
Aconteceu muitas vezes quando estava mais activo nas lides de dar opiniões sobre jogos que me caía no colo um jogo cujo tema ou estilo não eram bem a minha cara. Às vezes ficava surpreendido com algo muito positivo que desconhecia por teimosia, por me manter sempre no mesmo registo que gostava mas era raro isso acontecer, regra geral o resultado era negativo. Apesar de não ser fã de skate, nunca gostei de andar a fazer truques fiquei de olho em SkateBIRD quando foi anunciado. Passarinhos a andar de skate em cenários caseiros era algo que potencialmente ia para o meu pódio de entretenimento relacionado com este passatempo, que agora é um desporto olímpico. Mas SkateBIRD foi uma desilusão.
Ok, desilusão é forte demais. O jogo é só meh. Não foi aquela situação em que vamos arrancar para um grind num corrimão e partimos os dentes no final, é mais do estilo tentar fazer uma manobra nova e sair igual a tantas que já fizemos.

Se procurarem opiniões e listas dos melhores jogos de desporto é garantido que Tony Hawk Pro Skater vos vão aparecer no top 10. A maior parte das vezes no top 5. Pessoalmente eu nunca gostei, entendo o encanto mas nunca foi coisa que me agradasse por mais que tivesse tentado em várias plataformas da PS ao GBA. Não me agarrou, independente da fase da minha vida ou o quanto me aplicava para tentar gostar do encanto. Claro que na altura, dum ponto de vista técnico eu apreciava onde o jogo tinha chegado, até aquela altura nada nos tinha dado aquele nível de controlo e liberdade para fazer ollies, flips e grinds, mas mesmo assim custava-me jogar, e jogar deve ser acima de tudo um prazer.
Fazendo fastforward para Outubro de 2021 tenho andado no último mês e meio a tentar voltar a jogar depois de uma separação com o mundo dos videojogos. Pareço aquela pessoa que volta ao ginásio ao fim de uns anos na tentativa de voltar à prática desportiva. Tenho tentado jogos que adorei no passado, jogos antigos que por várias razões não joguei e coisas que foram lançadas recentemente, entre elas, tentei dar uma volta no SkateBIRD que está no XBox Game Pass.

Posso dizer que SkateBIRD pode ser dividido em duas partes. Preto no branco. Visão muito simples em que o bom é que à partida, SkateBIRD tem tudo para funcionar em especial no seu conceito. É quase uma mistura de Tony Hawk com Micromachines. Os pássaros estão desenhados com um pormenor (a dar para o fofinho) incrível com imensa variedade e quando juntamos os acessórios como chapéus, óculos e outros dá para alguma diversão, mas infelizmente fica por aí porque quando passamos aquela barreira do fofinho e novidade percebemos que é uma má cópia de Tony Hawk. É algo que podíamos deixar passar como uma “homenagem” mas é puramente uma cópia mediana. Os comandos são os clássicos, os movimentos também, não há inovação. Não há nada que me faça dizer: Estes tipos foram além de fazer um reskin do Tony Hawk.
Tem uma “história” contada em modos de missão com umas piadas e trocadilhos em torno da temática aviária mas é isso. É oco. Para quem está à espera de um buffet de faisão acaba por comer um papagaio de papel.
Se quiserem aproveitar para testar no Game Pass, força nisso, mas além disso só o recomendo se são mesmo fãs de Tony Hawk, Ornitologia ou se o apanharem em bundles.
Para acabar deixo aqui o esclarecimento que a melhor obra de entretenimento relacionada com skates chama-se Trashin’. Ponto final parágrafo.













