Caçada Semanal #217
Pois é, neste dia em que oficialmente chego às quarenta rotações heliocêntricas, nunca esperei estar neste isolamento que me retira vontade de fazer seja o que for. Mesmo assim tinha alguns jogos em atraso para reportar e comecemos com 2 ports indies na Switch que são totalmente opostos na sua adaptação.
Eqqo [Switch, mobile]
Eqqo foi um dos finalistas do Indie X 2019 na sua versão mobile o que dá a entender a sua qualidade geral. Contudo a sua adaptação não foi totalmente bem conseguida.

Eqqo é uma fábula. Nele protagoniza um personagem cego que precisa ser guiado por vários cenários e puzzles através de toques no chão ou em objectos para que ele siga o som. A ideia é boa. Há vários jogos e histórias que exploram a cegueira como uma ferramenta de storytelling. Infelizmente Eqqo falha em utilizar isso como ferramenta de jogo já que o personagem não reage sempre como alguém cego desviando-se automaticamente de obstáculos ou parando antes de cair quando não devia ver.
Talvez a melhor adaptação de um personagem cego para um jogo tenha sido A Blind Legend na minha opinião, mas mesmo com este pequeno obstáculo de não usar a cegueira ao máximo o jogo não perde exageradamente por isso. Perde sim por uma péssima adaptação para a Switch que se nota nos comandos que tornam o jogo quase impossível de jogar. Fazer acções simples, virar o cenário ou simplesmente fazer o personagem mover de um lado para outro pode ser um pesadelo.
Este port é difícil de recomendar devido à falta de jogabilidade. Se estiverem interessados as versões mobile são melhores.
Mystic Vale [PC, Switch]
Já Mystic Vale é uma óptima adaptação de um jogo de deck building clássico para PC e posteriormente para a Switch.
Em Mystic Vale temos que curar a Terra controlando um clã de druidas. Temos que fazer com que os campos contaminados voltem a dar frutos, que a natureza renasça em todo o seu esplendor e glória e fazê-mo-lo através de cartas.

O sistema de jogo de Mystic Vale é invulgar, sendo essa a sua maior arma mas também é o seu maior problema. Como em cada deck builder vamos comprando cartas aos poucos para o fazer num jogo competitivo contra até 3 adversários sejam eles humanos online (como convém agora) ou bots com variados graus de dificuldade.
Há uma barreira inicial no que diz respeito a entender como o jogo funciona porque não é tão simples como a maior parte dos jogos deste género. Cada carta que compramos é apenas uma de três secções que são montadas numa de três slots para fazer uma carta de jogo inteira e até perceber como as juntar e fazer a melhor combinação delas demora a entranhar depois de estranhar inicialmente só que quando entranha Mystic Vale tornar-se bastante agradável e original.
Para quem tem saudades de jogar deck builders contra amigos ou desconhecidos é uma boa opção na Switch ou em PC.
Estes dois jogos mostram que nem todas as ideias de adaptação são levadas a ports seguros.













