Deverá ser lida a primeira parte, que conta, por exemplo, com uma ideia para um jogo que se passa num bar de alterne.

Wild Season

Wild Season é a primeira aventura do género do estúdio Quickfire-Games, e que se encontra ainda em Early Access. É curioso que com as mudanças de que falámos na primeira parte em volta da série Harvest Moon, Wild Season é mais HM do que Lost Valley. O problema, poderíamos dizer, é se não será demasiado Harvest Moon, deixando pouca margem para a sua própria identidade?

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A história cai no cliché habitual, quase inexplicado: um jovem vende todos os seus bens na cidade para adquirir uma casa no campo. Pouco sabemos o porquê, se está farto da confusão urbana, se sofre de alergias, se está traumatizado com o trânsito ou se simplesmente quer arrumar as botas e ir para a horta. Quando o jogo começa encontramos uma quinta tão semelhante às de Harvest Moon que facilmente pensaríamos que estariam em uso os mesmo assets. Mas não, apenas a inspiração do clássico da Marvelous é tão forte que acaba por demarcar o tom geral do jogo.

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Apesar dos (ainda muitos) bugs, Wild Season já se deixa antever como um bom jogo do género, e a sair para o PC: situação quase inédita para a maioria dos simuladores agrícolas japonizados. Com muitos NPCs interessantes e já uma panóplia de mini-jogos à nossa disposição, Wild Season poderá estar lado a lado com Story of Seasons como os melhores jogos do género a sair este ano. Mas para avaliá-lo esperamos pelo seu lançamento por completo.

Wild Season estará disponível para PS4, PS Vita, Xbox One e PC.

 

Adventure Bar Story

O mais genérico de todos os jogos desta lista, tão genérico que consigo ver o interface do RPG Maker sobre o próprio jogo. É claro que existem jogos excelentes produzidos no famoso software de criação de RPGs, e também é verdade que Adventure Bar Story tem algum apelo, mas que não me conseguiu cativar apesar das premissas interessantes.

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Quem jogou Recettear conhece este subgénero de JRPG, em que gerimos uma loja e simultaneamente fazemos dungeon crawling para manter o negócio activo. Adventure Bar Story é o Recettear onde somos proprietários de um restaurante (e não apenas de um bar como indica o título). Cada incursão por dungeons é apenas uma desculpa para recolher alimentos para cozinhar. O XP não é atribuído nos combates mas sim pelos pratos que cozinhamos, o que nos obriga a uma dinâmica diferente de ter de optar entre fazer level-up ou fazer lucro no nosso restaurante.

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E depois vem a eminência do fim do mundo como em todos os jogos do género. Resta-nos cozinhar para o salvar, de tacho, misturador e frigideira na mão. Ok, mesmo assim salvar o mundo é bem menos aborrecido do que a monotonia a que o jogo nos condena.

Adventure Bar Story está disponível para iOS e 3DS.

 

Lord of Magna: Maiden Heaven

Já todos parámos de rir com o trocadilho de Maiden Heaven. Então vamos lá terminar a nossa lista. Como é que sabemos à partida que estamos a jogar um JRPG? Quando um dos protagonistas sofre de amnésia mas possui uma capacidade qualquer para salvar o mundo de um grande Mal que aí vem.

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Aqui somos os descendentes do dono de uma pensão, e o seu actual proprietário. Numa viagem a uma cave encontramos uma rapariga presa num cristal que nos salva de uma série de monstros. Spoiler: a rapariga tem uma série de irmãs e todas elas têm poderes sobrenaturais e vêm viver connosco. Maiden Heaven é a aproximação dos harem anime aos Strategic RPGs e – deixem-me ser sincero neste ponto – a parte que me agrada e muito no jogo é o combate. Habitualmente nos SRPGs combatemos alguns inimigos em simultâneo, mas neste Lord of Magna temos de combater verdadeiros magotes de inimigos, e se não tivermos cuidado com o nosso posicionamento rapidamente poderemos ficar soterrados pela montanha composta pelos adversários. Felizmente que o combate lembra muito o do genial Valkyria Chronicles e revolve muito em torno de ataques de área e derrotamos os diversos minions como pequenos enxames de moscas.

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Lord of Magna: Maiden Heaven vive também das ligações que temos de fomentar com as restantes personagens, ao bom estilo de outros jogos do género. No meio disto é mesmo o dungeon crawling que assume um papel preponderante no jogo, e não a gestão da pensão ou da lavoura. Maiden Heaven é o mais perto que temos da ideia de que falei no primeiro artigo. Bastava-lhes dar um passo em frente e o ar kawai de todo o jogo podia bem tornar-se no gestor de bar de alterne/dungeon crawler de que falei. E adivinhem que criou este jogo? Pois, isso mesmo, a Marvelous. Aquela que na prática inventou este subgénero. Quem sabe…sabe…

Lord of Magna: Maiden Heaven é um exclusivo 3DS.