Aceito que estamos na era dos remakes, remasters e refrescos, mas Sonic tem tantos nomes parecidos que este comprei e já tinha. Sei que há pessoas que gostam deste double dip, mas eu detesto gastar dinheiro desta forma. Bem, valha-nos a história do Shadow. 

E é esse o meu problema maior com Sonic X Shadow Generations que, ao bom jeito de Super Mario 3D World + Bowser’s Fury pareceu um jogo criado para capitalizar sobre o lançamento de um filme, neste caso o do Shadow, e neste ponto acaba por cumprir o seu propósito, apenas tenho pena de não conseguir gostar de nenhuma das mecânicas e controlos dos jogos de Sonic em 3D. 

Cingindo-me à parte interessante, a nova história do Shadow foi um pretexto de voltar às suas origens e ao confronto com Black Doom, que agora regressa e nos leva a uma série incrível de níveis freneticamente rápidos, coloridos e entusiasmantes, mas onde se torna quase irrelevante tentar controlar Shadow, ou onde a velocidade desincentiva a exploração. Sinceramente eu percebo o elogio a esta fórmula, mas não consigo conciliar o meu carinho e gosto por níveis de Sonic em 2D, e a minha embirração com estes novos em 3D. 

Mesmo o overworld do jogo do Shadow é mais uma montra para treino de mecânicas, ou mesmo para termos uma forma de treinar os controlos num ambiente mais controlado que propriamente algo com uma utilidade imperiosa. 

Sim, acho que está claro que não fiquei grande fã da parte do jogo que todas as pessoas parecem adorar, mas reafirmo que isso se deve exclusivamente à embirrância que tenho com estes 3D. 

Há outro problema com esta parte do jogo dedicada ao Shadow, é que graficamente é boa, muito melhor que a do Sonic, que nem me pareceu diferente do original, e isso é notório até na Switch, consola onde joguei o jogo, que usualmente até atenua essas diferenças. 

Quer dizer, o jogo é bom, mas já era antes. Colorido, mas já o era antes. Mais uma vez eu não sou grande fã dos níveis em 3D, embora aqui eles me pareçam muito mais próximos dos jogos em 2D, algo sobejamente compensado pelos níveis em 2D, que adorei. 

Estava a pensar qual seria a razão de voltarem a lançar Sonic Generations, até perceber que o jogo já é de 2011, logo uma idade perfeitamente aceitável para lançar um remaster, The Last of Us é de 2013 e nem sei quantas recauchutagens já levou. 

Considerando que é a primeira vez que compram o jogo, Sonic X Shadow Generations é um excelente exemplo do passado, presente e futuro da franquia, sendo dessa forma uma das melhores portas de entrada nestes personagens. 

Não quis terminar sem abordar algo extremamente interessante. Quando abri a caixa do jogo estava cheia de livrinhos e brochuras, sendo que o livrinho tinha mesmo uma história! Dava para ler e tudo. Eu nem sabia para que serviam os penduricalhos que estão por cima do cartuxo nas caixinhas dos jogos, já que nunca lá tinha visto nada. Mais um ponto positivo para este lançamento. 

E nisto chegamos à parte final deste texto. Não há nada de extraordinariamente interessante a dizer acerca de Sonic X Shadow Generations. O jogo original já era bom, logo este também o é, com o acrescento de ter uma componente totalmente nova dedicada à história do Shadow. Muito honestamente, preferia mil vezes que tivessem dedicado um jogo completo ao Shadow já que este empalidece o antigo Sonic e não desenvolve totalmente o recente Shadow porém, como já afirmei, se não jogaram o primeiro é uma montra impecável do que a franquia pode oferecer, e um jogo que recomendo sem reservas.