A NBA assim como os seus jogos de vídeo fizeram outrora parte da minha vida, hoje já não ligo aos desaires de algumas equipes que estão em cidades diferentes das minhas memórias e nomes como Barkley, Ewing, Johnson, Pippen, Malone e Jordan entre outros são lendas.

Os jogos da NBA evoluíram de tal maneira que já nem os consigo jogar. Por isso mesmo NBA Jam continua a ser das melhores recordações da Nintendo e de Salas de Arcada. A primeira vez que joguei foi precisamente numa em Providence com o meu primo Jay e muitas tardes a jogar na sua SNES assim como outros títulos.

Mas as melhores recordações que tenho de NBA JAM foram da grande época que eu e o meu irmão Alex fizemos com dois jogadores criados por nós que demoliram toda a liga norte-americana ao ponto de estarem maximizados em todos os campos.

A minha alegria quando vi o trailer de NBA Playgrounds foi parcialmente contida por ver algo que me trazia tanta nostalgia no seu estilo mas com montes de nomes desconhecidos e podia assim não ser tão positivo como queria.

Estava errado. NBA Playgrounds é dos melhores jogos para mim neste momento. A sua simplicidade é intuitiva e ao mesmo tempo desafiante. O sistema de jogo é simples mas gratificante e acima de tudo extremamente divertido. Não é o NBA Jam, nada pode ser e não acredito que também seja o NBA Street, que já não joguei, mas talvez um pouco dos dois e muito de si próprio.

Playgrounds tem um plantel relativamente limitado, não esperem encontrar as equipes actuais completas mas sim os maiores nomes de cada e os seus jogadores mais históricos que podem ganhar em pacotes de cartas aleatórios sempre que sobem de nível. Eu tive sorte e a minha dupla David Robinson/ Jason Kidd fulminou o primeiro torneio e agora Magic Johnson/ James Worthy fazem furor por onde passam, mas só até ter Vince Carter ou se tivesse o Michael Jordan para substituir este segundo, mas não acredito que Air Jordan tenha cedido os direitos de imagem.

Quando temos a nossa dupla de eleição é só jogar, evoluir os jogadores para que tenham mais movimentos e divertir-mo-nos, porque é para isso que os jogos servem.

Obviamente tem falhas, não é uma simulação de desporto, é um jogo que até uma pessoa de 60 anos que nunca jogou nada podia pegar e ao fim de uns minutos saber o mínimo que deve fazer, mas por exemplo não tem a velocidade alucinante de Jam. Mesmo assim os jogadores estão muito bem caricaturados e os movimentos dos lançamentos, passes e em particular dos afundanços fazem as maravilhas de um antigo jogador de Arcada.

Talvez a minha maior crítica fosse na mecânica de lançamento. O jogo depende de um timing onde temos que soltar o botão no chamado sweet spot, ponto L se preferirem, mas não temos indicação nenhuma de qual é. Ao fim de um a dois jogos já nos habituámos e ouvir “nothing but  the bottom of the net” torna-se um lugar  comum. Isto não seria problemático se fosse apenas para os lançamentos de longe, mas até para afundar este sistema é usado e aí é mais fácil, e muito mais frustrante falhar por falta ou excesso de tempo e acima de tudo se não dessem um ponto extra pelo lançamento “perfeito” que é largado naquele instante. Que não fazemos ideia qual é.

Mesmo com essas falhas que terão valores diferentes para cada um, é um jogo muito divertido e uma boa opção para qualquer plataforma. Na minha opinião, a sua casa natural é na Nintendo Switch onde um jogador pode explorar o jogo a fundo, ou simplesmente fazer uma partida de 3 minutos a solo ou, tirando partido dos Joy-Con, com alguém. Porque este é um jogo social, um jogo para partilhar a diversão e os risos e as palhaçadas.

Playgrounds nunca será Jam mas a NBA de agora nunca será a “minha”… não é por isso que não encontre uns bons momentos a ver LeBron James.

 

*Nota adicional, desde 21/05/2017 que foi adicionado um patch que mostra uma barra onde os jogadores têm o timing do lançamento.