Em tempos há não muito idos, na compra de um qualquer videojogo, havia um entusiasmo para além do acto de compra propriamente dito e da ansiedade de perder horas a fio a explorar e a viver até ao tutano a mais recente aquisição. Ao lado do jogo fazia-se acompanhar um pequeno (ou não) livrinho, um pedaço de leitura que mais não faria que aguçar o nosso ansioso palato desejoso de provar algo novo. Um pequeno (ou não) livrinho que agora foi substituído por um folheto que pouco ou nada diz, contendo no máximo algum código de alguma importância, ou por um simples espaço cheio de nada.

Como alguém que entrou na nova geração de consolas há pouco tempo, não pude de deixar de ficar espantado ao abrir as capas de alguns jogos e ver que o dito manual não existia. É claro que tal não afecta a experiência de jogo, mas não deixa de se sentir que falta algo. Lembro-me perfeitamente de passar os olhos pela contracapa do manual do primeiro Tom Clancy’s: Splinter Cell na boa e velha PS2 e deparar-me com uma utilidade que o jogo não me tinha apresentado. Da mesma maneira que me lembro de passar uma viagem de comboio a ler o manual do Dragon Age: Origins para a PS3 depois de o ter comprado.

Estes manuais permitem-nos conhecer um pouco melhor o mundo onde não tardaremos a entrar, falando sobre o mesmo e sobre o leque de personagens com que nos iremos cruzar. Em poucas páginas podemos saber tudo e mais alguma coisa sobre elas, incluindo o seu tipo de sangue (Resident Evil, por exemplo).

É claro que agora temos os manuais digitais, que supostamente acompanhariam os videojogos comprados nesse mesmo formato. Está claro que não é a mesma coisa e muitas analogias podiam ser feitas sobre este tópico (Stan Lee, se é que me entendes). Contudo, nem todos os títulos alinham nisto, e, como tal, se o manual em formato físico teria um código de acesso a conteúdo extra, e o formato digital não existisse sequer, um dos lados sairia a perder (Darksiders 2, estou a olhar para ti).

Em suma, será a presença de um manual na compra de um novo título realmente importante? Do ponto de vista de jogabilidade se calhar não (a não ser que o manual não se faça acompanhar de algum código importante), mas não deixa de ser algo que ajudaria a complementar toda a experiência e a preparação para o que estaria para vir.