A Sony deu por terminada a contribuição de uma das mais antigas produtoras de videojogos do mundo. Com cerca de trinta anos de existência, a Sony Liverpool, antes conhecida por PSYGNOSIS, deu o seu último fólego nesta indústria que parece estar cada vez mais competitiva. A Sony, em resposta ao Kotaku, refere que a decisão em fechar o seu estúdio em liverpool, integrante da SCE Worldwide Studios (WWS), derivou de uma avaliação de projectos actuais e futuros da empresa e de outras. Por outras palavras, parece que há outras empresas a fazer mais e melhor e que vão ao encontro das necessidades dos consumidores. Não fica muito claro o que acontecerá com a equipa que operava no estúdio inglês, criadores do mais recente Wipeout 2048 para a PlayStation Vita, sabendo apenas que o edifício continuará operacional para a WWS e para outros departamentos da Sony Computer Entertainment Europe (SCEE).

Podia ter subido a rampa. Podia. [Wipeout 2048]

O meu primeiro contacto com a Psygnosis foi em 1989, mesmo ano que adquiri um Atari ST, com um shooter chamado Blood Money. Este fazia parte da minha colecção de mais de cinquenta disquetes, num pack que era vendido junto ou separado com o computador. Continuo com esse pack bem guardado, pois há pedacinhos na nossa história que não nos conseguimos desfazer, simplesmente. Era ainda pequeno quando olhava para o logo da Psygnosis, com um olhar de respeito pela sua apresentação e respeito pela dificuldade deste side scrolling shooter que se movimentava na horizontal e vertical. Pormenorizado e bonito. Se Sine Mora é hoje o melhor jogo do género, Blood Money era naquele tempo a porta que desvendava o sucesso actual deste género, e não me quero separar desta comparação ou desta ideia.

Antes do Paulo Portas, eu já tinha Submarinos. [Blood Money]

Eram bons tempos e a Psygnosis teve o seu papel para hoje estar aqui a escrever. Transformou-se com o tempo, e acabaram com ela. Mas não acabaram com o seu legado. Tal como a indústria se transforma, não podemos esperar que tudo permaneça para sempre, mas a tristeza é uma marcante por saber deste episódio de uma empresa que tanto deu à Sony ao longo dos anos e que continuava a dar no lançamento da PlayStation Vita, com um dos melhores jogos do seu catálogo. Só me resta desejar o melhor para toda a equipa e que este fecho possa significar outra transformação ou, pelo menos, um diluir de talentos pela WWS.