Conhecia a Foursaken Media do mundo dos smartphones, mundo em que os considero bastante criativos, mesmo após a adaptação ao mercado freemiun onde chegaram um pouco mais tarde. Fiquei surpreendido por ver que estão a fazer adaptações ao PC e quis ver como tinha corrido com Block Fortress 2, a sequela de um desses jogos móveis. Percebem-se as raízes e as diferenças desse mundo.

Block Fortress 2 é um jogo de tower defense em 3D, com gráficos em voxel e onde somos parte integrante da acção ao controlarmos um soldado na terceira pessoa que luta e pode ser melhorado como qualquer outra torreta que construímos.

A história não é mais que uma linha condutora do enorme número de áreas e níveis disponíveis. Chegamos ao Blockverse e imediatamente fomos transformados neste aspecto voxelizado. A nossa função é conquistar e defender território ao inimigo, neste caso a população que já lá estava sossegada.

Tudo neste jogo é gradualmente desbloqueado. Há 197 níveis de tecnologia que desbloqueamos consoante vamos subindo de nível, que se traduz em melhorias de armas, torretas, ou acesso, tal como o nome indica, a nova tecnologia. Acrescenta-se a esse facto que a cada missão ganhamos pontos, recursos ou dinheiro que usamos para melhorar as defesas ou fazer upgrades aos equipamentos que já temos.

Se isto parece confuso é porque o é. Saímos do tutorial a saber muito pouco, o que torna o nosso contacto inicial frustrante, já que não sabemos como nos mexer, não sabemos bem o significado dos itens que podemos colocar, nem propriamente as indicações do local de onde virão os inimigos é propriamente fiável. De uma forma geral há pouca informação dentro do jogo, e garantidamente não irei ao Discord para perceber como se joga de forma mais eficiente.

Sendo eficiente ou não, o loop da acção é bastante divertido e bem conseguido, com alguns mini-objectivos que provavelmente serão bastante desafiantes para o jogador. Cada torreta precisa de energia para funcionar, cada gerador de energia apenas chega a determinada distância, e precisamos de recursos para cada colocação. A somar a esse facto, aqui os inimigos podem destruir as nossas colocações, o que faz com que esses recursos desapareçam, o que torna a escolha do posicionamento das defesas ainda mais importante.

Os inimigos são diversos e bastante distintos na sua forma de actuar, sendo os bosses um salto gigantesco e imprevisível na dificuldade, até porque vêm sempre acompanhados de inimigos novos e mais poderosos que as turbas anteriores. Numa fase inicial essas turbas tentam vencer-nos pelo número, não propriamente pela dificuldade, algo que é ajudado pelo layout do mundo que torna difícil perceber onde alocar a atenção.

Há um ciclo de dia e noite, sendo que de noite as nossas torretas são menos eficazes, pois não veem os inimigos. Podemos colocar luzes para minorar esse efeito.

Há um incentivo forte à criatividade de criação, com a oferta da possibilidade da criação de mundos e níveis, sendo que as nossas criações partilhadas aumentam inclusive o nosso nível de construtor. Como essa parte é sempre o meu ponto fraco, não sei bem o que isso implica. Também podemos customizar completamente a nossa nave que serve de overworld.

Como o jogo ainda não foi lançado ainda não encontro nenhum disponível, mas a proeminência e destaque dado ao separador de mods indica-me que esse componente poderá ser forte.

Block Fortress 2 parece-me claramente um jogo muito mais dedicado ao seu nicho específico, a um grupo de utilizadores onde mesmo eu, que adoro tower defenses, não me incluo. Já à partida é um jogo muito bem feito e complexo o suficiente para dar água pela barba a toda a gente e oferece um mundo de hipóteses e oportunidades para criarmos uma experiência adaptada às nossas preferências, algo que parece que irá tornar este jogo um predador silencioso dentro do género. No momento em que escrevo este texto ainda não sei qual será o preço a que vai ser lançado, mas se não for exagerado tem tudo para criar uma comunidade dedicada e fiel que se manterá com ele por imenso tempo!