Já estamos a ver 2020 pelas costas. Mas não queremos que a porta se feche sem vos dizer quais os jogos que a nossa equipa mais gostou. Depois do top de 1990 do Sérgio, e dos Machados tristes do João Machado, aqui ficam as preferências da nossa equipa para este ano estranho, mas com muitos bons jogos.

Rui Parreira

A lista abrange certamente mais que três jogos, mas penso que estes três representam um pouco da excelente amostra do que jogámos este ano. Todos poderiam ser GOTY, por isso, não se acanhem de os comprar aos três, se ainda não o fizeram.

The Last of Us 2 [PS4]

O primeiro Last of Us é para mim um dos melhores jogos de sempre, pela forma como a Naughty Dog contou uma história de amizade paternal entre um caçador de recompensas que tinha de levar uma criança, a suposta cura para a pandemia que praticamente matou toda a humanidade. A história foi basicamente uma roadtrip onde se estreitaram laços, levando a um final com uma decisão do protagonista Joel que iria ser decisiva para o seu futuro. E esse futuro chegou na sequela, inicialmente desnecessária pelo final “perfeito” do primeiro jogo. É preciso jogar para entender como esta Parte 2 encaixa simbioticamente no primeiro jogo. Tem um tom diferente, mais negro, numa história de vingança, em que o estúdio não nos poupou a um murro no estômago. A forma como esta é narrada, em diferentes perspetivas, é um marco na indústria.

Hades [Switch, PC]

Colocar um roguelike na minha lista dos melhores do ano é uma atitude contranatura minha. Mas eu dei um berro logo nos primeiros minutos quando comecei a jogar: “hey, isto é diferente. É por aqui que todos os roguelikes devem passar”. E não é para menos, a Supergiant Games utilizou toda a sua experiência para contar uma história, num género que raramente a tem. O voice acting, as personagens interessantes e reativas à nossa presença e eventos que passámos. Mas é sobretudo a ação variada, muito rápida e frenética, muito refinada, e sempre diferente a cada tentativa que tornam o jogo diferente.

Ghost of Tsushima [PS4]

Sem dúvida um dos melhores jogos de mundo aberto do ano. A história e autenticidade da cultura nipónica, os factos históricos e excelente representação da ilha de Tsushima torna este jogo obrigatório. E depois é um jogo lindíssimo que merece uma versão verdadeira na PS5. As habilidades e o sistema de combate variado são excelentes, as quests secundárias e atividades prolongam a aventura, sem se tornar aborrecido. Um grande trabalho da Sucker Punch.

André Santos


Ghost of Tsushima [PS4]

O último ano de uma geração de consolas tem, por hábito, destas coisas, um jogo que é uma carta de despedida, assinalando o que de melhor ficou e o que podemos imaginar que poderá vir. Ghost Of Tsushima afina bem as características genéricas de um open world, deixa a pensar como seria um Assassin’s Creed com samurais e tem a rara qualidade não ter qualquer ruído: seja visual, seja a nível narrativo, onde nenhuma missão – principal ou não – é uma distração.

Good Job! [Nintendo Switch]Inseparável, para mim, do confinamento. Uma abordagem divertida e funcional ao mau trabalho, onde o humor é uma mecânica narrativa para potencial o “bad job” ao invés do “good job”. É difícil ser-se bom em Good Job! quando se é tão bem recompensado por se ser mau.

Fall Guys [PS4]

Foi o meu quick fix dos últimos meses, quando precisava de uns 10 minutos de entretenimento, sem grande necessidade/sensação de vitória, metia-me no Fall Guys apenas com a expectativa de me rir e perder sem frustração. Dez minutos que sabiam a horas sem fim.

André Marrucate

The Mutated Reality [PC]

Por incrivel que pareça um jogo não tem que custar alguma coisa para ser bom.
O conceito foi pegar na nossa nostalgia de jogos como Silent Hill, até com o mesmo aspecto gráfico, e fazer algo ainda assim surpreendente no ambiente que nos transmite. Pode ser descarregado aqui.

Teardown [PC]

É para mim o jogo indie do ano, passou despercebido, mas aqui fica uma breve descrição: um jogo sandbox para partir tudo com missões por objectivos, usa voxels e raytracing, programado por uma pessoa apenas e apoiado no resto por outra meia dúzia. Uma prova que com vontade e talento pode-se fazer uma autentica preciosidade a nível técnico! Pode ser adquirido no Steam por 20€ que são muito bem gastos, um óptimo jogo para desenjoar de outras coisas.

Doom Eternal [PC, PS4, Xbox One, Xbox Series ]

Pouco há a dizer, é o Doom refinado, é melhor que o de 2016, e que há mais a saber? Temos artigo sobre ele aqui: https://rubberchickengames.com/2020/04/16/doom-eternal-as-labaredas-de-accao-infernal/

Nuno Marques

Hades [PC]Escrita excelente, Arte e voice-over incríveis, um mundo e narrativa que evoluem de acordo com as nossas acções e combate profundo de dar arritmias!

Suikoden 2 [PS1]Um clássico emocional. Uma história surpreendentemente actual sobre guerra, amizade, e cinzentos num mundo a preto e branco.

Final Fantasy 7 Remake [PS4]Uma execução quase perfeita do impossível. Provavelmente o melhor híbrido de um old school FF com um jogo moderno!

João Miguel Correia


Animal Crossing: New Horizon [Switch]O jogo que uniu a família numa altura estranha e complicada, a simplicidade e jovialidade do mesmo foram uma lufada de ar fresco neste ano tão peculiar.


Half-Life Alyx [PC]Talvez o melhor jogo VR que testei até hoje, um imersão excecional naquele que é dos primeiros exemplos de um jogo completo de grande perfil exclusivo desta tecnologia.

Born in Darkness (Destiny 2) [PC, PS4, Xbox One]A renovação do jogo que sigo há anos mantém a comunidade activa. As mudanças foram muitas e a nova expansão prova que o jogo ainda tem muito para fazer.

Pedro Nunes

Horizon Zero Dawn [PS4, PC]

A vinda tardia para PC mostrou-me que este foco em ter jogos exclusivos não me faria comprar a consola, só me estava a fazer perder a obra de arte que é seguir Alloy neste brilhante jogo.

A série de boardgames Unlock!

Em tempos de pandemia, a minha paixão por escape rooms e convívio social a jogar jogos de tabuleiro teve que também ficar em confinamento, e estes jogos vieram preencher esse bichinho da melhor maneira possível.

Dota 2 [PC]

Continua cá por mais um ano, com muitos outros Esports a entrar e a sair de cena. Mantém-se na minha opinião a melhor experiência competitiva que podemos ter eletronicamente.

Alexa Ramires

3: The Last of Us 2 [PS4]

Tenho muitas mas muitas queixas acerca deste jogo – da sua Narrativa mal construída, do seu pacing absolutamente atroz, dos controlos ultrapassados, e da transformação sem glória de uma história sobre a complexidade e fragilidadade da natureza humana, para uma história carregada de incongruências em que a mensagem politica se tornou mais importante que a integridade das personagens ….mas, não posso negar o grande feito técnico de gráficos deslumbrantes, Banda Sonora sublime, voice acting para lá de qualquer coisa que existe na Industria e Momentos pontuais que ainda nos agarram ao ecrã. Num momento conturbado do Mundo em que vivemos digo: não concordo com o que o Neil fez com o jogo, mas defenderei até à morte a Liberdade de um artista fazer o que bem entender, livremente, com a sua Arte.

2: Assassin’s Creed Valhalla [PS4, PS5, PC, Xbox One, Xbox Series]

Ahhhh Valhalla…pouca coisa nesta Vida tem capacidade de me irritar e deixar-me viciada ao mesmo tempo e igual medida, como um AC. Sou capaz de dar 10 razões para AC me irritar a cada esquina e ter vontade de o largar e outras 10 para admirar a tua tenacidade, lore, combate, brutalidade de luta, cenários históricos, os momentos épicos de Synchronize e a interacção com personagens que conheço da História. E como valorizo (tento activamente valorizar) sempre mais o positivo que o negativo em tudo na vida, voltarei para a pele da minha Viking religiosamente até que a Aventura acabe.

1: Ghost of Tsushima [PS4]

Juro que tento encontrar defeitos para este jogo… mas não encontro. A Narrativa é bem construída, com enorme respeito pela cultura nipónica , com motivaões claras entre Heróis e Vilões – sendo que cada um destes tem camadas – não são binómios como tanto se insiste que o Mundo seja (esquecendo que isso será matar a essência humana). A Banda Sonora vale o preço de admissão, o combate é fluido e sentimos efectivamente sermos um Samurai e os Stand Off são das coisas mais satisfatórias que já joguei ate hoje. O Mundo é deslumbrante e a componente Online, a diversão perfeita para fazer com amigos. Chorei duas vezes na história, apaixonei-me pelas personagens, cresci com Jin, e no final – apaixonei-me pelo Japão e quis saber mais sobre a sua cultura e o seu Povo. E esta magia, de derrubar barreiras entre Humanos e fazer-nos sentir que somos e pertencemos um pouco a todos os lugares do Mundo, só a Arte bem feita consegue fazer!

Óscar Morgado

Football Manager 2020 [PC, Switch]

Deu para esquecer as misérias do início do confinamento submergindo-me no semi-doentio mundo da gestão futebolística.

Yu-Gi-Oh: Legacy of the Duelist [Switch]

Companheiro próximo naquelas reuniões de trabalho em que pese ter de estar ligado, não ia lá fazer mais nada.

Zelda BOTW [Switch]

É de 2017? Sim. Mas nunca esquecerei ter chegado a 100% nesta coisa que cada vez mais me dá a sensação quando fui vendo o Lobo de Wall Street: pouco a pouco vai deixando os meus outros favoritos para trás.

Miguel Tomar Nogueira

3 – Call Of The Sea [PC, Xbox One, Xbox Series]

Na categoria dos Walking Simulators, Call Of The Sea vai um passo mais longe pela forma como nos transporta e envolve por completo nos puzzles e narrativa da sua ilha misteriosa. Num género que sempre habituou a sermos principalmente observadores e exploradores, Call Of The Sea deixa-nos também ser jogadores e protagonista.

2 – Spiritfarer [Switch, PC, PS4, Xbox One]

Num ano em que a morte esteve não só em nosso redor mas constantemente a tentar bater-nos à porta, e num meio de entretenimento onde a morte está quase sempre presente, Spiritfarer aborda o além como nunca tinha sido abordado antes nos videojogos, seja pela mecânica ou pela profundidade.

1 – Ori and the Will of the Wisps [PC, Xbox One, Xbox Series, Switch]

Podia ser um jogo do ano apenas pelas mecânicas e pelo level design, mas 2020 é o ano das novas gerações e é a Ori que cabe o feito mostrar o que a nova geração consegue fazer visualmente, onde qualquer frame poderia ser emoldurado como uma obra de arte para colocar na parede.

Menção honrosa:

There Is No Game: Wrong Dimension [PC]

O jogo que poderia ser o jogo do ano se fosse um jogo. Mas não é. Não vale a pena experimentarem porque não há jogo nenhum. A sério. Não há jogo. Ainda aí estão?