O que me diverte num roguelike é a sua aleatoriedade. E, não há muito tempo, a própria Sony incorporou este conceito em dois grandes jogos, God of War Ragnarök e The Last of Us Part II, o que comprova que colocar a aleatoriedade ao serviço de grande jogos proporciona, efetivamente, diversão – e, no fundo, é isso que interessa num videojogo com objetivos clássicos. Portanto, sempre que vejo um jogo indie deste género, que replica as emoções que The Binding of Isaac nos faz sentir, adiciono-o à lista de jogos que vêm para cá, para esta “casa” de jogos independentes. Por isso, mais abaixo, no sítio do costume, aqui estão alguns roguelikes que parecem bastante interessantes para quem gosta do género ou quer entrar nele.

Mobspawn

Jamie Rowan, Nick Muse – Reino Unido

Data de lançamento não definida – PC

Um londrino e um nova-iorquino juntaram-se para fazer Mobspawn, um roguelike muito peculiar. Ambos, Jamie Rowan e Nick Muse, têm experiência a criar jogos, nada que tenha saltado para a esfera mediática, mas a experiência, aparentemente, está lá. É um daqueles jogos que, em poucos gifs, percebemos bem o seu conceito, o quê que pretende e o seu grande apelo. Infelizmente, até à data, há poucas informações, mas há um trailer curto e alguns pilares do seu design bem definidos.

Em Mobspawn somos um funcionário de uma empresa milionária, uma produtora de videojogos que despediu uma grande parte da sua força laboral – os seus recursos humanos. Contudo, a sua solução para os substituir foram os mobs (termo no jargão dos videojogos que se refere a personagens ou criaturas controladas pelo jogo que estão suscetíveis aos nossos ataques), ou seja, andam inúmeras criaturas monstruosas pelo alto edifício para derrotarmos. Assim, neste twin-stick shooter isométrico, vamos estar equipados com um aspirador especial que nos permite aspirar todos os objetos que estão à nossa volta. Depois, estes objetos serão transformados em projéteis, que depois fazem o caminho contrário no tubo deste eletrodoméstico para atingir os nossos inimigos. Obviamente, dado que é um roguelike vão poder aumentar as vossas capacidades de forma pontual para serem cada vez mais competentes na arte de eliminar mobs de videojogos. Isto tudo convenceu-me rapidamente para estar atento ao desenvolvimento deste jogo.

Rogue Voltage

Horizont Computergrafik – Alemanha

Data de lançamento não definida – PC

Tenho sempre uma enorme curiosidade em saber o historial de quem faz os jogos que trago para aqui, porque pode dizer muito da arte que estão a criar. Rogue Voltage não esconde a sua essência roguelike, está praticamente chapada no nome, contudo ainda consegue ser surpreendente e único no seu conceito. Feito pela produtora germânica Horizont Computergrafik, fundada por Luca Beisel em 2022. É precisamente Beisel que tem um historial académico que pode tornar a sua experiência no seu jogo em algo realmente interessante, é que Beisel além de conhecimento técnico em software, é um historiador de arte. Este autor independente criou Rogue Voltage com um conceito que mistura game design, produção musical e diferentes medias interativos. Ler isto dá-me logo vontade de ser transportado para o momento em que posso ter a possibilidade de jogar este Rogue Voltage.

Luca define Rogue Voltage como um deckbuilder cruzado com um jogo autómatos. Antes do combate propriamente dito, vamos ter de construir as ações que estarão ao nosso dispor fazendo a ligação elétrica aos diferentes módulos disponíveis. Teremos que ser, por isso, bons gestores da energia que vamos distribuir e, se possível, também gerar alguma. Aqui, com uns módulos especiais, não vamos só selecionar quais serão as habilidades da nossa personagem para utilizar em combate, como também vamos poder mudar a cronologia dos acontecimentos para sairmos vitoriosos dos diferentes confrontos. Enfim, são todos argumentos, mais que suficientes, para estar bem impaciente para este lançamento.

Sword n’ Dragons

Sylph Arcade – França

Data de lançamento não definida – PC

Sword n’Dragons é um jogo de ação e combate. Não há nada mais concentrado do que os ingredientes que permitem a este jogo francês de ser precisamente o que pretende. Há diversas mecânicas a reter, mas além do combate com uma espada e escudo e punhados nos dois membros superiores, o jogo também assume contornos de um bullet hell, por isso vamos ter que ser hábeis a combater, principalmente dragões – está no título.

Curiosamente, na descrição do jogo, o produtor gaulês, Hugo Guerrini, mais conhecido por Slyph Arcade no Twitter, rejeita todo e qualquer combate tradicional. Não há padrões a compreender ou a decorar para atacarmos o inimigo, quando sentirmos que está na altura de infligir um golpe para provocar dano num dragão consideravelmente grande, fazemo-lo sem dó nem piedade. Mas, há consequências nas nossas tomadas de ação, temos de estar atentos aos movimentos que o inimigo possa tomar, caso contrário vamos morrer e muito com os vários ataques que nos são dirigidos. Com uma direção artística brilhante, que me influenciou pela nostalgia provocada, acho que temos aqui um jogo muito interessante para testar no seu lançamento, que ainda deve faltar algum tempo pois a campanha de financiamento ainda está na fase de planeamento mó Kickstarter, o que indica que ainda há muito trabalho pela frente.