
Os Comanches são um grupo de nativos Norte Americanos que povoaram zonas de planícies no interior da América do Norte no Texas, Novo México, Colorado. Conhecidos como grandes caçadores principalmente de Bisontes e Búfalos, foram dos Nativos que mais resistiram ao colonialismo, por isso gozam ainda de certa fama de serem guerreiros persistentes.

Devido a isso os EUA usam o seu nome para coisas que se traduzem como flexíveis e focados, com instinto de caçador.
Em armas de guerra popularizou-se com um helicóptero de combate, desenhado para combate táctico de rápida intervenção em que é necessária uma boa manobrabilidade em ambientes de planície.

O veículo denominado Boeing RAH-66 Comanche teve uso breve em operações de reconhecimento. O primeiro jogo que o usou saiu em 1992 iniciou uma série que gozou dum relativo sucesso comercial até 2001, foi com um nicho de mercado suficiente que permitiu o desenvolvimento de sequelas.

O que terá sustentado a série foram os conflitos no Médio Oriente, nomeadamente a chamada Operation Desert Storm aquando a Invasão do Kuwait pelo Iraque, protagonizados por outro veiculo similar mas mais robusto, o Apache.

Entretanto com a perda de entusiasmo com a série, a Novalogic dedicou-se a outro título mais em voga e acessível, que acabou por tornou-se série de culto, o jogo Delta Force, que também foi um aproveitar duma tecnologia revolucionária na altura, um motor de jogo baseado em voxels que permitia um aspecto tridimensional que rivalizava com o 3D processado por hardware dedicado e mais poderoso.

A Força Delta uma tropa especial que operou em diversos cenários de guerra no Médio Oriente e que originou uma serie de jogos
O interregno da serie de 19 anos não favoreceu muito a reintrodução no mercado, agora nas mãos da THQ Nordic.

O jogo divide-se em 3 secções, Tutorial, Campanha Single Player e Multiplayer. No Tutorial temos o Básico em que aprendemos as bases da condução do helicóptero Comanche, o Avançado em que tomamos técnicas mais complexas e por fim o Expert com um percurso mais difícil que põe à prova uma destreza já habituada à mecânica.
Explicando duma forma mais leiga, o controlo é ultra sensível e temos de nos lembrar que travar envolve meter o nariz para cima, e acelerar meter o nariz para baixo. Tudo tem que ser feito de foram antecipada e meticulosamente calculada pois o helicóptero não responde logo de imediato. Tudo isso o que dissemos e em simultâneo temos também que conjugar o strafe do rato com a inclinação no botão A e D.

Tudo isto parece muito realista, mas controlar com rato e teclado não é o ideal, com o gamepad é mais simples e para uma simulação melhor é melhor arranjar um joystick.
Neste aspecto e segundo o feedback de jogadores na comunidade do jogo no Steam, não há suporte oficial de periféricos, o que é uma perda de oportunidade e um inconveniente não sabermos até que ponto o nosso periférico responderá bem com o jogo.
O mais difícil do jogo acaba por ser mesmo a pilotagem do veiculo que não é nada facilitadora, a simulação do mesmo está de facto muito perto dum real simulador de helicópteros e isso acaba por ser bom nesse sentido, mas péssimo para quem não tem qualquer experiência no género.

O tutorial de combate não tem muito que falar e está muito dependente do que aprendemos com a pilotagem, os alvos não são fáceis de abater, e o uso dum drone como veiculo auxiliar é uma ideia interessante.
Ainda assim num modo de jogo mais difícil o jogo não é aquele simulador puro que se esperava, a titulo de exemplo é faltar um modo realista de bater com o helicóptero significaria uma falha grave consequente morte, e até mesmo no modo actual 3 ou 4 hits para sofrer dados consideráveis e ser destruído, não existe uma simulação realista de dano.
Eu inclusive no Tutorial mergulhei várias vezes no mar sem que o Helicóptero fosse destruído!

As Missões no modo de campanha não são más, mas são muito genéricas. Faltou o sentido de oportunidade em incluir missões baseadas em eventos reais com as campanhas que o Comanche teve no Médio Oriente, em vez disso decidiram criar uma narrativa fantástica e moderna.
A inclusão de missões com o drone é interessante mas ficou pelo caminho da sua potencialidade, deixando a impressão que a equipa tinha uma ideia dum jogo com combates de drones modernos mas que depois decidiu fazer disso algo como acessório ou um extra.

Dado que a campanha a solo é fraca, provavelmente pelo foco da componente multijogador e personalização do helicóptero Comanche isso tenha sido descurado.

Mas no aspecto do multiplayer tudo ficou “estragado”, não sei dar em concreto uma solução que tivesse evitado este desastre as queue do multiplayer é longa, aliás tentamos varias vezes e não conseguimos encontrar uma partida, e a pista está nos leaderboards com apenas 6 partidas efectuadas no topo o que mostra que está ao abandono.
Talvez porque todo o jogo há a sensação que não quer incentivar o jogador, 20€ é pouco mas mesmo assim não há conteúdo que o justifique, provavelmente se o jogo tivesse sido lançado no modelo free2play pudesse evitar o abandono, mesmo que a editora fosse buscar fonte de rendimento com a venda de skins e outros cosméticos para o nosso helicóptero.

Uma oportunidade perdida que nem é carne nem peixe e onde até o mais básico pedido ficou no caminho ao ponto de não existirem sequer achievements/medalhas nem ingame nem no Steam, que poderiam dar aos jogadores objectivos para se entreterem!
Convidei um amigo para me ajudar a ter uma ideia sob ponto de vista mais especializada num simulador do género. Ele tem a experiência no assunto e conhecimentos de como se pilota um helicóptero, e de facto, segundo ele, poderia haver aqui um nicho de mercado que a THQ Nordic poderia ressuscitar, até porque se houvesse também suporte oficial para joysticks que muitos entusiastas usam nos simuladores de voo, poderia ser um escape da pura simulação, numa pausa com um jogo mais vocacionado à acção.

Fica a dica à THQ Nordic, tornem o jogo free2play, ao longo do tempo podem ir polindo o jogo que graficamente não é por ai além mas é minimamente competente, o drone é uma ideia boa e os cosméticos podem ser uma fonte de financiamento ao modelo free2play.













