O regresso de uma das mais reconhecíveis personagens da industria está para muito breve. O percurso de Lara já teve mais altos e baixos do que a cara da Duquesa de Alba (Google it, com as luzes acesas). De um modo geral, podemos afirmar com alguma segurança que a Crystal Dynamics tem realizado um trabalho respeitável desde que a menina sexy dos jogos lhes foi para às mãos.

Sem a presença bombástica de outrora, que acabou por consumir Lara Croft sobre si mesma, a verdade é que os últimos jogos têm sido produções de qualidade. O reboot da série será talvez uma das manobras mais arriscadas que já foram feitas sobre Tomb Raider, e de uma coisa podemos estar certos, de que o foco sobre humanização da Lara só beneficia o jogo. Claro que trazer personalidade e espaço para crescimento à personagem parece não agradar a toda a gente, pelo menos quando são abordados assuntos mais delicados.

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De criar bicho.

 

Altos e baixos é o que podemos esperar do novo Tomb Raider e não me refiro, felizmente, à hiper-sexualização de Lara “sex symbol” Croft. A Lara moça do novo jogo aproxima-se perigosamente de um saco de pancada, tal é a quantidade de cacete que leva sobre o pêlo. Faz lembrar o senhor Drake, mas com mais arranhões e cortes profundos. A Crystal Dynamics aborda a mecânica de combate num primeiro vídeo walkthrough, em que podemos ver uma das localizações onde o jogo se vai passar e algumas das especificidades do controlo de Lara.

Na secção do vídeo salta à vista o sistema de cobertura dinâmico, em que Lara se protege automaticamente quando junto de uma superfície. É também evidente mais uma vez a mudança de direcção em termos de estrutura do ambiente e controlo da personagem. Pelo menos na secção mostrada, alguma da liberdade de exploração parece ter sido sacrificada em favor de uma maior proximidade de Lara ao jogador, uma perspectiva que se reflecte numa maior intensidade também no que se passa no ecrã. Visualmente o jogo está esplêndido, e o ar sofrido de Lara confirma aquilo que já sabíamos desde a revelação, de que este jogo será bastante mais agressivo e brutal.

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Vou furtivamente… explodir um barril.

 

As teimas são tiradas quando, ao descer um rio descontrolada, Lara fica empalada pelo pescoço numa viga de madeira pontiaguda. Tomb Raider não se irá poupar no que diz respeito ao Rating, ao que parece. No vídeo vemos Lara a ficar substancialmente ferida, ao ponto de procurar curativos e isso ser uma secção específica de gameplay. No entanto parece-me óbvio que apesar da direcção mais adulta e realista, Tomb Raider continua muito enraizado na aventura “maior que a vida”, em que a heroína escapa sempre incólume das mais absurdas situações. Ao necessitar de chegar à cidade dos bandidos onde a sua amiga se encontra capturada, Lara desde rios, cai aos trambolhões pela montanha abaixo e voa de paraquedas. A menina é rija.

Uma coisa que pode ser preocupante é a falta de flexibilidade em termos de exploração. Tomb Raider sempre teve no aspecto exploratório um dos seus focos, e do que temos visto, parece que o novo jogo tem uma direcção mais fechada e com jogabilidade mais contextual e menos aberta. Apesar de no vídeo ser dito que Lara pode ter uma abordagem mais furtiva, existe claramente um foco sobre os momentos de acção. Alguns toques de génio podem ser visto no vídeo, como uma armadilha que faz Lara ficar de pernas para o ar a disparar, ilustrando também as excelente animações que o jogo tem.

Tomb Raider parece ser um jogo de pedigree muito diferente dos anteriores, e o foco sobre o crescimento de Lara enquanto personagem é algo bastante positivo. Esperamos para ver secções de jogo com maior liberdade em termos exploratórios, porque no que diz respeito à intensidade visual e in-your-face, o título promete não desiludir.

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