perfeitamente genéricos. Para quem procura algo simples para jogar com alguém numa tarde casual, até pode ser uma escolha válida. Mas com o tão pouco que o distinga num mercado saturado, aqueles que esperam a profundidade e a inovação de outros títulos cooperativos vão certamente acabar amplamente decepcionados.